terça-feira, 30 de abril de 2019

Com os canalhas e Bolsonaro, cinco anos de atraso

Saturnino: depois deste Governo do Moro, o que virá?
publicado 15/04/2019
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Conversa Afiada reproduz a nova edição do Correio do Saturnino, do ex-senador Roberto Saturnino Braga:

ATRASO: CINCO ANOS!


No curso deste 2019, o nosso Brasil completará cinco anos de atraso: cinco anos sem crescimento econômico, cinco anos de desemprego elevado, cinco anos de desprestígio e, o que é mais grave, cinco anos de reconcentração de renda, de agravamento deste que é o nosso maior problema; cinco anos de reversão da mais importante melhoria conseguida nos 8 anos de governo do PT, a redistribuição, com justiça, da renda nacional!
Já disse e repito: a meu juízo, este atraso resulta de um projeto político para reduzir as dimensões internacionais do Brasil, que cresceram muito nos primeiros anos do século e que conduziriam, sem demora, nosso grande País à respeitável condição de Potência da Paz: Brasil, em futuro breve, Potência da Paz!
O Brasil foi a nação mais importante do mundo na primeira década de século XXI! E Lula, “o cara”, foi, e ainda é um dos três maiores líderes políticos do mundo, junto com Putin e Angela Merkel.
A continuidade desta condição ascendente do Brasil findaria por produzir um novo equilíbrio nas relações internacionais no qual o clamor mundial pela paz encontraria um grande país, e até um continente inteiro (a América do Sul), para ampliar-lhe a ressonância até abafar os grandes interesses econômicos que produzem as guerras catastróficas.
Esta evolução precisava, de qualquer maneira, ser obstaculizada, com a parada e o atraso desta nova Nação que ameaçava os interesses do grande capital.
E assim, veio mais este golpe, facilitado pela adesão da Elite do Atraso (Jessé Freire) e da Mídia comprada e controlada. Sabotaram o governo da Presidenta Dilma, propiciando o golpe da sua deposição, e tudo correu fácil daí por diante.
Pois bem, um novo Governo sucederá, um dia, a este do Senhor Moro, e deverá, certamente, abrir um rigoroso inquérito para apurar as responsabilidades por este atraso propositado, e punir exemplarmente os seus agentes, traidores da Pátria.
E o Brasil prosseguirá então, com atraso mas com decisão, seu desenvolvimento em direção à condição de grande nação capaz de liderar, junto com o seu Continente, o movimento mundial irresistível, pela Paz, pela solução negociada dos conflitos, pela ressurreição da ONU.
Brasil, Potência da Paz!
É o nosso Destino Manifesto!
P.S. Liberdade para Julian Assange!
Potência da Paz!
Roberto Saturnino Braga

Aos 88 anos, Saturnino sonha com o Brasil de 2022!

Uma potência de paz!
publicado 30/04/2019
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O Conversa Afiada publica com entusiasmo "Correio" do jovem Saturnino Braga:

POTÊNCIAS OCIDENTAIS – NOSSO  BRASIL


Meu ânimo se recusa a falar mais de Bolsonaro e sua troupe. E  nem há mais o que dizer. Todo mundo já sabe quem ele é. Só não sabem por que votaram nele e nem como é que vão aguenta-lo por quatro anos!
A última é que o Brasil não precisa mais de filosofia e de sociologia.
Chega. Mudo de assunto.
O  desenvolvimento  econômico  e  político da  Europa  Ocidental,  após  os  longos  séculos  da estagnação medieval, foi um processo que acompanhou quase simultaneamente o progresso da ciência na região, deflagrado a partir de uma decisão política tomada em Portugal em meados do século XV.
Com a presença árabe em retirada, surgiu a ciência organizada do Ocidente em Portugal, com propósitos expansionistas, quando o Infante D. Henrique reuniu um notável grupo de geógrafos, cartógrafos, geômetras, técnicos navais e mestres de engenharia, para formar uma sólida base de conhecimentos capaz de dar suporte à grande aventura histórica de descobrir o mundo.
Claro que havia o interesse econômico do comércio com as Índias. O ponto de vista da História, entretanto, focaliza e destaca a primeira congregação de cientistas do Ocidente ocupados com tarefas que compunham o megaprojeto do Descobrimento. Muitos chamaram esta congregação de Escola de Sagres.
O  êxitos  extraordinários  de  Vasco  da Gama, Colombo  e Cabral  geraram  entretanto  grandes projetos políticos de poder e dominação que, provavelmente, ofuscaram aquele interesse anterior no desenvolvimento científico nos países ibéricos, enquanto Galileu na Itália, Des Cartes na França, Bacon na Inglaterra e Huygens na Holanda cresciam como expoentes de uma ciência que, iniciada em Portugal, seguia seu curso com interesse crescente daquelas nações.
A  continuidade  deste  processo,  a  objetividade  prática  dos  ingleses, a  sabedoria  da  Rainha Elizabeth investindo na grande armada, o ouro do Brasil financiando, via Portugal, os investimentos do crescente processo de industrialização da Ilha  fizeram da Inglaterra a primeira Grande Potência mundial do fim do sec XVIII ao fim do século XIX.
O Império Britânico dava a volta ao mundo (Canada, Egito, África do Sul, Índia e Austrália, além de muitos pontos menores), o inglês passou a ser a língua do mundo, a Libra era a moeda do mundo, e Londres, a City, era a capital econômica do mundo.
As  guerras contra  rivais europeus  acabou  por  minar, e até  destruir esta  hegemonia  absoluta, favorecendo principalmente seu grande aliado americano que, ao fim da primeira guerra, já repontava sua liderança e ao fim da segunda confirmou sua hegemonia absoluta no Ocidente. Encontrou, todavia, uma liderança rival no oriente, emergida também na segunda guerra, a União Soviética, antiga Rússia, que trazia, ademais, uma proposta nova de organização política, o  Socialismo, adotada, logo, pelo novo gigante que emergia na Ásia como nova potência, a China.
Dos gigantes  territoriais e demográficos  do mundo -- uma  classificação  que  não  compreende o Canadá, pela relativa pequenez da sua população e pela grande proporção de terras geladas no seu território -- dos gigantes do mundo, a Índia e o Brasil não atingiram, no segundo milênio, o estágio de grandes potências, não obstante a influência política forte de que desfrutam no concerto.
A Índia, pelo gigantismo da sua população, e pela forte tradição cultural e histórica que possui, tem uma presença algo mais forte que o Brasil, uma vantagem que tende a crescer nos próximos anos pela grandeza dos investimentos em ciência e tecnologia que tem feito.
Sobre  o  Brasil  pesa, de  fora, a  sufocante  liderança norteamericana,  que  tem  uma  história de grande preocupação deles com a grandeza do Brasil, desde o momento da nossa independência como um IMPÉRIO, ao tempo em que eram pouco mais do que treze pequenas colônias que se haviam tornado um país independente.
De dentro, pesa  sobre o Brasil a  influência  dominante de  uma elite alienada, uma elite de origem agrária que se urbanizou sem ter funções definidas nas cidades, uma elite frustrada que passou a ajuizar pejorativamente seu próprio país, e se ocupou em seguir os caminhos e os padrões das potências mais ricas, incapaz de forjar um projeto nacional próprio, de desenvolvimento brasileiro.
Entre  parênteses,  piorou  agora, neste  momento  em  que assumiu  o  poder um presidente curto, oriundo desta elite, que não gosta de filosofia nem de sociologia.
Claro  entretanto  que, não  obstante  estas  limitações, crescemos  muito   e podemos  sem  óbices maiores, formular nosso próprio Projeto e reunir forças políticas internas para a sua consecução. Estivemos próximos a esta configuração, e até avançamos substancialmente, quando, pela adesão soberana de nossos vizinhos e irmãos históricos, conseguimos criar e estruturar a UNASUL, que nos unia para nos fortalecer, e que foi, possivelmente, pela sua importância, a decisão política que desencadeou a reação e o golpe (Império + elite atrasada) para a destruição deste projeto.
Começaremos  tudo  de  novo,  evidentemente,  e  as  experiências  vividas  contribuem  sempre, positivamente, para o êxito das seguintes.
Tenho 88 anos – mais de sessenta nesta luta – e meu desejo maior é, vivo, poder ver a vitória final nesta Guerra de Autonomia, com as nossas Forças Armadas do nosso lado, sustentando o  Grande Projeto Brasil Potência da Paz.
Quem sabe, quem sabe  não possamos festejar  esta vitória-efeméride  em 2022, ao comemorar, com uma grande unidade política nacional, o aniversário de 200 anos?!
Quantas vezes o sonho é a realidade vivida com antecipação?
Roberto Saturnino Braga

O Brasil não tem que se meter na Venezuela

VOX-CUT: sim, ele é entreguista!
publicado 09/04/2019
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(Charge: Vitor Teixeira)

Ontem, 8/IV, pesquisa CUT/Vox Populi revelou que 65% dos brasileiros não querem a reforma da previdênssia do Primata e demais Xi! Cago Boys.
O Conversa Afiada reproduz, abaixo, duas perguntas complementares da mesma pesquisa, que tratam de aspectos da política externa no governo bolsonário.
(Como o amigo navegante sabe, a diplomacia deste governo atende aos interesses nacionais... dos americanos):
Gostou desse conteúdo? Saiba mais sobre a importância de fortalecer a luta pela liberdade de expressão e apoie o Conversa AfiadaClique aqui e conheça!

Gal. Heleno: militares de alto escalão da Venezuela estão com Maduro

Até os bolsonários sabem que o Golpe de hoje fracassou...
publicado 30/04/2019
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(Charge: Sputnik)

Do Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção):

Heleno diz que apoio a Guaidó não chegou a atingir altos escalões das Forças Armadas venezuelanas


O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou na tarde desta terça-feira que o tamanho do apoio de militares venezuelanos a Juan Guaidó, que em janeiro se proclamou presidente interino com o apoio da Assembleia Nacional de maioria opositora, é a "grande incógnita" da situação que se desenrola no país. Segundo ele, as Forças Armadas até agora estão apoiando o presidente Nicolás Maduro.
— No início da manhã, quando se caracterizou uma antecipação do movimento que estava previsto para amanhã e acabou acontecendo hoje, não se percebeu movimentação militar, mas foi anunciado pelo Guaidó um maciço apoio das Forças Armadas. Logo depois, isso aí foi colocado na dimensão correta. Ou seja, havia um certo apoio das Forças Armadas, mas isso não chegava a atingir os altos escalões, quer dizer, isso ficava ali no escalão mais baixo — declarou Heleno, no Palácio do Planalto.
(...)

Venezuela: Golpista foge para a embaixada do Chile

Aventura de Leopoldo López durou algumas horas
publicado 30/04/2019
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Guaidó (E) e López: quem é o favorito do Eddie, my boy? (Reprodução/Twitter/Lilian Tintori)

Da Fel-lha:

Chile confirma que Leopoldo López está em sua embaixada em Caracas


O governo chileno confirmou nesta terça-feira (30) que o líder opositor venezuelano Leopoldo López está em sua embaixada em Caracas.
Mais cedo, a imprensa local tinha afirmado que López tinha pedido asilo no Chile, mas ainda não havia nenhuma confirmação oficial.
Segundo o chanceler chileno, Roberto Ampuero, tanto López quanto sua mulher, Lilian Tintori (que mora em Miami) estão no local. Ainda não há informações se o pedido de asilo foi aceito.
O Chile é um dos países que reconhece o líder opositor Juan Guaidó, aliado de López, como presidente da Venezuela.
López estava em prisão domiciliar desde agosto de 2017, mas nesta terça militares que apoiam a oposição permitiram que ele deixasse o local.
(...)
TV Afiada

Vídeo patético: peso do roubo não deixa Serra sambar

Até quando o Brasil aguentará Bolsonada?

Xavier: esperar até 2022 é morte anunciada
publicado 30/04/2019
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O Conversa Afiada publica artigo sereno (sempre!) de seu colUnista exclusivo Joaquim Xavier:
Nada se pode esperar do “governo” que assaltou o Planalto com base numa fraude gigantesca. Nada. Os dias se sucedem e as notícias só pioram. Voltamos ao feudalismo. Milhões e milhões de brasileiros vivem com base na subsistência, quando conseguem. O Brasil virou o paraíso do Uber. A inadimplência desespera mais de 60 milhões de pessoas. Estudantes universitários simplesmente não podem pagar prestações do FIES por falta absoluta de trabalho.

O “governo” Bolsonaro é um desastre aéreo, só que maior, infinitamente muito maior do que o maior deles –o choque de dois jumbos no aeroporto de Tenerife em 1977, que matou 583 pessoas.

Agora são milhões de brasileiros à beira de um genocídio às vezes silencioso, outras vezes estrondoso. Bolsonaro disse em alto e bom som nesta segunda-feira (29/4) que matar não é crime em defesa da “propriedade”.

(O Conversa Afiada publicou interessante post sobre um documentário americano que trata dessa importação sinistra: a licença para matar pobre). Pouco antes, demitiu de fato em vídeo o secretário da Receita Federal que anunciara a cobrança de impostos de igrejas. O secretário se finge de morto. Nem precisaria. Virou um banana.

Impressionante como muitos brasileiros honestos parecem encarar tudo isto como algo natural. Já os desonestos com teclados à mão na mídia gorda tentam convencer o povo de que este é o trajeto da redenção.

Calam-se diante da faxina ideológica que ocorre nas redações oficiais. Na Folha de S. Paulo, por exemplo, vozes discordantes têm sido silenciadas com demissões ou redução de espaço, trocadas por “opiniões” amestradas mesmo que fantasiadas de oposição. As direções premiam “jornalistas” mais preocupadas com lavagem de roupas íntimas de alguém como Lula do que com os destinos do Brasil.

A Petrobras tem sido esquartejada. Suas refinarias, encarregadas de transformar o óleo bruto em combustível utilizável, são oferecidas aos estrangeiros na bacia as almas. Voltamos ao tempo em que produzíamos algodão praticamente de graça para comprar camisas importadas a preços escorchantes.

Vamos falar sério. Uma quadrilha de salteadores se apossou do Planalto. A serviço de um sistema em crise, conforme admitiu a própria diretora do FMI, Christine Lagarde, em entrevista ao “Le Monde” em abril de 2018”: “Vejo grandes nuvens [...] A situação de endividamento geral em que se encontram as economias avançadas, emergentes e de recursos pequenos. A dívida alcança 164 trilhões de dólares, ou seja, 225% do PIB mundial. Nunca vimos um endividamento mundial parecido”.

Todas as iniciativas de Donald Trump e seus asseclas estão orientadas por esse cenário. Trump quer romper todos os acordos comerciais para ter liberdade de acesso a mercados como o Brasil, de maneira a concretizar o “America First”. Por aqui tem sido um passeio: liberação de vistos independentemente de reciprocidade, exportação de trigo sem taxações, benefícios comerciais indiferentes a contrapartidas etc. Não foi à toa que Steve Bannon manipulou o cérebro da máquina de mentiras que elegeu o tenente terrorista.

Entregar a previdência brasileira à banca internacional é o próximo e grande passo.

Paulo Guedes esfrega as mãos, com seus aliados nativos e subservientes a Washington.

A resistência popular, e só ela, é que pode definir quem vai ganhar esta guerra.

Joaquim Xavier

Conge, cadê o Queiroz?

O que ele foi fazer no Palácio?
publicado 30/04/2019
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Está no ar a edição desta terça-feira, 30/IV, da trepidante Rádio Navalha!
Ouça e compartilhe:

segunda-feira, 29 de abril de 2019

10 milhões de views em dois dias: Lula bomba na Internet!

Nem 2 milhões em duas semanas viram o Moro no Bial...
publicado 29/04/2019
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Lula durante a entrevista a El País e Folha na última sexta-feira, 26/IV (Crédito: Ricardo Stuckert)

De Sérgio Guedes Reis, no GGN:
Tenho dificuldade em pensar em alguma ocasião, pelo menos na última década, na qual tenha havido tamanho esforço da mídia televisiva em silenciar uma agenda. Em tempos de crescente preponderância dos meios virtuais, parece que essa escolha é pouco inteligente.
E os dados mostram que a tentativa foi realmente um esforço vão: em pouco mais de 48 horas, apenas os vídeos da entrevista com Lula feita na última Sexta-feira (completos ou contendo trechos) existentes no Facebook ou no Youtube já ultrapassaram, somados, cerca de 10 milhões de visualizações (e, no momento em que escrevo, 100 mil novas visualizações são registradas por hora). E o que é mais interessante: os vídeos mais vistos são aqueles com a entrevista completa (a qual teve quase 2 horas de atuação). Em geral, um pressuposto para a viralização de vídeos com conteúdo político é que sejam mais curtos, e que contenham “frases de efeito” – que mobilizam as torcidas, à esquerda e à direita. Não é o caso da entrevista: os links mais acessados são justamente os que apontam para o vídeo completo de Lula com os jornalistas Monica Bergamo e Florestan Fernandes Jr. Além disso, é interessante observar que há centenas de repostagens dos vídeos, sendo a imensa maioria feita por cidadãos comuns – muitas publicações sequer alcançam mil visualizações. Em comparação, vídeos de próceres da direita costumam ser viralizados a partir de uma única fonte – algo que facilita a aparição do link da postagem no topo dos mecanismos de busca e torna o patrocínio por clique algo mais rentável. No caso da entrevista de Lula, há um indicativo, portanto, de uma disseminação mais orgânica do conteúdo.
O impacto da entrevista de Lula não pode ser subdimensionado. Só pra se ter uma ideia, o vídeo mais visto de Bolsonaro desde que se tornou candidato foi a sua entrevista ao Roda Viva, em Julho de 2018 (9,1 milhões de visualizações até hoje). Sua primeira aparição após o atentado que sofreu em Juiz de Fora teve 8,1 milhões de visualizações. Desde então, a cada novo registro audiovisual relevante há menos expectadores: 6,3 milhões na live do 1o. turno, 5,8 milhões ao ganhar as eleições, e cerca de 1 milhão a cada live semanal. Comparativamente, há um vídeo de Sergio Moro interrogando o ex-Presidente Lula o qual possui cerca de 18 milhões de visualizações (em um ano e meio). A recente entrevista do atual Ministro da Justiça com Pedro Bial, contudo, não alcançou 2 milhões de visualizações em duas semanas. Imaginem se Lula tivesse sido entrevistado a uma semana das eleições (como era previsto e como lhe era de direito)…
Ficou claro como a direita não conseguiu pautar como interpretar a entrevista de Lula (há 3 vídeos que tentam fazer isso – um do William Waack, um da Jovem Pan e um de um Youtuber, e nenhum passou de 200 mil visualizações até agora). Tenho a impressão de que a entrevista foi realmente um marco histórico na militância virtual de esquerda – a qual, a bem da verdade, teve muito menos capacidade e capilaridade do que a direita raivosa ao longo dos últimos 5 anos. Lula, uma vez mais, mostra que é uma liderança muito superior a seus pares. As pessoas ainda querem ouvi-lo, querem saber o que ele pensa sobre o Brasil de hoje e continuam a se magnetizar com o seu discurso. Detalhe: há poucas figuras famosas, poucas “celebridades de internet” promovendo o vídeo de alguma forma (tais como os tantos influenciadores digitais que assim o fazem com as aparições de Bolsonaro). Não, o contato é em boa medida direto, expressão da curiosidade popular em “reencontrar” Lula. E isso depois de tudo o que lhe aconteceu. A repercussão da entrevista indica como Lula tem imensa força catalisadora, e como tentar ignorá-lo se tornou uma estratégia tola. Conforme a crise política e econômica se agrava no Brasil, a sombra de Lula pairará com ainda mais força sobre o condomínio de forças retrógradas que agora ocupa o poder. Que farão eles? Silenciarão o ex-Presidente?
No caso da imprensa, a opção por esconder agendas perdeu o sentido a partir do momento em que a maioria da população passa a ter acesso à internet. O caminho possível para o mainstream seria tentar controlar a narrativa, interpretando eventos como a entrevista a partir de lentes convenientes. Isso é desafiador no caso do ex-Presidente, na medida em que uma cobertura minimamente convincente do evento implicaria em lhe dar alguma voz. E Lula, de forma geral, dificilmente escorrega – é muito difícil contornar a linguagem eficaz que ele invariavelmente adota. Por outro lado, quanto mais tempo a imprensa ignorar Lula, mais difícil ficará para que controle a narrativa…
Para a esquerda, fica o aprendizado a respeito da força da “marca” Lula. Esse aprendizado deveria significar duas coisas básicas: 1) para quem quer, dentro do campo progressista, contestar a hegemonia do PT, faz pouquíssimo sentido atacar o ex-presidente ou suas ideias centrais – Lula prova toda vez que é força bem maior do que as clivagens ranhetas que observamos entre grupos sectários nas redes sociais; 2) para quem quer que a esquerda, de modo geral, consiga voltar a estar em posição de disputar o país, é muito difícil conceber o desafio sem um Lula ativo. Se é verdade que o ex-Presidente falhou em formar, encontrar ou apoiar sucessores que pudessem efetivamente liderar um projeto sustentado de país, o fato é que seu capital político ainda é grande o bastante pra influenciar os rumos do país por muitos anos a fio. Não há ninguém, em todo o ecossistema político brasileiro, que disponha de uma fração sequer desse capital. Em tempos em que as forças democráticas andam tão combalidas, esse é um ativo decisivo, e dele não se pode abdicar. Mesmo que o futuro do Brasil seja construído a partir de bases distintas, na esquerda, daquelas as quais Lula propõe, ele não será erigido sem a voz, a vez, a energia e o legado de Luis Inácio. Pois Lula, com seus méritos e defeitos, não é só uma ideia: é o projeto, como sujeito político e como governante, de um país possível. E quanto mais o outro projeto – que sequer é de nação ou de elite que se preste, mas de clã ou facção – for implementado, mais forte viralizará a lembrança de Lula.

Bolsonaro quer inocentar fazendeiros que atirarem em sem-terras

A propriedade privada vale mais que a vida
publicado 29/04/2019
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Do Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção):

Bolsonaro promete evitar punição a fazendeiros que atirarem em invasor


Em aceno ao setor que o apoiou na eleição, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira em evento do agronegócio que o Congresso deve pautar um projeto que garanta o chamado excludente de ilicitude para produtores rurais em casos de invasão. Com isso, fazendeiros que atirarem contra invasadores poderiam não ser punidos.
O presidente quer também flexibilizar o decreto sobre porte de armas em território rural. Bolsonaro disse que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, prometeu pautar as propostas no Congresso.
— Estive com ele (Maia) e a questão do agronegócio entrou na pauta. Ele vai pautar um projeto para que a posse de arma do produtor rural possa ser usada em todo o perímetro da sua propriedade — disse Bolsonaro, em evento do setor rural em Ribeirão Preto.
Depois, emendou:
— Tem um outro (projeto) que vai dar o que falar, mas que é uma maneira de ajudar a combater a violência no campo. Ao defender a sua propriedade privada ou a sua vida, o cidadão de bem poderá entrar no excludente de ilicitude. Ou seja, ele responde, mas não tem punição. É a forma que nos temos que proceder. Para que o outro lado que desrespeita a lei tema o cidadão de bem.
(...)
TV Afiada

Delação é arma de ditadura

Conge, vai apurar os crimes na Receita contra a Dilma?

Ou não vem ao caso?
publicado 29/04/2019
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Do site da Presidenta Dilma Rousseff:

Dilma é vítima de violação de sigilo fiscal


Dilma Rousseff teve seu sigilo fiscal violado. A descoberta ocorreu recentemente, na entrega da sua declaração anual do imposto de renda. No dia 15 de abril, descobriu-se que outra declaração – falsa – enviada em nome da ex-presidenta, em 28 de março, fora aceita pela Receita Federal.
O caso não é apenas de violação do sistema da Receita. Há indícios de crime fiscal e de falsidade ideológica contra a ex-presidenta da República. Seus advogados vão pedir abertura de inquérito à PF e já requereram investigação no âmbito da Receita para apurar responsabilidades pela violação do sigilo fiscal.
Há um crime – ou vários. Mas o episódio abre outros questionamentos. Como foi possível a declaração falsa, relativa a 2018, ser aceita, se era necessário informar o número do recibo da declaração do IRPF, referente a 2017? Somente um assessor de Dilma tinha conhecimento desse número. Desconfia-se que a informação tenha sido obtida, de maneira ilegal, no sistema da Receita Federal, quebrando o sigilo fiscal de Dilma.
Outras dúvidas. Por que o site da Receita Federal aceitou prontamente a declaração e permitiu o envio do Recibo de Entrega, se os dados eram flagrantemente absurdos? O CEP e o endereço declarados, por exemplo, são claramente fictícios. Outras dúvidas: como e por que uma pessoa ou empresa prestou falso comprovante de rendimentos da ex-presidenta Dilma?
Em síntese:
1) Quem acessou o sistema da Receita Federal de forma ilegal para obter o número do recibo da declaração relativa ao ano de 2017 cometeu crime fiscal e de falsidade ideológica.
2) Quem enviou a declaração falsa, relativa a 2018, em nome da ex-presidente cometeu crime de falsidade ideológica.
3) Quem remeteu à Secretaria da Receita Federal declaração falsa de rendimentos cometeu crime fiscal.
Não foram erros. Foram crimes. E precisam ser apurados. 
ASSESSORIA DE IMPRENSA
DILMA ROUSSEFF
Em tempo: para saber mais sobre o Conge, acesse o trepidante ABC do C Af v