domingo, 8 de março de 2020

Jornalista que publicou sobre suposta traição de Michelle Bolsonaro é o mesmo que inventou o triplex do Lula


Germano Oliveira


Revista Fórum - O editor da revista IstoÉ Germano Oliveira foi quem deu a notícia, repercutida nesta segunda-feira (2), de que a primeira-dama Michelle Bolsonaro estaria envolvida em uma relação extraconjugal com o ex-ministro Osmar Terra. Na reportagem, Oliveira apresenta supostos indícios de que Michelle estaria insatisfeita com seu casamento e que estaria um tanto quanto afastada do presidente.

Agora criticado pela direita, Oliveira tem um histórico de reportagens fantasiosas contra Lula desde os tempos em que atuou como editor da sucursal do jornal O Globo em São Paulo, quando fabricou a primeira matéria sobre o Triplex do Guarujá, que serviu como notícia-crime para abertura do processo, que após ser transferido para a força-tarefa em Curitiba resultou na prisão política do ex-presidente.

ATINGIDOS POR BARRAGEM

Nota do Movimento dos Atingidos por Barragens
Neste 8 de março, dia de luta das mulheres, as atingidas por barragens se colocam firmes contra a violência de gênero e na defesa da democracia e dos direitos. 
Sabemos que a data, carregada de significado histórico para a organização das mulheres no mundo, não é motivo algum de comemoração, mas, sim, um momento de denúncia das injustiças.
O Brasil, infelizmente, ainda é um país extremamente machista onde há muitas questões a serem pautadas, desde a grave desigualdade salarial até o feminicídio - nosso país amarga o quinto lugar no ranking dos que mais matam mulheres.
Neste sentido, no contexto de violação de direitos das populações atingidas, as mulheres também são afetadas de forma mais profunda, com a falta de reconhecimento na interlocução com as empresas, o fim dos laços familiares e comunitários, além do aumento da violência doméstica e exploração sexual. 
Nós, mulheres, queremos ficar vivas. Em defesa da vida, lembramos de nossas companheiras lutadoras que se foram: Dilma Ferreira, Nicinha, Berta Cárceres, Marielle Franco e tantas outras mortas de forma violenta na luta por um mundo mais justo. 
Com o atual governo, a vida das mulheres se torna, cada dia, mais difícil com aumento do desemprego, cortes em saúde e educação, além dos claros ataques e demonstrações de ódio pela existência feminina.  
Sinal claro do amplo retrocesso que estamos vivendo é a latente necessidade em pautar a democracia, cotidianamente ameaçada pelo próprio presidente. 
Não descansaremos até que todas sejamos livres. Somos mulheres, somos atingidas, somos resistência, estamos em luta. E que este 8 de março inspire nossas próximas batalhas.
Mulheres, água e energia não são mercadoria!

Nota Oficial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Hoje, milhões de mulheres vão às ruas em todo o mundo lutar por bandeiras de igualdade. Elas estão nas ruas por igualdade de direitos, de salário, de oportunidades e, sobretudo, pelo direito à própria existência. Uma coisa tão cara como a vida é negada a uma mulher a cada 7 horas no Brasil. Uma mulher a cada 7 horas. Esse é o número de feminicídios em nosso país, onde, apenas em 2019, o machismo assassinou 1.314 mulheres, incentivado por um governo que naturaliza a violência.
Neste dia que nos convoca à reflexão e à luta, quero lembrar de uma mulher que há 725 dias teve a vida encerrada justamente por encarnar a luta e os ideais das mulheres que sonham com um mundo mais igual: Marielle Franco.
Buscar justiça para Marielle e por todas as Marielles que incomodam por sua força, que incomodam por saber seu lugar e fazer questão de ocupa-lo, é um dever de todos nós.
Eu me somo, ao lado de nosso partido que já levou uma mulher ao mais alto posto da República e é presidido por uma, na luta por um mundo onde as pessoas não sejam subjugadas por seu gênero. Em nossa busca permanente e inegociável por igualdade e justiça social.

Lula

 8 de Março: mulheres defendem direitos e gritam ‘Fora Bolsonaro’ em todo o Brasil

Protestos neste Dia Internacional da Luta das Mulheres reforçam a defesa pela democracia, contra a violência e retrocessos sociais e econômicos promovidos pelo atual governo (vídeos)
Atos no 8 de Março, Dia Internacional da Mulher
Atos no 8 de Março, Dia Internacional da Mulher (Foto: Mídia Ninja / Brasil de Fato / MST)

Brasil de Fato - Milhares de mulheres, espalhadas por todo o Brasil, saíram às ruas durante todo o domingo (08) por igualdade de direitos e contra a violência. Os atos aconteceram em diversas cidades do país desde o início da manhã. Os principais temas foram o fim da violência contra a mulher, fora Bolsonaro e direitos iguais. O assassinato da vereadora Marielle Franco, que completa dois anos no dia 14 de março, também foi relembrado em diversas manifestações.
Em Brasília, cerca de 5 mil mulheres estiveram na marcha do 8 de março, levando para as ruas palavras de ordem contra a violência de gênero e o machismo do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e em defesa da descriminalização do aborto. Com o mote “Pela vida das mulheres, em defesa da democracia, contra o racismo e por direitos”, o ato percorreu as ruas da capital, fazendo parada em frente ao Palácio do Buriti, e depois seguiu em direção à Praça da Torre.
Acompanhada da filha, a estudante de doutorado Fernanda de Oliveira disse que sempre participa de manifestações de rua quando a pauta é o direito das mulheres. Para ela, nesse contexto político, a mobilização é mais importante do que nunca.
“Todos os avanços de políticas públicas que tiveram nas últimas décadas estão sendo desmontados. Então, não podemos ficar dentro de casa, é importante demonstrar nossa insatisfação. Enquanto a gente se mantiver calada, vai ter impunidade e vai estar perdendo direito. Então, quanto mais sairmos na rua, melhor”, disse.
O ato contou com a participação de mais de 3,5 mil mulheres sem-terra, que estão participando do I Encontro de Mulheres Sem Terra na capital federal, com pautas sobre a reforma agrária popular e a violência de gênero no campo. Para Kelly Mafort, da direção nacional do MST, a participação da marcha em Brasília é uma oportunidade de integrar as pautas das mulheres do campo e da cidade.
“Essa marcha de hoje ocorre justamente em um período de morte para as mulheres. No campo, as mulheres sofrem os impactos dessa política, que é machista, misógina, que violenta e assassina as mulheres. E são principalmente as mulheres que sofrem na ponta essas contradições das reintegrações de posse e dos despejos e dessa força do latifúndio. Nós estamos aqui denunciando isso”, afirmou a militante.

O ato em Brasília foi finalizado por volta das 14h com falas políticas de representantes de partidos e movimentos sociais no gramado da Praça da Torre.
Ato em Belém tem protesto contra ataques às mulheres indígenas
A concentração também começou por volta das 9h em Belém (PA). Mais de 4 mil mulheres se reuniram na Praça Waldemar Henrique, para participar do ato político-cultural organizado pela Frente Feminista do Pará. Para Mãe de Nangetu, liderança afro religiosa, a manifestação foi necessária para pontuar que as mulheres estão contra os desmontes do governo.

"Nós não concordamos com este governo que está nos massacrando. Nós não concordamos com os maus tratos, com os assassinatos de mulheres, da educação perversa como está, nós não concordamos. Por isso que nós estamos na rua nos manifestando e dizendo #ForaBolsonaro", afirmou.
Para a professora da Universidade Federal do Pará (UFPA),  Rosa Acevedo, o momento pelo qual passa o país pede que as mulheres se mobilizem e partam para a luta. "Neste 8 de março de 2020, as mulheres brasileiras precisam estar na rua. É necessário darmos a cara para contestar contra todos os ataques que se têm lançado contra as mulheres, as mulheres das comunidades tradicionais, as mulheres indígenas. As decisões do governo que têm atacado direitos fundamentais, direitos ao território, direito à vida, à saúde, à saúde, direito à educação, que têm desconhecido a participação política das mulheres", diz.
Militantes pedem fim da violência e saída de Bolsonaro e Zema
Ainda durante a manhã, o ato de 8 de Março em Curitiba (PR) ocorreu no bairro Parolin, periferia da cidade, e pediu por paz na favela. Maria Aparecida mora no local há 27 anos e relembrou das mães que choram por seus filhos devido à violência na região.
Já em Belo Horizonte (MG), o Ato do Dia Internacional de Luta das Mulheres saiu da Ocupação Pátria Livre colorindo as ruas de lilás contra o machismo, contra a violência e contra a retirada de direitos. Elas pediram pela saída do presidente Jair Bolsonaro e do governador Romeu Zema (Partido Novo).
Mulheres de diversas organizações, movimentos sociais e partidos também saíram em luta por direitos, democracia e justiça por Marielle Franco, em Palmas (TO).
Agenda conservadora do governo é alvo de protestos em SP
Na capital paulista, o ato começou no início da tarde. Militantes da Marcha Mundial de Mulheres (MMM) gritaram “fora Bolsonaro” durante a 5ª Ação Internacional do movimento, na avenida Paulista, região central da cidade. “Esse ano a gente resolveu expressar que esse governo é quem dirige toda a agenda neoliberal, antidemocrática e conservadora, além de trazer temas caros para a luta das mulheres, como o combate à violência e a legalização do aborto”, disse Nalu Faria, da coordenação nacional da MMM.
Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, as atividades ocorreram no Parque Tom Jobim. Diferentes grupos e coletivos montaram uma programação que colocou em foco a luta feminina pela ocupação dos espaços de liderança e pelo fim da violência de gênero. Atividades como yoga, aula de defesa pessoal, dança circular, contação de histórias para mulheres, intervenção poética e oficina de cartazes e de bordado foram oferecidas ao público.
Além disso, durante todo o evento os coletivos ofereceram tendas de apoio jurídico, médico e psicológico às mulheres. O ato contou, também com uma exposição fotográfica sobre diversidade e a tenda da campanha "Não quero veneno no meu prato", sobre o elevado uso de agrotóxicos nos alimentos.
Com o tema "Pela Vida das Mulheres contra o Fascismo, Machismo, Racismo e LGBTfobia, as atividades do 8M em Fortaleza (CE) começaram por volta das 15h no entorno do Centro Dragão do Mar. As atividades incluem rodas de conversa e oficinas, seguidas de um cortejo pela orla da capital cearense.
Entidades e personalidades também publicaram ao longo do dia notas em apoio à luta das mulheres. Confira abaixo, logo após os vídeos e fotos das manifestações divulgados nas redes sociais. Acompanhe também o minuto a miuto do Brasil de Fato dos atos.

Nota do Movimento dos Atingidos por Barragens
Neste 8 de março, dia de luta das mulheres, as atingidas por barragens se colocam firmes contra a violência de gênero e na defesa da democracia e dos direitos. 
Sabemos que a data, carregada de significado histórico para a organização das mulheres no mundo, não é motivo algum de comemoração, mas, sim, um momento de denúncia das injustiças.
O Brasil, infelizmente, ainda é um país extremamente machista onde há muitas questões a serem pautadas, desde a grave desigualdade salarial até o feminicídio - nosso país amarga o quinto lugar no ranking dos que mais matam mulheres.
Neste sentido, no contexto de violação de direitos das populações atingidas, as mulheres também são afetadas de forma mais profunda, com a falta de reconhecimento na interlocução com as empresas, o fim dos laços familiares e comunitários, além do aumento da violência doméstica e exploração sexual. 
Nós, mulheres, queremos ficar vivas. Em defesa da vida, lembramos de nossas companheiras lutadoras que se foram: Dilma Ferreira, Nicinha, Berta Cárceres, Marielle Franco e tantas outras mortas de forma violenta na luta por um mundo mais justo. 
Com o atual governo, a vida das mulheres se torna, cada dia, mais difícil com aumento do desemprego, cortes em saúde e educação, além dos claros ataques e demonstrações de ódio pela existência feminina.  
Sinal claro do amplo retrocesso que estamos vivendo é a latente necessidade em pautar a democracia, cotidianamente ameaçada pelo próprio presidente. 
Não descansaremos até que todas sejamos livres. Somos mulheres, somos atingidas, somos resistência, estamos em luta. E que este 8 de março inspire nossas próximas batalhas.
Mulheres, água e energia não são mercadoria!

Nota Oficial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Hoje, milhões de mulheres vão às ruas em todo o mundo lutar por bandeiras de igualdade. Elas estão nas ruas por igualdade de direitos, de salário, de oportunidades e, sobretudo, pelo direito à própria existência. Uma coisa tão cara como a vida é negada a uma mulher a cada 7 horas no Brasil. Uma mulher a cada 7 horas. Esse é o número de feminicídios em nosso país, onde, apenas em 2019, o machismo assassinou 1.314 mulheres, incentivado por um governo que naturaliza a violência.
Neste dia que nos convoca à reflexão e à luta, quero lembrar de uma mulher que há 725 dias teve a vida encerrada justamente por encarnar a luta e os ideais das mulheres que sonham com um mundo mais igual: Marielle Franco.
Buscar justiça para Marielle e por todas as Marielles que incomodam por sua força, que incomodam por saber seu lugar e fazer questão de ocupa-lo, é um dever de todos nós.
Eu me somo, ao lado de nosso partido que já levou uma mulher ao mais alto posto da República e é presidido por uma, na luta por um mundo onde as pessoas não sejam subjugadas por seu gênero. Em nossa busca permanente e inegociável por igualdade e justiça social.
Lula

Tasso Jereissati anuncia rompimento do Nordeste com o governo federal


Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

247 - O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) anunciou na noite desta sexta-feira, 6, que irá pedir ao Senado a convocação do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, para esclarecer as informações de que a região Nordeste está sendo discrinada pelo governo de Jair Bolsonaro na distribuição de recursos do Bolsa Família.
"Estou solicitando a convocação, com urgência, do Ministro da Cidadania para vir ao Senado Federal e explicar esse fato, para que possamos tomar as medidas cabíveis. Isso pode significar o rompimento do Nordeste com o Governo Federal", escreveu o senador pelo Twitter.

Segundo dados do Ministério da Cidadania, o Nordeste recebeu apenas 3% dos novos benefícios enquanto Sul e Sudeste responderam por 75% das novas concessões (leia mais no Brasil 247).

Agenda: Sarau GGN pela democracia em 15 de março

Celebraremos a resistência democrática e a liberdade com o melhor das heranças brasileiras, a música. Não perca!

Jornal GGN – Conforme já fizemos em outros momentos cívicos, o Jornal GGN irá organizar no próximo dia 15/03 (domingo) o Sarau da Democracia, no tradicional Canto Madalena.
Celebraremos a resistência democrática e a liberdade com o melhor das heranças brasileiras, a música.
O Sarau começará às 14 horas, mas a partir do meio dia estaremos aguardando os apoiadores do GGN e da democracia.

Agenda
Sarau GGN pela Democracia
Local: Canto Madalena – Google Maps
Endereço: Rua Medeiros de Albuquerque, 471 – Vila Madalena, São Paulo – SP
Telefone: (11) 3813-6814

CSN demite mulher que foi estuprada pelo chefe e prestou queixa

Publicado em 8 março, 2020 11:49 am
Foto: Divulgação/CSN
De Bernardo Costa no jornal O Dia.
Vítima de estupro no ambiente de trabalho, em Volta Redonda, Região Sul Fluminense, uma jovem de 21 anos foi desligada da empresa ao voltar de licença, na última segunda-feira. O caso aconteceu na Usina Presidente Vargas, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), onde o acusado, superior hierárquico da vítima na empresa, foi preso em flagrante no dia do crime.
Segundo a CSN, a vítima foi desligada da companhia porque seu contrato como jovem aprendiz, que era temporário, chegou ao fim. A família da jovem, por sua vez, diz que sem o plano de saúde da empresa não conseguirá arcar com os custos do acompanhamento médico que ela vem fazendo.
“Ela está sendo tratada por psicólogo e psiquiatra. Sem o benefício, a família não terá condições de dar prosseguimento ao tratamento, que é caro. Mas ela ainda precisa muito”, diz uma amiga, que pediu para não ser identificada.
O crime aconteceu no dia 24 de outubro de 2019. Segundo a Polícia Civil, a vítima procurou a Deam de Volta Redonda naquela tarde relatando ter sido estuprada por seu superior dentro de um galpão da usina. Os policiais compareceram ao local, recolheram provas e prenderam o acusado.
Desde então, a vítima estava afastada do trabalho. Segundo a amiga, ela está traumatizada e sente medo de sofrer represálias após a prisão do superior hierárquico: “Já foram feitas ameaças em telefonemas anônimos. Isso aterroriza todo mundo, parentes e amigos”.
(…)

Coronavírus: quem está ganhando com a simulação de pandemia?, por Wilson Ferreira

Talvez a resposta esteja lá em outubro de 2019, no “Event 201 - A  Global Pandemic Exercise” realizado no Johns Hopkins Center for Health Security, Baltimore. DOIS MESES ANTES da atual crise


Coronavírus: quem está ganhando com a simulação de pandemia?

por Wilson Ferreira

“Não é motivo para pânico”, afirma a infectologista, enquanto o efeito de cenário virtual mostra dois gigantescos modelos 3D do novo coronavírus girando no estúdio, como se ameaçassem jornalista e entrevistados. Esse flagrante no Fantástico da Globo é o padrão recorrente da atual cobertura da ameaça de pandemia: a presunção da catástrofe induzida por uma narrativa ambígua que gera confusão e medo. Igual as chamadas “fake news”, o álibi da grande mídia para se livrar de qualquer suspeita.  Por que essa ambiguidade deliberada? Quem está ganhando? Talvez a resposta esteja lá em outubro de 2019, no “Event 201 – A  Global Pandemic Exercise” realizado no Johns Hopkins Center for Health Security, Baltimore. DOIS MESES ANTES da atual crise, o evento realizou uma simulação cuidadosamente projetada de uma possível epidemia de coronavírus, então chamado de “nCoV-2019” – muito próximo do acrônimo atual. Seguindo o mesmo “modus operandi” dos supostos atentados terroristas na Europa e EUA dos últimos anos, sempre antecipados por exercícios de simulação.
O grande álibi do jornalismo é a notícia. A descrição que ele faz de si mesmo é a de um vigilante da verdade, das informações fidedignas que só fortaleceriam os valores democráticos, da liberdade e da cidadania.
Como mais um produto à venda no mercado, esse é o rótulo estampado em cada notícia colocada na vitrine das primeiras páginas e escaladas dos telejornais.
Mas há muito mais por trás desse álibi-rótulo: a notícia é resultante de um grande volume de dados por meio de diversos processos: classificar, priorizar, hierarquizar, incluir, excluir, adaptar, expor etc. São processos tecnicamente chamados de edição.
Mas o trabalho também consiste na transliteração: adequação da linguagem para que o leitor/espectador leigo compreenda assuntos complexos em termos simples. É aqui que a notícia passa do campo da informação para o da percepção. Do campo da linguística para o campo semiótico.
Disso decorre o seguinte: se há edição, há uma intencionalidade. Combinada com uma determinada retórica ou estética da notícia, temos, portanto, uma bomba semiótica – a arbitrária moldagem da percepção do público no sentido daquilo que interessa o chamado “aquário” das redações num movimento de correia de transmissão com os interesses corporativos, políticos e econômicos.
Isso cria situações contraditórias, ambíguas: muitas vezes o rótulo diz uma coisa e a estética da edição diz outra. O que resulta numa outra questão: qual é a intencionalidade? Ou tudo é apenas o resultado dessa contradição inerente à produção de notícias?
A atual cobertura extensiva da grande mídia sobre a ameaça de uma pandemia do novo coronavírus vem revelando essa ambiguidade que transformam as notícias em verdadeiras bombas semióticas: a retórica e estética moldam a percepção das notícias, muitas vezes num sentido contrário do que elas pretendem informar.

“Não há motivo para pânico!”

Se não, vejamos. Como não poderia deixar de ser, a última edição do Fantástico da Globo (01/03/2020) deu destaque ao novo coronavírus. Dois infectologistas foram recebidos no estúdio do programa para serem entrevistados pela jornalista Sonia Bridi.

“Não é motivo para pânico”, diz logo de cara a infectologista Mirian Dalben do Hospital Sírio Libanês. Esse era o tom da entrevista: não confiar nas fake news que só produzem pânico e confusão.
Mas… espere um momento! O que são aquelas duas estruturas 3D gigantescas num tosco cenário virtual girando no estúdio, inseridas ameaçadoramente entre a jornalista e os entrevistados? Algo parecido com aqueles assustadores monstros disformes dos filmes de terror sci-fi B japoneses e americanos dos anos 1950 – “A Bolha Assassina”, o Monstro da Bomba H” etc.
A notícia é: não vamos entrar em pânico, isso é tudo fake news! Mas a transliteração da notícia cria outra percepção: a da assustadora ameaça de duas gigantescas estruturas 3D que emulam o coronavírus, girando dentro do estúdio… Onde estão as fake news?
Ou ainda no infográfico do telejornal Bom Dia Brasil (04/03/2020) da mesma emissora no qual mostra os 29 países monitorados pelo Ministério da Saúde e, mais uma vez, com um modelo 3D gigantesco do COVID-19, como se ameaçasse o mapa-múndi ao seu lado.
Em seguida, mais advertências contra as fake news, que apenas criariam “pânico e confusão”.
Em toda a cobertura da grande mídia parece haver uma ambiguidade intencional para criar um rendimento semiótico bem definido: medo e insegurança. Camadas de retórica visual embrulham a notícia, colocando a informação no campo das bombas semióticas: a intencionalidade não é informar, mas moldar a percepção a partir da contradição entre forma e conteúdo, notícia e estética, informação e percepção.
Daí a insistente necessidade da grande mídia diferenciar o produto do jornalismo corporativo das “fake news”: criar um suposto selo de qualidade, porque, no final, elas não são lá muito diferentes das notícias falsas, com seus cenários virtuais e infográficos deliberadamente toscos.


Pandemia falsa?

Portanto, qual é a intencionalidade por trás dessas bombas semióticas? Por que esse sensacionalismo ambíguo da grande mídia na cobertura do COVID-19?
Para o professor emérito de Economia da Universidade de Ottawa (e fundador e diretor do Centro de Pesquisas sobre Globalização – CRG), Michel Chossudovsky, há uma série de evidências de que a ameaça da pandemia do coronavírus é falsa, com um objetivo bem definido: desestabilização econômico, social e geopolítica global.
Na superfície, deliberada campanha contra a China para criar uma onda de sentimentos racistas contra a etnia chinesa (e mesmo oriental, como demonstram notícias sobre atos racistas contra coreanos em Londres).
Mas para Chossudovsky, essa é apenas a superfície da questão – alimentar o preconceito é a motivação da psicologia de massas para legitimar outras agendas: a financeira e a geopolítica.
Em seu artigo “COVID-19: A Fake Pandemic? Who’s Behind It? Global Economic, Social and Geopolitical Desastabilization” (clique aqui), Chossudovsky começa “triturando” os números:
A população mundial é da ordem de 7,8 bilhões.A população da China é da ordem de 1,4 bilhões.A população mundial menos a China é da ordem de 6,4 bilhões.4691 casos confirmados e 67 mortes relatadas (fora da China) de uma população de 6,4 bilhões não constituem uma pandemia. 4691/6.400.000.000 = 0,00000073 = 0,000073%64 casos nos EUA, com uma população de aproximadamente 330 milhões, não são uma pandemia. (Dados de 28 de fevereiro): 64 / 330.000.000 = 0,00000019 = 0,000019%
Segundo o pesquisador, enquanto isso os mais recentes dados da vigilância do Fluview dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA relatam que em 18 de janeiro de 2020 houve 15 milhões de casos de gripe, 140 mil hospitalizações e 8.200 mortes nessa temporada do influenza.
“Cerca de 84.000 pessoas em pelo menos 56 países foram infectadas e cerca de 2.900 morreram”, diz o New York Times. Mas o que não é mencionado é que 98% desses casos de infecção estão na China Continental. Existem menos de 5000 casos confirmados fora da China. (OMS, 28 de fevereiro de 2020).

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Movimento Empresa Sem Partido, por André Motta Araújo

Se há empresários que querem ter suas preferencias ideológicas, os consumidores não precisam ser sócios dessas preferências

Bolsonaro se encontra com empresários brasileiros. Foto: Reprodução/Agência Brasil - Jair Bolsonaro/Redes Sociais

Movimento Empresa Sem Partido

por André Motta Araújo


Empresários que apoiam a devastação da Amazônia, a destruição da cultura nacional, a liquidação da educação publica, e a implosão das instituições democráticas merecem a preferencia dos consumidores para seus produtos?
As esquerdas estão sem agenda, que tal um MOVIMENTO EMPRESA SEM PARTIDO?
Se há empresários que querem ter suas preferencias ideológicas, os consumidores não precisam ser sócios dessas preferências, financiando os empresários que escolhem um caminho antinacional, anti-crescimento, anti-cultura, anti-democracia – lembrando que 63% dos eleitores brasileiros NÃO escolheram essa ideologia da destruição dos valores nacionais, porque então apoiar com sua preferencia de compra esses empresários ideológicos?
Na ascensão do fascismo alemão, grandes empresários que bancaram o nazismo e depois da derrota da Alemanha foram severamente punidos; tribunais de desnazificação foram instalados na Alemanha, preservaram-se empresas, mas seus dirigentes foram presos ou afastados da direção e dos conselhos.
Também na França ocupada, as empresas colaboracionistas foram punidas, a Renault foi nacionalizada em 1946 porque Louis Renault colaborou com o Terceiro Reich. É da logica da opção politica que o empresário ativista assuma riscos, às vezes até mal avaliados.
No Brasil, tivemos exemplos de empresas punidas mesmo indevidamente por tomarem lado com governos, como o caso da PANAIR que foi liquidada pelo regime militar porque seu acionista principal Mario Wallace Simonsen era partidário de João Goulart. No bolo também entrou a TV EXCELSIOR. Não foi o único caso nos 21 anos do governo de 1964.

Empresário ativista politico sai da bolha do mercado e entra na politica, e isso tem riscos especialmente quando está em campo uma batalha ideológica.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor

sábado, 7 de março de 2020


Muito impactante o vídeo produzido pelo Sindicato do Jornalistas do Distrito Federal sobre o desrespeito de Bolsonaro ao cargo que ocupa e à imprensa livre, que se recusa a responder sobre suas ações e os resultados desastrosos de sua política. A democracia não é uma palhaçada.

Padilha se deu mal ao apostar na direita e agora tenta limpar imagem. Por Luís Felipe Miguel




















José Padilha. Foto: Wikimedia Commons
PUBLICADO NO FACEBOOK DO AUTOR
POR LUIS FELIPE MIGUEL
O súbito interesse da Rede Globo em Marielle Franco mostra uma disposição para enfrentar Bolsonaro, reagindo à óbvia preferência que o governo demonstra por suas concorrentes. Falta saber, é claro, até onde vai essa disposição – se a Vênus Platinada ainda julga que se latir bastante vai conseguir uma recomposição ou se já abandonou essa esperança.
Imagino que o caminho preferencial seja asseptizar Marielle, transformá-la em algo como paladina do identitarismo liberal e da integração das periferias à sociedade de classes. Como costuma ocorrer – como foi feito com Martin Luther King, cuja visão anticapitalista hoje é quase esquecida, ou Nelson Mandela despido de sua militância revolucionária e transformado numa espécie de Madre Teresa ou Gandhi sul-africano.
A presença de Antônia Pellegrino no projeto, em parceria estreita com Padilha, é uma vergonha. É claro que o PSOL e mesmo Freixo não têm responsabilidade por aquilo que ela faz, mas valeria um posicionamento público para marcar distância.

quarta-feira, 4 de março de 2020

ABI pede compostura ao presidente Bolsonaro

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), por meio de nota, considera inaceitável o comportamento do presidente, que faz pouco da democracia e da liberdade de expressão.
Jornal GGN – A performance do palhaço escalado pelo presidente Bolsonaro para falar sobre o PIBinho deixou marcas. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), por meio de nota, considera inaceitável o comportamento do presidente, que faz pouco da democracia e da liberdade de expressão.
A ABI procurou veículos de imprensa e entidades para articular uma resposta que seja ao que vem acontecendo continuamente.
Leia a nota a seguir.
Nota da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
Nesta quarta-feira, a porta do Palácio da Alvorada foi palco de mais um episódio vergonhoso, em que jornalistas foram desrespeitados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Um humorista fantasiado de presidente e trajando um arremedo de faixa presidencial, chegou ao local num carro oficial com o secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngartem, e distribuiu cachos de bananas aos jornalistas.
Em seguida, apareceu Bolsonaro e interagiu com piadas de mau gosto com o humorista, participando da palhaçada e ofendendo os jornalistas e o trabalho da imprensa.
Esse comportamento inaceitável do presidente com a imprensa vem se repetindo e se acentuou ao longo das últimas semanas. Demonstra pouco apreço à democracia e à liberdade de expressão – quando não também machismo e misoginia, ter como alvo preferenciais profissionais do sexo feminino.
Seja como for, está a exigir uma resposta firme de todos os democratas.
A ABI já procurou direções de veículos de imprensa e de entidades de representação de jornalistas para articular, conjuntamente, uma resposta polida, mas firme, às inaceitáveis agressões de Bolsonaro e de integrantes de seu círculo mais próximo.
E continuará resistindo às agressões do presidente à imprensa.
Continuará, também, exigindo do presidente um comportamento à altura de seu cargo.
Compostura, senhor presidente!
Paulo Jeronimo de Sousa – Presidente da ABI

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O PT não aprende, por Aldo Fornazieri

O partido propor o impeachment é colocar-se na linha de tiro. É dar argumentos à extrema-direita, abrindo o flanco para que seja acusado de golpista.
Brasília(DF), 4/1/2018 - Presidente Jair Bolsonaro na passagem de comando da aeronáutica. Local: base aérea. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
O PT não aprende

por Aldo Fornazieri

Pelas informações que vieram a público, o líder do PT no Senado, senador Rogério Carvalho, teria afirmado que o partido vai entrar com um pedido de impeachment contra Bolsonaro. O ex-líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta, gravou um vídeo conclamando “impeachment já”. Tudo indica que o PT pouco ou nada aprendeu com suas derrotas e que não está disposto a aprender.
O PT tem ainda um enorme passivo junto a setores expressivos da sociedade por conta dos erros do governo Dilma e das acusações de corrupção. O partido propor o impeachment é colocar-se na linha de tiro. É dar argumentos à extrema-direita, abrindo o flanco para que seja acusado de golpista. Provavelmente, ficaria isolado e pendurado na brocha. Parece que o partido perdeu a capacidade de ler corretamente a conjuntura e de extrair da leitura linhas de ação tática corretas.
O PT confunde a vontade de Bolsonaro com a realidade. Bolsonaro gostaria de governar por meio de uma ditadura? Sim! Bolsonaro tem condições de implantar uma ditadura como afirmam José Dirceu, vários outros representantes de partidos e analistas de esquerda? Não! Bolsonaro não tem força política e nem militar para implantar uma ditadura. Não tem força no Congresso, não tem o apoio do alto comando das Forças Armadas, não tem apoio da maioria esmagadora dos governadores, não tem apoio suficiente no empresarial e não tem força na sociedade civil para tal intento. Também não há ambiente internacional para que tal aventura obtenha apoio e sucesso
Bolsonaro agride a democracia cotidianamente, sem dúvida. Ele precisa ser contido nisto. Como? 1) Através de uma frente democrática informal em defesa da democracia e do Estado de Direito, com o leque de forças que vai do cento à esquerda; 2) Convocar atos de rua em defesa da democracia e de pautas concretas de interesse popular; 3) Convocar o general Heleno no Congresso para que preste conta de suas declarações golpistas; 4) Consolidar uma articulação de governadores em defesa da democracia e dos interesses dos estados.
E a questão do impeachment? A abertura do processo de impeachment pode ser proposta por juristas que expressem um arco de alianças plurais. Esta proposta, neste momento, teria o objetivo tático de funcionar como uma linha de barragem às agressões que Bolsonaro promove contra a democracia. Teria o objetivo tático de funcionar como uma ameaça, da qual se poderia lançar mão se Bolsonaro avançar o sinal.
Mas é preciso considerar que nenhum Congresso será capaz de dar encaminhamento a um processo de impeachment a seco, sem mobilização popular. E, pelo que se vê até agora, as forças democráticas e progressistas não têm capacidade convocatória. A rigor, com uma exceção aqui, outra acolá, as mobilizações convocadas pelas esquerdas  vêm fracassando.
Então, do que se trata, neste momento, é de defender a democracia reconstruindo capacidade mobilizadora e organizadora através das pautas concretas dos interesses sociais e populares. Problemas não faltam. Demandas e reivindicações também não. Não será o radicalismo de salão que irá reconstruir essa capacidade que as esquerdas e os setores populares e progressista perderam.
Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política.

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