quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Escritor Ariano Suassuna volta a hospital em Pernambuco
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Do UOL, em São Paulo
  • Alexandre Nóbrega
O escritor paraibano Ariano Suassuna voltou a ser atendido no Real Hospital Português, em Recife, segundo informações da assessoria pessoal do imortal da Academia Brasileira de Letras divulgadas nesta quinta-feira (29).
Suassuna foi atendido no setor de emergências, estava consciente e falava com os médicos. A equipe que atende o escritor, que atua como secretário de assessoria ao governador pernambucano Eduardo Campos, é liderada pelo médico Sérgio Montenegro.
Ainda não há previsão sobre quando Suassuna deixará o hospital. Um boletim médico será divulgado ainda nesta quinta.
Infarto
Suassuna foi internado no dia 21 de agosto depois de sofrer um infarto agudo do miocárdio. Atendido novamente Real Hospital Português, o escritor recebeu alta no início da tarde do dia 27 do mesmo mês.
Segundo boletins médicos divulgados à época, o quadro de saúde do dramaturgo evoluiu bem após o susto e o tratamento deveria continuar em domicílio. O período de repouso recomendado era de 40 dias.
Histórico
Ariano Suassuna nasceu no dia 16 de junho de 1927, na cidade da Paraíba, atual João Pessoa, mas mudou-se para Recife em 1942. Formado em Direito e em Filosofia, publicou sua primeira peça teatral, "Uma Mulher Vestido de Sol", aos 20 anos.
Fundador do Teatro Popular do Nordeste e do Movimento de Cultura Popular, além de idealizador do Movimento Armorial, exerceu, entre outros cargos públicos, o de secretário de Cultura de Pernambuco, durante o terceiro governo de Miguel Arraes. Entre suas principais obras estão as peças teatrais "O Auto da Compadecida" e "O Santo e a Porca".

Moradora associa Câmara a crime após não cassação de Donadon

O deputado federal Natan Donadon (ex-PMDB-RO), condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e preso há dois meses, teve seu mandato mantido nesta quarta-feira (28) pela Câmara dos Deputados. Em votação secreta, 233 deputados votaram a favor de sua cassação, 131 contra e houve 41 abstenções. Para cassá-lo, eram necessários 257 votos. A decisão provocou perplexidade e revolta entre moradores de São Paulo ouvidos pela reportagem do UOL na manhã desta quinta-feira (29). Leia mais aqui. Visite o UOL Notícias

Proteína extraída de planta inibe crescimento e migração de tumores

27/08/2013
Por Karina Toledo, de Caxambu
Agência FAPESP – Uma proteína extraída da semente de árvores da espécie Enterolobium contortisiliquum – popularmente conhecida como tamboril ou orelha-de-macaco – demonstrou em ensaios pré-clínicos potente ação antitumoral, anti-inflamatória, anticoagulante e antitrombótica.
Os testes in vitro e em animais foram realizados no âmbito de um Projeto Temático apoiado pela FAPESP e coordenado por Maria Luiza Vilela Oliva, professora na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os resultados foram apresentados durante a 28ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), realizada em Caxambu (MG) entre os dias 21 e 24 de agosto.
Nomeada de Enterolobium contortisiliquum inibidor de tripsina (EcTI, na sigla em inglês), a proteína foi isolada por Oliva ainda durante seu doutorado, no fim dos anos 1980.
“Estávamos buscando moléculas capazes de inibir a ação de proteases – enzimas cuja função é quebrar as ligações peptídicas de outras proteínas. Essas moléculas estão envolvidas em inúmeros processos fisiológicos e patológicos no organismo; um inibidor poderia ter efeitos terapêuticos interessantes”, explicou Oliva.
A ação antitumoral foi identificada no início dos anos 2000, durante outro projeto de pesquisae em 2004 a molécula foi patenteada.
“Denominamos o EcTI como inibidor de tripsina porque essa foi a enzima modelo que começamos a estudar, por ser mais barata. Mas ele está patenteado como inibidor de várias proteases. Também patenteamos sua ação contra o câncer”, contou Oliva.
O efeito antitumoral do EcTI já foi testado em linhagens celulares de câncer de mama, próstata, colorretal, leucemia e melanoma (pele). Em todos os modelos, a molécula inibiu in vitro a proliferação celular. Parte dos resultados foi divulgada em artigo publicado na revistaBiological Chemistry.
Em uma linhagem de células de câncer gástrico, os pesquisadores verificaram que o EcTI impediu a adesão da célula cancerosa ao tecido conjuntivo e, consequentemente, bloqueou a invasão e a migração celular. Os resultados foram publicados no The Journal of Biological Chemistry.
“Antes de migrar para outros tecidos, a célula tumoral precisa aderir ao tecido conjuntivo que lhe dá suporte. O EcTI bloqueia proteases presentes na matriz extracelular e a via de sinalização usada pelo tumor nesse processo sem afetar os fibroblastos, que são as células sadias desse tecido conjuntivo”, explicou Oliva.
Em uma linhagem celular de melanoma, os pesquisadores testaram um tratamento que associava o EcTI ao quimioterápico 5-Fluoracil. “A dose de quimioterápico necessária para matar a célula cancerígena foi cem vezes menor quando associado ao EcTI. Caso esse efeito seja comprovado também in vivo, vai representar uma enorme redução dos efeitos colaterais do tratamento do câncer”, disse a pesquisadora.
Nos testes feitos com camundongos, os pesquisadores induziram o desenvolvimento de um melanoma e, paralelamente, trataram os animais com injeções subcutâneas de EcTI durante 20 dias.
O grupo controle, que recebeu apenas placebo, desenvolveu tumores. Já no grupo tratado com EcTI, o crescimento do tumor foi inibido em pelo menos 90%. “Alguns animais nem chegaram a desenvolver o tumor”, contou Oliva.
No mesmo modelo animal de melanoma, acrescentou a pesquisadora, o EcTI se mostrou capaz de impedir a metástase pulmonar.
Antitrombótico
Também em testes com roedores, os pesquisadores observaram que o EcTI bloqueou o processo de trombose – uma complicação comum entre pacientes com câncer submetidos à quimioterapia.
“Essa proteína inibe a ação da calicreína, enzima que desencadeia o processo de coagulação sanguínea e também ativa a agregação plaquetária. O efeito foi verificado tanto em um modelo de trombose arterial, em ratos, como de trombose venosa, em camundongos”, contou Oliva.
Em um projeto coordenado pela pesquisadora Iolanda de Fátima Lopes Calvo Tibério, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a ação do EcTI sobre a inflamação pulmonar vem sendo testada com resultados animadores em modelos animais de asma e de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
“Agora estamos estudando diversos peptídeos derivados dessa proteína para ver se eles mantêm a ação inibidora de protease e se têm outros efeitos ainda não conhecidos. Um desses peptídeos mostrou em testes in vitro a capacidade de impedir que o parasita Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, invada as células do hospedeiro. Agora pretendemos testar esse efeito em animais”, disse a professora da Unifesp.
Segundo a pesquisadora, até o momento, o EcTI não apresentou nenhum efeito tóxico nos roedores, que receberam doses em torno de 4 miligramas por quilo. Mas ainda precisam ser feitos estudos toxicológicos mais aprofundados antes de testar a proteína em humanos.
“Para fazer estudos de toxicidade são necessárias grandes quantidades da proteína, além de muitos recursos financeiros. Um ensaio clínico só seria possível por meio de uma parceria com a indústria farmacêutica”, disse Oliva.
Enquanto isso não ocorre, o grupo estuda diversas estratégias de obtenção do EcTI em larga escala e de administração da molécula às cobaias. “Precisamos avaliar, por exemplo, se é mais vantajoso cultivar a planta e isolar a proteína ou produzi-la na forma recombinante (usando bactérias ou outros microrganismos como vetores) em laboratório. Também estamos firmando uma parceria para que seja possível inserir a proteína em nanocápsulas e testar sua administração via oral ou por gavagem (diretamente no esôfago) aos roedores”, contou.
Outros inibidores
Outros dois inibidores de proteases foram identificados pelo grupo de Oliva – durante um Projeto Temático FAPESP – em uma planta popularmente conhecida como pata-de-vaca (Bauhinia bauhinioides).
“São duas proteínas diferentes extraídas da mesma planta e batizadas de BbCI (Bauhinia bauhinoides inibidor de cruzipaína) e BbKI (Bauhinia bauhinioides inibidor de calicreína). Elas atuam por vias diferentes e estamos comprovando efeitos terapêuticos em modelos animais de câncer, trombose, inflamação e diabetes”, contou. 

Políticos agora terão preço fixo nas campanhas

Fernando Rodrigues
A Câmara dos Deputados acaba de aprovar a emenda constitucional que cria o chamado Orçamento impositivo. Se o Senado vier a aprovar tal medida, cada congressista terá, anualmente, o direito de destinar R$ 11,4 milhões (a preços de agora) cada um para obras pelo país afora.
Hoje, os deputados e senadores já podem fazer essas emendas ao Orçamento. Mas é uma ficção. O Palácio do Planalto libera quando bem entende –e de acordo com a fidelidade do congressista envolvido. É a fisiologia no seu ponto mais alto. Não é um bom sistema.
Em vez de arrumar o problema, o Congresso decidiu torná-lo ainda pior. Com o Orçamento impositivo, o governo fica obrigado a liberar os R$ 11,4 milhões para cada uma das obras indicadas pelos 513 deputados e 81 senadores. É fácil fazer a conta: o total é de R$ R$ 6,8 bilhões.
Na defesa da ideia, os deputados argumentaram que o valor é pequeno (1% das receitas líquidas da União). Essa comparação revela uma completa falta de parâmetros que tomou conta da política aqui em Brasília.
Esse valor (R$ 6,8 bilhões) é dinheiro em qualquer lugar do mundo. Aqui, é só (sic) 1% das receitas líquidas. Então pode ser usado para atender aos desejos de deputados e senadores.
Há um outro aspecto assustador. É o fato de os políticos eleitos para o Congresso passarem a passear na campanha com uma etiqueta pendurada no pescoço: “Vale R$ 11,4 milhões”. Financiadores de campanha saberão de antemão que o candidato a deputado ou a senador terá um poder unipessoal, inscrito na Constituição, de enviar R$ 11,4 milhões para obras pelo país.
Não é difícil imaginar o tipo de negociata que vai emergir dessa nova realidade. Eis uma hipótese: “Ajude na minha campanha que depois eu dou um jeito de mandar R$ 11,4 milhões para alguma cidade construir um ginásio de esportes contratando a sua empreiteira”.
Os deputados contestam essa possibilidade. Afinal, as emendas ao Orçamento precisam ser todas aprovadas numa votação em plenário. E mais: o Tribunal de Contas da União tem a obrigação de fiscalizar a execução de tudo.
Bem, são argumentos indigentes. Primeiro: nenhum deputado terá coragem de vetar a emenda orçamentária do colega. Segundo: o TCU não terá nunca condições de fiscalizar essas mais de 600 obras pelo país afora.
É evidente que os políticos não são todos picaretas. Mas quando o Congresso decide aprovar medidas como essa do Orçamento impositivo, os honestos acabam entrando no mesmo balaio do imaginário popular.
A partir de agora, se o Senado também aprovar a proposta, os políticos em campanha terão preço fixo: R$ 11,4 milhões.

ABSOLVIÇÃO ABSURDA

Governistas lideram faltas para ajudar Donadon

Fernando Rodrigues
PT e outras siglas governistas tiveram maior número de ausentes na sessão que salvou deputado preso
O Partido dos Trabalhadores e outras siglas governistas foram os responsáveis pelo maior número de ausentes na sessão da Câmara que salvou o mandato do deputado federal Natan Donadon (ex-PMDB), de Rondônia.
Os 5 maiores partidos governistas na Câmara (PT, PMDB, PSD, PP e PR) têm juntos 289 deputados. Na sessão de ontem (28.ago.2013), só compareceram para votar 219. Ou seja, os 70 gazeteiros representaram uma taxa de ausência de 24,2%.
Os quatro maiores partidos de oposição (PSDB, DEM, PPS e PSOL) têm uma bancada conjunta de 91 deputados. Desses, 14 faltaram na sessão de cassação de Donadon, ou seja, 15,4%
É claro que a simples presença dos deputados na sessão de votação não garantiria a cassação de Donadon. Mas os que faltaram ajudaram ostensivamente a salvar o mandato do Deputado.
O resultado da votação, que teve 409 deputados presentes, foi o seguinte:
- A favor da cassação: 233 votos
- Contra a cassação: 131 votos
- Abstenções: 41 votos
- Deputados em obstrução: 4
Seriam necessários 50% mais 1 de todos os 513 deputados para cassar o mandato –257 votos.
Ou seja: 257 – 233 = 24.
Faltaram, portanto, 24 votos para cassar Donadon. Um número que poderia ter sido atingido com folga com os 70 deputados gazeteiros dos 5 maiores partidos pró-Palácio do Planalto (PT à frente).
Eis a tabela com os números de deputados que estiveram presentes e ausentes na sessão de ontem:
post scriptum: alguns desses 104 deputados tiveram razão real para não votar. Por exemplo, algum problema de saúde. Ainda assim, todos poderiam (mesmo doentes), pelo menos ter dado uma declaração pública ontem, defendendo ou não a cassação Natan Donadon. Não foi o que o ocorreu.

Falta coragem ética aos deputados, afirma filósofo sobre caso Donadon

Fabiana Maranhão
Do UOL, em São Paulo
  • Sergio Lima/Folhapress
    Deputado federal Natan Donadon agradece após votação na Câmara dos Deputados decidir pela não cassação do seu mandato, apesar de estar preso após ser condenado pelo STF.
    Deputado federal Natan Donadon agradece após votação na Câmara dos Deputados decidir pela não cassação do seu mandato, apesar de estar preso após ser condenado pelo STF.
A decisão do plenário da Câmara Federal de não cassar o mandato do deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO) revela a "falta de coragem ética" dos parlamentares, afirma Roberto Romano, professor de ética e política da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Para ele, o STF (Supremo Tribunal Federal) também é culpado pela manutenção do cargo de Donadon. "É evidente que é contra a Constituição que ele continue como deputado."

Caso Natan Donadon - 6 vídeos

Em votação secreta no plenário da Casa na quarta-feira (28), 233 deputados votaram a favor da cassação, 131 contra e 41 se abstiveram. Para ter o mandato cassado, eram necessários ao menos 257 votos a favor da perda do cargo. Cento e oito parlamentares faltaram à sessão.

Qual a sua opinião sobre a manutenção do mandato de um deputado que está na cadeia?

Resultado parcial
"Isso passa a imagem do desleixo, da falta de cumprimento do dever e, sobretudo, da falta de coragem ética dos deputados de assumir suas atitudes", diz o professor.
Roberto Romano classificou a votação como um "desastre". "O resultado veio confirmar o desprestígio, a falta de seriedade e de respeito dos deputados por seus mandatos", afirma.
Condenado pelo STF a 13 anos e quatro meses de prisão por peculato e formação de quadrilha, Natan Donadon está preso há dois meses no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, após ter se entregado à Polícia Federal.
Ao ouvir o resultado da votação, Natan Donadon se ajoelhou, agradeceu a Deus e disse que "a Justiça está sendo feita". Horas antes, ele apresentou sua defesa no plenário da Câmara.
Sobre o seu mandato de prisão ter sido expedido à época dos protestos que tomavam o país, no mês de junho, ele disse que "as vozes das ruas crucificaram Jesus" e que o Supremo se submeteu à pressão da mídia.
Donadon chegou a mostrar aos deputados as marcas das algemas em seus braços. "A imagem dele expressa o atual momento da Câmara, a imagem de um comediante ruim, de uma pessoa que faz um jogo de cena ridículo como foi ridícula a decisão", atesta o filósofo.
Após a decisão, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), determinou o afastamento de Donadon de suas funções e a convocação do suplente, Amir Lando (PMDB-RO).

"A culpa é do STF"

Na opinião de Roberto Romano, a "culpa" pelo que aconteceu é do STF. "O Supremo tem votado quase fortemente em favor dos réus do mensalão. Para resolver o problema deles, decidiu que cabe à Câmara julgar a perda do mandato. Isso é um absurdo!", classificou o professor.
Ainda segundo ele, se Donadon foi condenado pelo STF, é "evidente que é contra a Constituição que ele continue como deputado ou qualquer cargo do tipo", declara.
No julgamento do mensalão, no ano passado, o STF decidiu que parlamentares condenados perderiam o mandato assim que o processo transitasse em julgado.

Por isso a cassação do mandato de Donadon teve de ser apreciada na Câmara.
Em agosto deste ano, com dois novos ministros - Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso -, a Corte mudou a interpretação da Constituição no julgamento na análise de ação penal contra o senador Ivo Cassol (PP-RO), condenado a quatro anos e oito meses de prisão.
"O escândalo de ontem na Câmara dos Deputados se deve à conivência dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Os três têm de ser responsabilizados. Desse episódio, ninguém sai absolvido", concluiu.

Entenda o caso

O deputado foi acusado de participação em desvio de cerca de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia em simulação de contratos de publicidade. O julgamento dele só ocorreu no STF por ele ser deputado e ter foro privilegiado.
 
Após a prisão, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara recomendou a cassação por entender que as ações de Donadon, enquanto diretor da Assembleia Legislativa, configuravam quebra de decoro parlamentar.
 
No último dia 14 de agosto, o advogado Gilson Stefanes tentou convencer os deputados da CCJ da inocência de seu cliente. Durante sua exposição, Stefanes argumentou que o deputado não cometeu nenhum equívoco durante seu mandato na Casa Legislativa e, por isso, não deveria ser condenado à perda de mandato.
 
Na avaliação do defensor, houve falhas em várias etapas das investigações que culminaram na condenação do parlamentar no Supremo e na prisão de Donadon. "Ele foi condenado com uma prova frágil. É uma pessoa ética, uma pessoa íntegra, uma pessoa que realmente tem compromisso com o mandato", afirmou o advogado na ocasião.