quinta-feira, 29 de setembro de 2022

 

Culpa do Fundão: Prefeitos não conseguem transferir votos

Na Região do Seridó, os Prefeitos estão com as mãos na cabeça. Não conseguem transferir votos para Rogério Marinho nem amarrados pelos “Eggs”. É que o eleitor descobriu que existe um tal de FUNDÃO ELEITORAL. Principalmente agora na reta final da campanha.

Também para os candidatos a deputado federal e deputado estadual. Os indecisos superam a casa dos 60% pra lá.

Até domingo (2) o bicho vai pegar. E o tempo tá passando.



ACRE TEM UM TERÇO DE FLORESTAS NA MIRA DE GRILEIROS E CAMINHA PARA "RONDONIZAÇÃO".

 


REPORTAGEM

Acre tem um terço de florestas na mira de grileiros e caminha para “rondonização”

Jefferson Rudy/Agência Senado

O desmatamento e a grilagem aumentaram no governo de Gladson Cameli, que vê no modelo do vizinho a solução para o estado


29 de setembro de 2022

06:00

Amanda Audi

Discurso antiambientalista vê preservação do meio ambiente como problema 

Território 80% ocupado por mata e pouco populado facilita ação de posseiros 

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Uma área do tamanho da Holanda está sendo ocupada aos poucos, e silenciosamente, por posseiros no Acre. São 4,6 milhões de hectares formados majoritariamente por floresta nativa, no estado que possui uma das maiores presenças vegetais intactas do país e que nos últimos anos quebrou recordes de desmatamento. 


As terras pertencem à União, mas não têm uso definido. Isto é, não são áreas de preservação ambiental, assentamento, território indígena ou quilombola. Sem destinação específica, elas são vistas como um convite para grileiros que querem botar a mata abaixo para plantar soja ou criar gado.


Há a possibilidade de parte da área já ser ocupada por moradores, mas de forma irregular, como indicam os dados do relatório “Leis e práticas da regularização fundiária no estado do Acre”, do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). 


O documento ainda mostra que a legislação do estado não define um prazo-limite para ocupação de terras públicas para regularização. Ou seja, elas podem ser invadidas a qualquer momento – ontem, hoje ou mesmo no futuro – e ainda assim serem regularizadas para os posseiros.


Além disso, cerca de um terço das terras indígenas – que já têm destinação legal – ainda não foram homologadas e também são alvo de invasões. Sozinhas, essas áreas somam quase 300 mil hectares.


O desmatamento e a grilagem se intensificaram principalmente nos últimos anos com o governo de Gladson Cameli, governador do Progressistas que apoia o presidente Jair Bolsonaro e lidera as pesquisas de intenção de voto, com chance de ser reeleito no primeiro turno.


Como Bolsonaro, Cameli formou a sua articulação política com evangélicos, ruralistas e grandes empresários das maiores cidades do estado. Em quatro anos, ele propôs o enfraquecimento de mecanismos de fiscalização ambiental, disse para produtores não pagarem multas e continua prometendo a madeireiros “desburocratizar” o setor.


O analista ambiental Govinda Terra, que trabalhou por seis anos na fiscalização de desmatamento do estado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), pondera que o discurso não é de um político específico, mas que costuma sempre ganhar força em ano eleitoral por ter alta adesão na sociedade. “O apoio à ocupação irregular dá resultado eleitoral no curto prazo, e isso gera mercado para os grileiros, pois muitas vezes eles utilizam as pessoas pobres para consolidar a ocupação e o local vira um curral eleitoral”, diz.


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Cameli é um dos principais defensores da “rondonização do Acre”, um nome dado por especialistas para a mudança de foco no modelo de desenvolvimento do estado inspirado no estado vizinho de Rondônia.


“Em especial no primeiro ano de mandato, eram frequentes as idas do atual governador a Rondônia para visitar empreendimentos agropecuários, com o propósito de importar o modelo do agronegócio e atrair investidores para o estado”, afirma Luci Maria Teston, coordenadora estadual do Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal (Legal-Amazônia).


Um dos exemplos da união dos governos para impulsionar o agronegócio foi a aliança entre Acre, Rondônia e Amazonas para criar o Amacro (acrônimo com os nomes dos estados) em 2019, com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. 


Nilmar Lage/Greenpeace

Desmatamento e queimada na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia) em 2022

Liderados por governadores bolsonaristas, os estados atuaram para permitir que a região da “tríplice fronteira” entre eles virasse um grande polo agrícola – ou basicamente uma gigantesca plantação de soja e pasto para gado. A iniciativa foi “gestada no âmbito das federações de agricultura”, de acordo com a pesquisadora. 


Após duras críticas, principalmente de ambientalistas, o Amacro acabou se tornando uma versão mais soft, com a alegada proposta de conciliar sustentabilidade e desenvolvimento, e rebatizado como Zona de Desenvolvimento do Acre, Rondônia e Amazonas Abunã-Madeira.


Mas isso não impediu que a região se tornasse o novo marco do desmatamento ilegal no país. Somente no ano passado, ela concentrou 12% de toda a mata devastada no país, em um aumento de mais de 30% em apenas dois anos.


“O processo de desmatamento e queimadas no Acre não é recente, apesar dos dados mostrarem que houve aumento considerável nos últimos anos, em especial a partir do deslocamento da inclinação ideológica do sistema partidário da esquerda para a direita, na esteira das eleições de 2018”, diz Teston.


O meio ambiente tampouco é uma preocupação relevante na agenda legislativa acriana. Dos mais de 600 projetos de lei apresentados entre 2019 a 2021, apenas 13 proposições envolveram a temática na Assembleia Legislativa, mostram pesquisas desenvolvidas pelo Legal Amazônia.


Geraldo Magela/Agência Senado

O desmatamento e a grilagem aumentaram no governo de Gladson Cameli

Terra de posseiros

O problema da regularização de terras no Acre é antigo. Há quem diga que o estado deveria ter três andares de altura para conseguir comportar todas as terras que foram registradas de forma sobreposta. “O Acre tem várias gerações de documentos antigos de terra emitidos no Rio de Janeiro, Manaus, Bolívia e Peru”, diz Govinda Terra. 


Na década de 1970, quando o estado ainda era recém-criado, os fazendeiros usavam avião para medir terras e depois registrar em cartório. “Quando se faz o georreferenciamento, é possível argumentar que a área é maior do que consta no documento antigo. E aí vêm as sacanagens”, ele continua.


Com mais de 80% de território ocupado por mata e pouco populado (metade dos seus cerca de 900 mil moradores vivem na capital, Rio Branco), sempre foi fácil para os posseiros driblar a fiscalização e se estender por terras cada vez mais extensas. Nos últimos anos, porém, o processo escalonou de forma nunca vista.


Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 2018 e 2021 o desmatamento no Acre mais do que dobrou. Passou de pouco mais de 400 km2 por ano para o recorde de 889 km2 – o equivalente a 90 mil campos de futebol. Foi o maior índice em quase duas décadas. 


Daniel Beltrá/Greenpeace

Degradação ambiental no estado vem batendo recordes consecutivos

O rebanho de gado também tem aumentado continuamente, e hoje já há quatro vezes mais bovinos do que habitantes no estado. A boiada depende de áreas desmatadas para pastar. “Tanto os migrantes como os filhos de seringueiros tradicionais entendem a pecuária como um modo de vida próspera”, diz o analista ambiental.


O látex, extraído pelos seringueiros para fazer borracha, já foi o principal motor econômico do estado. Hoje o cenário mudou drasticamente. Por anos, os produtos derivados de madeira foram os mais exportados. E, em 2022, pela primeira vez, a soja passou a liderar as exportações, com 31%, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.


O resultado da devastação já é sentido na pele pelos acrianos, que nos últimos anos passaram a sofrer com extremos climáticos que vão de enchentes a estiagens históricas.


A bacia do rio do Acre, que nasce no Peru, percorre a Bolívia e desemboca no Brasil, teve a sua segunda pior seca em 2021. Apenas um ano antes, metade dos municípios foram afetados por enchentes tão poderosas que colocaram o Acre em estado de calamidade pública. Tudo isso no meio da pandemia de covid-19.


Reviravolta na política

Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro subiu em um trio elétrico em Rio Branco, empunhou um tripé de câmera e simulou um fuzil. “Vamos fuzilar a petralhada”, bradou. O gesto não foi simbólico apenas para o que viria a ser o seu governo nos quatro anos seguintes, mas também para uma transformação profunda no estado.


O Acre tem histórico de politização até pela demora em ser reconhecido como um estado brasileiro, o que ocorreu de modo oficial apenas em 1962. Passou por revoltas e tentativas de anexação e sofreu constantes pressões e interferências externas para ser explorado.


Foi lá que o sindicalista Chico Mendes liderou movimentos de seringueiros nos anos 1980 e cunhou conceitos de exploração sustentável da floresta – a chamada “florestania”, união de floresta e cidadania. Também foi lá que a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que ajudou a criar o Partido dos Trabalhadores (PT) no estado junto com Chico Mendes, deu seus primeiros passos na política.


O Acre ainda foi berço do PT durante 20 anos, com governos consecutivos do partido entre 1999 e 2019, e ganhou fama de ser um dos estados mais de esquerda do país.


Tudo mudou há quatro anos, com a eleição de Cameli para o governo estadual e o banimento de petistas de quase todos os cargos políticos que antes eram dominados por eles. Em 2018, apenas dois deputados estaduais do partido foram eleitos. Bolsonaro teve cerca de 80% dos votos válidos, sete vezes mais do que o candidato do PT, Fernando Haddad, e o Acre se tornou o estado mais bolsonarista do Brasil.


Reprodução

Cameli apoia o presidente Jair Bolsonaro

Na época, segundo cientistas políticos, a população estava cansada da “dominação familiar” de poucos grupos na política. No caso do PT, havia uma estafa da família de Jorge e Tião Viana, que se alternavam no poder no governo e no Senado, e de seus indicados, que venciam eleições com facilidade.


O Acre é um dos estados com forte presença de evangélicos, que são impactados pelo discurso conservador bolsonarista. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não tem os dados por crença religiosa, mas o último censo mostra que 40% da população de Rio Branco é evangélica.


Há também pouco interesse dos eleitores por questões ambientais, como demonstrou uma pesquisa do Legal-Amazônia com moradores das capitais dos nove estados da Amazônia Legal publicada este ano.


“É consenso que a temática ambiental não integra o conjunto de motivações para o voto, independente do cargo em disputa. Os participantes avaliam que o assunto não faz parte das promessas dos candidatos porque ‘não dá voto’”, diz o relatório. 


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O pensamento é pautado por um discurso antiambientalista que ganhou força na sociedade nos últimos anos, que entende que a preservação do meio ambiente não garante riqueza para o estado. Por outro lado, a agricultura, a modernização e a industrialização cumpririam esse papel.


A reviravolta política no estado se explica também pela mudança dos quadros. Antes, a oposição era desestruturada e liderada por nomes como Hildebrando Pascoal, conhecido como “deputado da motosserra” por ter sido condenado por comandar um grupo de extermínio. Já Cameli, quando foi eleito, conseguiu uma coligação ampla que lhe rendeu tempo de propaganda no rádio e na televisão.


Cameli é sobrinho de um ex-governador, Orleir Cameli, que atuou entre 1995 e 1999, e pertence a uma família tradicional com influência no Vale do Juruá. A família chegou a ser acusada de extração ilegal de madeira de uma terra indígena, mas se livrou da denúncia após ter pago uma multa de R$ 14 milhões.


O governador foi citado na Operação Lava Jato como suposto beneficiário, entre outros políticos do PP, de mesadas vindas de contratos da Petrobras. Mas não chegou a ser denunciado e sempre negou irregularidades. A reportagem tentou contato com o governador, que não retornou até a publicação.


Ao que tudo indica, o Acre deve manter a sua vocação bolsonarista no próximo pleito, mesmo que Bolsonaro perca na disputa nacional. Na última pesquisa Ipec no estado, divulgada este mês, o presidente tinha 53% das intenções de voto. Cameli saiu-se ainda um pouco melhor: registrou 54% de preferência.  Nossa cobertura eleitoral é financiada por leitores como você. Ajude doando mensalmente ou faça um pix para contato@apublica.org. 


*Esta reportagem faz parte do especial Emergência Climática, que investiga as violações socioambientais decorrentes das atividades emissoras de carbono – da pecuária à geração de energia. A cobertura completa está no site do projeto.


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Amanda Audi

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Se as urnas levarem à derrota de Bolsonaro, Alto Comando do Exército terá que rever papel da instituição na vida pública


28 de setembro de 2022

17:00

Monica Gugliano

Conheça o perfil dos generais que podem vir a ser Comandante 

democracia

Eleições 2022

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política

Comandante, senhores, este é o relato.


Assim começa a apresentação dos coronéis candidatos à promoção de generais na reunião do Alto Comando do Exército (ACE). Acontece no quarto andar do Quartel General do Exército (QGEx) em Brasília, na sala de 10 por 7 metros de paredes alvas, parte delas revestidas com os retratos de todos os ministros e comandantes do Exército desde o reinado de Dom João VI. É um dos momentos mais solenes vividos por esses militares. Os escolhidos serão a elite da Força e, um deles, ao seu tempo, poderá chegar a Comandante. “A promoção de um coronel não é uma foto, é um filme inteiro”, explica à Agência Pública o general Sergio Etchegoyen, ex-chefe do Estado Maior e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência da República.


Até a chegada à presidência de Jair Bolsonaro – cuja origem militar ele sempre fez questão de alardear – temas como as discussões no Alto Comando do Exército (ACE) despertavam pouco interesse na imprensa. Considerava-se que, após 21 anos no poder durante a ditadura, os militares haviam reencontrado seu lugar e suas legítimas funções em um Estado democrático. Não foi bem assim. Interesses de ambos os lados, tanto de Bolsonaro como de militares, estreitaram as diferenças entre uma instituição de Estado e o governo. Se as urnas levarem à derrota de Bolsonaro, o Alto Comando do Exército terá que rever o papel da Instituição na vida pública. Continuará como as demais instituições de Estado, e o que possivelmente acontecerá, segundo a avaliação de acadêmicos e estudiosos do tema, é que deixará de ter a exposição pública outorgada por Bolsonaro.


Entretanto, esses militares, em especial os da reserva, têm visões bem diferentes sobre a política nos quartéis, embora tenham os valores e as práticas que aprenderam ao longo da carreira. E muitos outros passaram a temer – como de certa forma está acontecendo – que o fracasso do governo Bolsonaro acabe no colo das Forças Armadas. Eles garantem, porém, que não haverá nenhum tanque na rua, seja qual for o resultado das eleições.


Nesta entrevista com o general Etchegoyen, perguntei se a ideologia dos coronéis era avaliada nas promoções: “Nunca, e olhe que nunca é uma palavra pesada e definitiva, nunca vi em uma reunião do Alto Comando alguém perguntar sobre a posição ideológica de um coronel que estava na lista para ser promovido. Muito menos, alguma vez, ouvi alguém dizer: peraí que esse cara é de esquerda, ou esse cara é golpista….”


O general Etchegoyen, na reserva, é ainda um dos mais influentes oficiais entre a cúpula do Exército. Com didática de professor, ele explica como acontecem as promoções e quais critérios nas escolhas ditarão os rumos do Exército Brasileiro. “O que é que eu fazia? Ele tem méritos? É estudioso, construiu uma carreira de alto desempenho. Ele pode ser um farsante? Pode. Eu vou ficar triste porque votei num farsante, mas votei com honestidade diante dos dados que eu tinha e em cima de todo o processo que eu relatei que não é um processo superficial”.


Wilson Dias/Agência Brasil

Sergio Etchegoyen, ex-chefe do Estado Maior

Cada vez mais longe da ditadura

Para a população em geral, no entanto, as questões têm sido outras. Haveria algum comunista entre eles? Seriam eles bolsonaristas? E quantos seriam? E se fossem bolsonaristas teriam mais chances de serem promovidos? Estariam eles preparando um golpe, caso Bolsonaro não seja reeleito? Quais riscos corremos de que aconteça algo como em 1964?.


No livro “Forças Armadas e Política no Brasil”, o professor e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), José Murilo de Carvalho, responde a essas questões e também à pergunta crucial sobre qual diferença dos membros deste ACE em relação aos seus antecessores que abraçaram a candidatura e o governo Bolsonaro, relembrando que os oficiais-generais de hoje ingressaram na carreira antes da redemocratização, mas os oficiais que estavam em escalões mais baixos já tiveram experiência distinta.


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Na prática e de acordo com a relação dos membros do ACE desde 2017 obtida via Lei de Acesso de Informação (LAI) pela Pública, essa renovação já vem acontecendo. Sem falar nos mais antigos das turmas de 69 (como o general Augusto Heleno, ministro chefe do GSI), também ficaram para trás os colegas de Bolsonaro na Aman de 1977.


O atual Comandante, general Marco Antônio Freire Gomes, o último remanescente da turma de 80, passará o cargo ao escolhido pelo próximo presidente da República no começo de 2023.


Os demais membros do Alto Comando se formaram a partir da primeira década de 80. Naquela época o presidente Ernesto Geisel já havia enquadrado a linha dura e iniciava a abertura “lenta, gradual e segura”. Seu sucessor, o general João Baptista Figueiredo, ameaçava “prender e arrebentar” quem se opusesse à abertura. Esses oficiais viveram nos quartéis os últimos dias de um regime exaurido, impopular e à voltas com uma situação econômica que espremia os salários e gerava protestos Brasil afora. Isso ajuda a explicar a veemência com que costumam rechaçar – sempre em off – as ideias de golpes ou quaisquer medidas que fujam das regras estabelecidas pela Constituição. As novas gerações têm consciência do custo que o regime militar impôs às Forças Armadas.


Etchegoyen, que é sete turmas mais sênior que a atual formação do Alto Comando, lembra que há pouco tempo fez uma palestra e comentou que não se recordava de outro país que tivesse passado por todos os “estresses” que o Brasil passou nos últimos anos “sem nenhum solavanco institucional”.


“Só isso é um atestado de resistência, de consolidação, do valor que damos à democracia”, afirma, lamentando as conclusões que aparecem sem nenhum fundamento, em sua opinião: “Com a maior sem cerimônia do mundo, dizem que o ACE vai fazer isso ou aquilo. Mas isso não existe”.


“Você não faz ideia do quanto isso me dói profundamente”, completa Etchegoyen.


Aproximadamente de dois em dois meses, os 16 generais do Alto Comando do Exército (ACE) ocupam seus lugares à mesa em formato de U, montada na sala do Comandante. Na cabeceira, o Comandante. À sua direita o Chefe do Estado Maior e à esquerda o mais antigo dos generais. De uma ponta à outra da mesa será essa ordem, a da antiguidade, que indicará o assento de cada um. Portanto, o mais novo general de quatro estrelas estará na cadeira de um dos extremos, a mais distante do Comandante.


CComsex

Reunião do Alto Comando do Exército

Em média, a cada ano ele avançará quatro cadeiras, passando de lugar em lugar até chegar ao lado do Comandante, “a cadeira ejetora”, como é chamada em tom de brincadeira e, nessa hora, existirão dois caminhos à sua frente: o poder do comando ou a aposentadoria. Seja qual for o rumo, culminará aí uma carreira de aproximadamente 35 anos, iniciada na juventude na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), um curso de quatro anos em regime de internato. De cada turma formada na Academia, cerca de 6% dos cadetes chegarão a general de Brigada (duas estrelas), entre 2 e 3% chegarão a general de Divisão (três estrelas) e apenas quatro – o equivalente a mais ou menos um por cento – conseguirão estar no ACE na posição de generais de Exército (com quatro estrelas).


Nas reuniões de promoção do ACE, o trabalho meticuloso apresentado nos relatos sobre cada um dos candidatos deixa pouco tempo para que outros temas sejam tratados oficialmente e registrados na ata. Nas demais reuniões, há espaço para mais temas. São usuais as avaliações de conjuntura política e econômica – que, ultimamente, os generais costumam dizer que não acontecem.


Na prática, não é que não aconteçam. Mas é que para que elas ocorram nem sempre é necessária a formalidade da reunião. Os diversos meios de comunicação que existem hoje permitem que sejam feitas em grupos de WhatsApp, e videoconferências etc.


Ao final dos encontros, o Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEX), publica um texto padrão na página do site do Exército. Informa o número da reunião e diz: “Nesta reunião foram discutidos interesses da Força”.


E como é que o Alto Comando trabalha? O general Sérgio Etchegoyen explica que o ACE é “um conselho às avessas”. O Comandante, assinala ele, não responde ao Alto Comando, mas o ouve obrigatoriamente nas questões de economia e finanças e, ao seu critério, nos temas que ele achar convenientes.


Isso muda completamente, quando são tratadas as promoções: “Aí, o comandante é um par. Ele é um voto”, acrescenta o General. Exceto, é claro, se houver um empate, pois o voto do comandante é um “voto qualificado”.


Criada em 1972, a Comissão de Promoção de Oficiais está completando 50 anos. É presidida pelo Chefe do Estado Maior do Exército e o secretário é o Diretor de Avaliação e Promoções do Departamento Geral de Pessoal. O Comandante do Exército nomeia entre os generais de Divisão e de Brigada que estão em Brasília, um ou mais relatores em função dos efetivos, para cada Arma (Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia, Comunicações, Material Bélico e Intendência – esta última só chega a general de Divisão).


Esses relatores estudam a vida de cada um dos candidatos, entre os que cumprem os requisitos para a promoção. São eles também que classificam e fazem um ranking entre os escolhidos, em geral de um a quatro. “Quando o relatório for apresentado, o general que o fez terá que dizer por que está propondo esta ou aquela ordem”, diz Etchegoyen.


Dessa última apreciação, sairá a lista, na prática uma ata, que será entregue ao Comandante do Exército. Ele pode alterar novamente as colocações para que o ACE decida, ou deixar a relação como está. “Quando o comandante assina essa relação, está formalizada o que a gente chama de a lista de acesso por escolha. É a matéria prima do Alto Comando. É com ela que o ACE trabalha”, aponta Etchegoyen.


E, no final, como funciona? Na reunião do ACE, o general mais antigo de cada Arma apresenta os coronéis que estão concorrendo. Ele ainda pode pedir mais dados sobre cada um dos postulantes, novas informações e até, mais uma vez, inverter a ordem em que eles foram colocados. “É um processo demorado, cansativo e, para mim, muito desagradável. Eu não gostava. Sempre se perde. Promover alguém é perder alguém”, define Etchegoyen.


O futuro comandante

O próximo presidente da república, a ser eleito em outubro, poderá escolher entre os generais de Exército o comandante da Força na ativa ou na reserva. A escolha, nos últimos governos, tem sido sobre um dos integrantes do ACE. Se for seguida a tradição de optar pelos oficiais mais antigos do ACE, três generais poderiam assumir o cargo.


O general Valério Stumpf Trindade, que foi promovido a general de Exército em julho de 2019. É o atual Chefe do Estado-Maior do Exército, cargo que assumiu no dia 5 de maio de 2022, após deixar o Comando Militar do Sul. Nasceu em 26 de fevereiro de 1960, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, filho de um Coronel do Exército. Foi incorporado ao Exército em 1975, na Escola Preparatória de Cadetes. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, serviu no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que controla a Abin. Também foi o número dois do atual ministro do GSI, Augusto Heleno, cargo que também exercera quando Etchegoyen estava à frente do Gabonete. É considerado um profissional muito centrado. Não usa redes sociais, é bastante reservado, tem prestígio na Força. Priorizaria as atividades profissionais da Força, defendendo o Exército afastado da política.


Outro nome sobre a mesa será o do General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, promovido a

general de Exército em 31 de julho de 2019. É, hoje, o Comandante Militar do Sudeste. Nascido em 29 de setembro de 1960, em São Paulo (SP), incorporou-se ao Exército em 1975, na Escola Preparatória de Cadetes. Foi Ajudante de Ordens dos presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Participou tanto da Missão de Paz no Haiti – onde foi Subcomandante do Batalhão de Infantaria – quanto da ocupação do Alemão, a Operação Arcanjo VI, em 2012. Foi chefe de gabinete do ex-Comandante do Exército que mudou o perfil da Força, o general Eduardo Villas Bôas, conhecido pelo Tweet sobre a votação do STF para manter Luís Inácio Lula da Silva na prisão, em 2017.


Antes de assumir o Comando Militar do Sudeste, chefiou o Departamento de Educação e Cultura do Exército. Muito respeitado no Exército e conhecido da imprensa, é considerado brilhante intelectualmente. Tem um perfil moderado, afável e terá jogo de cintura se for preciso enfrentar momentos mais críticos ou na reeleição de Bolsonaro ou na transição para um governo petista. Defende o Exército afastado da política.


O terceiro nome é do general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, que foi promovido a general de Exército em 25 de novembro de 2019. Lidera o Comando de Operações Terrestres (COTER). Nascido em 25 de abril de 1961, na cidade de Fortaleza, no Ceará, é o mais jovem. Foi incorporado às fileiras do exército em março de 1979 – cinco meses antes da Lei da Anistia – na Academia Militar das Agulhas Negras. Ele descende de uma família de militares que está no Exército desde o Império, todos generais. Atualmente, além dele, são mais cinco irmãos generais.


Um deles, Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-Comandante Militar da Amazônia, concorreu ao governo do Ceará na eleição de 2018 pelo PSDB, apoiado por Tasso Jereissati. Entre os três, ele é o que tem mais familiaridade com a mídia. É considerado um moderado, mas a proximidade de sua família com o PSDB do Ceará certamente atrapalharia sua indicação tanto em um governo Bolsonaro, como em um governo Lula.  Nossa cobertura eleitoral é financiada por leitores como você. Ajude doando mensalmente ou faça um pix para contato@apublica.org. 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

NA RETA FINAL. VOCÊ FAZ A DIFERENÇA.

 

Bom dia,

Em menos de uma semana vamos exercer o direito e o dever de ir às urnas decidir o futuro da nossa democracia. Se você ainda tem a sensação de impotência diante do cenário atual e pensa que apenas um voto ou uma ação individual não faz diferença, queremos te mostrar que fazem sim. 

Um voto só não faz milagre, mas milhares de pessoas que defendem a democracia, se agirem juntas, podem derrotar quem a ameaça. 

No jornalismo independente, funciona a mesma lógica. O trabalho da Pública, por exemplo, conta com financiamento de leitores. No nosso programa de membros, o Programa de Aliados, o valor mínimo de contribuição é R$10 por mês. Pode parecer pouco, mas, para a gente, não é. Isso porque estes 10 reais de um indivíduo se somam a outros 10, 30 ou 50 reais de mais de 1600 pessoas que contribuem com a Pública e dão sentido ao trabalho que fazemos todos os dias. 

Nossa cobertura das eleições é possível graças ao apoio desses Aliados da Pública. Com a contribuição deles, investigamos, por exemplo, o caminho da desinformação nas redes sociais, revelando que mais de 40% dos vídeos com mais interações entre julho e agosto em grupos pró-bolsonaro do WhatsApp foram feitos originalmente no TikTok ou Kwai. Uma parte desses conteúdos propaga informações falsas sobre o sistema eleitoral ou defende o voto impresso. 

Fora da bolha bolsonarista nas redes sociais, revelamos quem bancou a ida dos tratores que desfilaram em Brasília no 7 de setembro. Na lista estão grandes empresários de implementos e maquinários agrícolas, produtores rurais e representantes de sindicatos regionais do agro. 

Além disso, desde as eleições de 2018, monitoramos casos de violência eleitoral. Neste ano, nossa equipe já está investigando dezenas de casos de ataques contra eleitores, candidatos, mesários e jornalistas. Infelizmente, temos visto um aumento desses casos nos últimos dias e, por isso, estaremos a postos neste fim de semana para mapear e investigar a violência ligada às eleições.

Faz parte da nossa missão investigar as diversas ameaças que colocam nossa democracia em risco. E pode ser parte da sua missão contribuir com o nosso trabalho na linha de frente desta batalha. Ainda dá tempo de fortalecer a nossa cobertura eleitoral. Apoie a Pública hoje e defenda quem protege a democracia. 

 
Quero apoiar a Pública!
Um abraço,

Giulia Afiune
Editora de Audiências da Agência Pública

APOROFOBIA DE ESQUERDA

 Roberto Malvezzi (Gogó)

Aporofobia é um neologismo feio, do grego, significa desprezo pelos pobres, e está na moda.

Ela se manifesta em expressões que qualificam os mais empobrecidos como “vagabundos”, “inúteis”, “parasitas”, “só servem para votar”, ou em gestos concretos, quando uma prefeitura ergue espadas debaixo de uma ponte para que eles não durmam ali, ou uma igreja manda remover os pobres de suas praças para que eles não enfeiem o ambiente. Ainda mais, quando são proibidos de entrar nas missas porque estão sujos, maltrapilhos e mal cheirosos. Esse tipo de aporofobia conhecemos bem, vem da classe dominante, da cultura escravocrata sobre índios e negros da qual esse país se alimentou por séculos e ainda se alimenta.

Mas, nos grupos de mídia, de repente surge um novo tipo de aporofobia. Os empobrecidos são chamados de “inconscientes”, “sem consciência de classe”, “pobre de direita”, “atrasados” etc., outras ofensas que nem registro aqui, tudo dito com muita raiva e desprezo. Surge, então, a aporofobia de esquerda. É o desprezo pelos empobrecidos, embora por razões diferentes.

Quem já fez um trabalho de base, quem conhece o Evangelho, quem ouve o Papa Francisco, quem conhece a pedagogia do oprimido de Paulo Freire, sabe que os empobrecidos desenvolvem mil artimanhas de sobrevivência. Eles precisam. Quanto a muitos, que se acham mais esclarecidos que eles, é bom lembrar que não se ata mais uma carga a quem já carrega nas costas todas as mazelas do mundo. É nesse sentido que faz cada vez mais sentido aquela frase de Papa Francisco: “isso é Evangelho, não é comunismo”. Não porque ele menospreze os socialistas ou comunistas, mas para dizer sempre que o Evangelho vai mais fundo na condição humana, para além da construção das classes sociais e suas ideologias.

Para finalizar, uma senhora do interior de São Paulo perdeu sua cesta básica por se declarar eleitora de um candidato. Mesmo depois, apoiada por muitos, confirmou sua escolha. Ela pertence a maioria pobre desse país que tem sustentado a alta votação do referido candidato até agora. Mesmo com as manobras eleitorais de programas sociais, a grande maioria não recuou de seu voto, o que indica uma alta consciência política. Assim como os dominantes, que têm alta consciência de classe e nunca erram seu voto. Os empoderados continuam firmes com o homem que está na presidência.

Resumo da ópera, não é agredindo com palavras, preconceitos e atitudes que vamos ajudar a parcela minoritária dos mais pobres que ainda vota nos seus inimigos. O melhor caminho, onde couber, continua sendo o diálogo. Onde não couber, que ao menos se respeite a consciência real de parcela dos mais empobrecidos!

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

IPEC: LULA 48%; BOLSONARO, 31%

 

Por g1

 


Ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro — Foto:  Amanda Perobelli/Reuters e Miguel Schincariol/AFP

Ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro — Foto: Amanda Perobelli/Reuters e Miguel Schincariol/AFP

Pesquisa Ipec divulgada nesta segunda-feira (26), encomendada pela Globo, mostra o ex-presidente Lula (PT) com 48% das intenções de voto e o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 31% na eleição para a Presidência da República em 2022.

Em relação à pesquisa anterior, de 19 de setembro, Lula foi de 47% para 48%. Bolsonaro se manteve com 31%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

O Ipec diz que o cenário é de estabilidade.

Intenção de voto estimulada

A pesquisa ouviu 3.008 pessoas em 183 cidades entre os dias 25 e 26 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE sob número BR-01640/2022.

Destaques

A pesquisa mostra que Lula vai melhor:

  • entre quem avalia negativamente a gestão Bolsonaro (foi de 78% para 80%);
  • entre os que vivem no Nordeste (62%, ante 63% do levantamento anterior);
  • entre as famílias com renda mensal de um salário mínimo (57%, ante 58% no levantamento anterior);
  • em residências em que ao menos uma pessoa receba auxílio do governo federal (55%, mesmo índice do levantamento anterior);
  • entre pessoas com ensino fundamental (55%, contra 58% na rodada anterior);
  • entre católicos (54%, contra 53% anteriormente);
  • entre pretos e pardos (51%, ante 52% no levantamento anterior);
  • entre os que vivem em municípios com até 50 mil habitantes (52%, ante 53% na rodada anterior);
  • nesta rodada, o petista passa a se destacar entre quem não é católico nem evangélico ou não tem religião (56%);
  • Entre as mulheres (51%), na comparação com homens (45%).

Bolsonaro, por sua vez, vai melhor:

  • entre os que acham a gestão dele ótimo ou bom (84%, contra 83% na rodada anterior);
  • entre evangélicos (de 48% para 50%);
  • entre pessoas cuja renda familiar supera 5 salários mínimos (44%, contra 47% na pesquisa anterior). Ele passa a se destacar entre quem tem renda de dois a cinco salários mínimos (40%);
  • entre homens (37%, ante 35% do levantamento anterior);
  • entre os que se declaram brancos (37% para 36%)
  • em domicílios em que ninguém recebe auxílio do governo federal (34%, contra 33% na semana passada);
  • no levantamento atual, Bolsonaro passa a se destacar entre os que vivem no interior (33%).

Votos válidos

Votos válidos excluem os votos em branco e os nulos. Lula lidera a disputa:

  • Lula: 52% (52% na pesquisa anterior)
  • Bolsonaro: 34% (34% na pesquisa anterior)
  • Ciro: 6% (7% na pesquisa anterior)
  • Tebet: 5% (5% na pesquisa anterior)
  • Thronicke: 1% (1% na pesquisa anterior)
  • d'Avila: 1% (0% na pesquisa anterior)

2º turno

O Ipec também pesquisou a intenção de votos no segundo turno. Lula vence por 54% a 35% no cenário pesquisado, mesmo índice da semana passada. "Considerando a estabilidade do cenário e a margem de erro da pesquisa, Lula pode ter entre 46% e 50% das intenções de voto, já as menções aos demais candidatos, somadas, ficam entre 46% e 42%. Dessa forma, ainda não é possível afirmar se o petista poderia ou não vencer a eleição no primeiro turno", diz o Ipec.

  • Lula (PT): 54% (54% na pesquisa anterior, de 19 de setembro)
  • Bolsonaro (PL): 35% (35% na pesquisa anterior)
  • Branco/nulo: 9%
  • Não sabe/não respondeu: 5%

Rejeição

Veja a seguir a rejeição dos candidatos. Bolsonaro oscilou um ponto para cima, e Lula oscilou dois pontos para cima em relação à pesquisa anterior. Ainda não é possível afirmar se Lula pode ou não vencer a eleição no primeiro turno, de acordo com o Ipec.

  • Bolsonaro: 51% (50% na pesquisa anterior)
  • Lula: 35% (33% na pesquisa anterior)
  • Ciro: 14% (15% na pesquisa anterior)
  • Tebet: 6% (6% na pesquisa anterior

Aprovação e rejeição do governo

  • Ótimo/bom: 29% (30% na pesquisa anterior)
  • Regular: 22% (22% na pesquisa anterior)
  • Ruim/péssimo: 47% (47% na pesquisa anterior)

Espontânea

Na pesquisa espontânea, os eleitores respondem em quem votariam se a eleição fosse hoje.

  • Lula: 47%
  • Bolsonaro: 31%
  • Ciro: 4%
  • Tebet: 2%
  • Thronicke: 1%
  • Branco/nulo: 5%
  • Não sabe/não respondeu: 10%