Neste domingo (31), em São Paulo e em outras capitais, os bolsonaristas, intervencionistas, militaristas, ultranacionalistas e olavistas encontraram um contraponto para sua sandice. Na avenida Paulista, para onde tem se dirigido algumas centenas de bolsonaristas todos os domingos, contrariando as recomendações sanitárias e de isolamento em tempos de pandemia, um outro grupo se fez presente: os dos que se levantam contra pleitos antidemocráticos e contra o autoritarismo.
A Polícia Militar de São Paulo mostrou de que lado está – o que de resto não pode ser surpresa para ninguém -, atirando bombas nos antifascistas e deixando livres aqueles que carregavam bandeiras ultranacionalistas e pediam o fechamento do Congresso Nacional.
De qualquer maneira, a mensagem ficou clara. Há, no Brasil, com pandemia ou sem ela, quem se levante contra os que investem contra a democracia. Veja, abaixo, imagens deste domingo na avenida Paulista, da fotógrafa Thais Haliski
Polícia investiga se manifestante com bandeira ultranacionalista ucraniana iniciou confusão na Paulista
A Polícia Militar de São Paulo está apurando as origens da confusão ocorrida neste domingo (31) na avenida Paulista foi gerada por um manifestante que carregava uma bandeira relacionada a grupos ultranacionalistas e anticomunistas ucranianos, que se encontrava com junto com os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ocupavam parte da avenida.
A suspeita é de que os dois grupos que estavam no local, bolsonaristas e antifascistas, tenha dado início a um confronto após uma provocação que teria sido feita pelo manifestante com a bandeira, que, segundo a embaixada ucraniana no Brasil, se trata de um símbolo que remonta ao Século 10 e a ordens religiosas de então.
Atualmente, a bandeira é o símbolo do Pravyy Sektor (Setor Direito), partido político ucraniano de extrema direita ultranacionalista. Ele foi criado em novembro de 2013, como confederação paramilitar de várias organizações nacionalistas.
Segundo o coronel Álvaro Camilo, secretário-executivo da PM, informações preliminares foram passadas por policiais militares que atuaram na manifestação dando conta de um homem empunhando a bandeira e se dirigindo provocativamente aos manifestantes contrários. A partir daí, teria tido início uma briga generalizada, e PM teria agido para restaurar a ordem no local. De acordo com o coronel, essas informações ainda serão melhor apuradas.
Curiosamente, conforme se pode ver em dezenas de vídeos disponíveis em sites de imprensa e redes sociais, a PM só atirou bombas nos manifestantes antifascistas, permitindo que a manifestação bolsonarista continuasse normalmente. Em um dos vídeos, é possível ver o momento exato em que um policial militar agride um manifestante antifascista sem qualquer motivo aparente, dando, ali sim, início à repressão da PM a um só dos atos que aconteciam na avenida. Veja:
De qualquer forma, também é possível ver, em outro vídeo, um manifestante bolsonarista, de roupas militares e portando a tal bandeira, indo de encontro aos antifascistas, em evidente atitude de provocação. Assim, é possível que a violência contra um dos lados da manifestação por parte da PM tenha tido dois estopins, e não um só. Veja:
Só o que nenhum vídeo mostra é alguma imagem que comprove a versão da PM ou a do governador João Doria, de que a PM foi atacada com pedras antes de começar a atirar bombas, ou que a PM agiu para garantir a integridade física de todos.
VÍDEO – Bolsonarista com bandeira dos EUA é questionada por portar um taco de beisebol: “não é da sua conta”
Segundo a PM, a mulher foi presa junto com outros manifestantes da Avenida Paulista.
VÍDEO – Para CNN Brasil, mulher para na frente da barreira da PM e é “contida” com gás de pimenta
Publicado em 31 maio, 2020 5:17 pm
Na tentativa de passar pano para o governo Bolsonaro e os bolsonaristas, a CNN Brasil é incapaz de chamar uma repressão da Polícia Militar de repressão.
VÍDEO – CNN chama início da repressão da PM de “torcidas organizadas em conflito”
Publicado em 31 Maio, 2020 5:15 pm
Perdida na hora de legendar a transmissão ao vivo, a CNN Brasil chamou o começo da repressão da PM de “torcidas organizadas em conflito”. E, a todo momento, lembrou que os antifascistas vestiam preto.