domingo, 30 de dezembro de 2018

A GLOBO DE SEMPRE

ESCUTO A ANALISE DO REPORTER DA GLOBO SOBRE A TAXA DE DESEMPREGO, QUE ESTÁ EM TORNO DE 11,..%, SEGUNDO ELE A TAXA QUE ERA DE 12%, VEM CAINDO DESDE O ANO PASSADO, E SEGUNDO  UMA ENTREVISTADA  UM PONTO POSITIVO É UMA NOVA CATEGORIA DE ECONOMIA, QUE É A INFORMAL , QUE AS PESSOAS DEVEM ESTÁ PREPARADOS PARA ESTA NOVA REALIDADE, OU SEJA, NÃO ATACA ESTA INFORMALIDADE QUE ACARRETA PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO .

Prisão de herói do Bope confirma: atrás de todo grande traficante, tem um homem de farda. Por Joaquim de Carvalho




Tenente Farias e cocaína apreendida
Um dos heróis da Polícia Militar do Acre foi preso sob acusação de trabalhar para o Comando Vermelho, na proteção à distribuição de droga.
É o tenente Josemar Barbosa de Farias, o segundo na hierarquia do Batalhão de Operações Especiais, o Bope. É uma versão acreana do “Capitão Nascimento”, o da fictícia Tropa de Elite.
Era frequente a presença dele em programas de televisão, para ser entrevistado sobre prisões e apreensões de droga.
Era o “homem da lei”, “policial exemplar”, garantidor da ordem em Rio Branco.
O que as pessoas em geral não sabiam é que a drogada que ele apreendia e os traficantes que encarcerava ou matava eram rivais do homem que controla a venda de drogas no Estado.
Segundo reportagem de Marcos Venicios, publicada no AC 24 horas, escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça no âmbito da Operação Sicário, mostram que ele recebia ordem do traficante Agilberto Soares de Lima, o Jiquitaia, que estaria ligado ao Comando Vermelho no controle da venda de drogas.
No despacho que autorizou a operação, os juízes Raimundo Nonato da Costa Maia, Maria Rosinete dos Reis Silva e Guilherme Aparecido do Nascimento Fraga registraram:
“De acordo com o apurado pelas autoridades, em inúmeros diálogos restou demonstrado que o Tenente Farias se utilizava do poder que a farda lhe proporcionava para usar veículos e valores pertencentes ao ‘erário’ com a finalidade de atender aos interesses do Comando Vermelho, fosse mandando viaturas para evitar ataques do Bonde dos 13 ou para auxiliar em situações cuja busca de informações interessava às atividades do Comando Vermelho.”
Em outro trecho, destacam:
“Até valores para abastecer veículos usados por outros membros do CV teriam sido arrecadados das quantias disponibilizadas pelo BOPE para abastecer as viaturas policiais.”
Farias foi preso, juntamente com o traficante, mas o caso está longe de significar algo isolado, numa região distante dos grandes centros, como Rio de Janeiro ou São Paulo.
Quando eu era repórter da Globo, um experiente policial, incomodado com a morte de um colega, que teve overdose no banheiro do Denarc (Departamento de Narcóticos) depois de cheirar uma grande quantia de cocaína apreendida, me procurou para contar sobre a ligação de policiais civis com o tráfico de drogas no Estado.
“Os policiais sabem quem são os grandes traficantes e dão proteção a eles, quando não participam diretamente do tráfico. Quando ocorre uma grande apreensão, é de quadrilha rival, tentando entrar no mercado”, disse.
Na época, inicio do primeiro mandato de Geraldo Alckmin, o delegado titular de uma das divisões do Departamento se mantinha no cargo apadrinhado por deputados estaduais.
“Ele paga uma caixinha semanal para se manter no posto. Se não pagar, é removido. Os postos mais importantes da Polícia Civil são ocupados por delegados que pagam a seus padrinhos políticos”, disse.
O informante chegou a me dar o endereço onde drogas apreendidas eram reempacotadas, com metade de seu grau de pureza.
Os policiais apreendiam pasta pura de quadrilhas rivais dos controladores do tráfico, levavam para uma casa, na Vila Carioca, em São Paulo, e ali misturavam a droga a talco, farinha de trigo, polvilho ou outra coisa mais barata.
Só depois de misturada é que a droga era apresentada. Se tivessem sido apreendidos 100 quilos, eram apresentados 100 quilos, só que num grau de pureza menor.
A pureza, entretanto, não é aferida na perícia técnica, apenas se o material apreendido estava enquadrado na relação de drogas ilícitas.
“Tem muito policial ganhando muito dinheiro”, alertou ele. “Os políticos também ganham, para manter o delegado no posto”, acrescentou.
Quando fui ao endereço fornecido por ele, estava vazio. “Eles ficam pouco tempo em cada lugar”, disse. Pouco tempo, deixei a Globo e a pauta ficou na gaveta, mas o relato dele nunca deixou de me instigar.
Hoje, quando li na página do jornalista Altino Machado a notícia do envolvimento do herói do Bope com o tráfico, lembrei da história.
O tenente Farias não é um ponto fora curva. Ele é quase uma regra, e isso explica por que o crime organizado é tão próspero no Brasil.
Não adianta encher as ruas de militares. Para combater o crime, é preciso de inteligência policial, coragem e independência.
Se se investigar de verdade, se verá que, por trás de todo traficante, tem uma viatura policial, seja militar ou civil.
Essas intervenções militares, como a que houve no Rio de Janeiro, são apenas espetáculos ou instrumentos para amedrontar pobres e pretos.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

GOVERNO CIDADÃO

ESCUTO NO RÁDIO QUE O DEPUTADO FERNANDO MINEIRO SERÁ O RESPONSÁVEL PELA GESTÃO DO PROJETO GOVERNO CIDADÃO, ANTIGO RN SUSTENTÁVEL, ANTIGO PCPR, ANTIGO PAPP, ANTIGO  PROJETO SOLIDÁRIO.
HOJE ESTE PROJETO ESTÁ DISTRIBUÍDO ENTRE DUAS SECRETARIAS(PLANEJAMENTO E SETHAS) COM UMA COORDENAÇÃO GERAL NA SEPLAN E UMA GERENTE NA SETHAS, TENDO UM GESTOR DO PROJETO QUE ATÉ RECENTEMENTE ERA VAGNER ARAUJO, QUE ACUMULAVA AS FUNÇÕES DE SECRETARIO DA SETHAS.
A EXPECTATIVA É DE COMO SERÁ ESTE NOVO DESENHO, COM A GESTÃO DE MINEIRO, TEREMOS ALGO MAIS ÁGIL, TODO CONCENTRADO EM UM UNICO LOCAL COM  UMA GESTÃO(COORDENAÇÃO) QUE VAI MONITORAR TODAS AS ETAPAS DO PROJETO, IMPONDO UM RITMO MAIS APRESSADO?
SÃO AS EXPECTATIVAS DE QUEM ESTÃO  NESTE IMBRÓGLIO .

 O que há por trás dos dois assassinatos de líderes do MST na Paraíba?

Por Jessica Mota
Cada pé de feijão, banana e maracujá na plantação da família Bernardo da Silva guarda um gesto de Orlando. A dedicação e as ideias do trabalhador rural se traduzem na fartura da plantação que cuidava. Ali, o vento sopra com a intensidade do litoral nordestino e faz as bananeiras sussurrarem. Falam por Orlando. “Parece que ele ainda vai chegar”, diz a sua mulher, Nilda. Em 8 de dezembro, José Bernardo da Silva, conhecido como Orlando, 46 anos, foi executado à queima roupa. Seis tiros. Ele era um dos dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Paraíba e vivia no assentamento Zumbi dos Palmares, distante 1h30 da capital.
Outras três balas também foram disparadas contra Rodrigo Celestino, 38 anos, que fazia parte da coordenação do acampamento Dom José Maria Pires, localizado na zona rural de Alhandra, no litoral sul da Paraíba, onde o crime ocorreu. Os assassinatos foram como um relâmpago. Tudo durou três minutos. As execuções chegaram sem aviso ou ameaça. Pegaram todos de surpresa.
O porquê ninguém sabe ao certo. “Nessa altura não se pode ainda descartar nenhuma hipótese, tampouco afirmar que aconteceu um crime com motivação específica”, comenta a delegada Roberta Neiva, responsável pelas investigações na Polícia Civil da Paraíba.
Mas o irmão mais velho de Orlando, Osvaldo Bernardo da Silva, 47 anos, não hesita em apresentar sua tese. Para ele, trata-se de uma morte política “pela forma que ele foi executado. Ele estava tirando o privilégio de alguém e alguém estava incomodado com isso.”


Na tese de assassinato político, as suspeitas são muitas, por conta da ampla atuação de Orlando e Rodrigo. Rodrigo era técnico agrícola e trabalhava para ajudar a desenvolver projetos de agroecologia e proteção do meio ambiente no acampamento. Já Orlando, além da dedicação ao MST, também atuava em parceria com os irmãos que faziam parte do Movimento dos Atingidos por Barragens, o MAB, pois sua família perdeu tudo em 2002 por conta da construção da barragem de Acauã, no rio Paraíba, região agreste do Estado. Até hoje ninguém foi indenizado.
Nilda, esposa do Orlando; eles têm cinco filhos. Crédito: Joana Moncau
São várias as suspeitas apuradas pela Repórter Brasil em conversas com trabalhadores rurais e moradores da região. Uma delas é que os mandantes poderiam ser empresários do ramo da construção civil local, incomodados com a tentativa de preservação dos barrancos de areia nas margens do rio que fica próximo ao acampamento. Alguns também comentam da possibilidade de ser retaliação dos donos da fazenda onde foi fundado o acampamento, na tentativa de expulsar os acampados dali. Outros desconfiam de que alguém dentro do próprio acampamento esteja envolvido. Não se descarta também a motivação de um recado político, para intimidar o MST diante do crescente discurso de criminalização do movimento.
Osvaldo também não exclui a hipótese de o crime contra seu irmão ter sido motivado por outra ocupação que eles lideraram na Paraíba, na fazenda Mascate, no município de Itatuba, em 2009. Em julho daquele ano, seu outro irmão, Odilon Bernardo da Silva, militante do MAB com então 33 anos, foi executado em uma emboscada em Aroeiras, cidade vizinha à fazenda improdutiva ocupada e região de origem da família Bernardo.
Leia também: Violências no campo marcaram ascensão eleitoral de Bolsonaro

A fazenda Garapu

O acampamento Dom José Maria Pires, onde atuavam Rodrigo e Orlando, ocupa parte do terreno da Fazenda Garapu, da empresa Agrimex – uma das 47 empresas do grupo pernambucano João Santos, da Cimentos Nassau – onde a produção está parada, mas o bambuzal ainda domina a paisagem. Lá, os acampados tentam transformar a monocultura do bambu, utilizada principalmente na indústria da celulose, em culturas para alimentação e produção de cosméticos naturais, inclusive utilizando o óleo da essência do próprio bambu.
O acampamento do MST ali existe há um ano e cinco meses e tem hoje 354 famílias. De acordo com o Incra, o processo para regularização do assentamento e desapropriação dos cerca de 5.250 hectares foi iniciado em março de 2018. Está na fase de notificação dos proprietários para que em seguida ocorra a avaliação técnica do órgão.
Acampamento Dom José Maria Pires, no sul da Paraíba, onde duas lideranças do MST foram assassinadas. Crédito: Joana Moncau
A Agrimex com sede na Fazenda Garapu foi investigada pelo Ministério Público do Trabalho na Paraíba e notificada 97 vezes por auditores-fiscais do Ministério do Trabalho por infrações trabalhistas. Segundo João Lau, secretário de assalariados da Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Paraíba, existiam 460 trabalhadores vinculados à fazenda – 382 foram demitidos nos últimos meses sem pagamento e sem ter recebido qualquer direito. Há ainda aqueles que trabalharam a vida toda na plantação e hoje não conseguem se aposentar.
O grupo João Santos foi condenado pela Justiça pernambucana e deve R$ 60,5 milhões em dívidas trabalhistas naquele estado. Segundo reportagem do Valor Econômico, o grupo está em crise e tem dívidas fiscais que superariam R$ 8 bilhões.
A Repórter Brasil tentou contatar um representante do Grupo João Santos através de seu escritório no Recife e a empresa Agrimex, no Maranhão, mas nenhum representante foi apontado para comentar o caso. O advogado da empresa informou que não poderia falar em nome da Fazenda Garapu. No telefone indicado da Agrimex, ninguém atende.

Criminalização inflamada


Não se descarta ainda que o mandante do crime seja um desconhecido inflamado pelo discurso do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de criminalização do MST.

O contexto político nacional, após as eleições e a vitória do presidente Jair Bolsonaro (PSL), reverbera dentro e fora do acampamento. O discurso que classifica membros do MST como terroristas encontra eco no medo dos moradores do acampamento, que andam olhando por cima dos ombros. Entre eles há também eleitores de Bolsonaro em busca do direito à terra.
“Dentro desse contexto político de ascensão do autoritarismo, nos parece que esse tipo de ação [de criminalização de militantes] tem sido mais bem orquestrada”, explica Olímpio Rocha, advogado popular que integra o MST na Paraíba há dez anos.
Leia também: Bolsonaro insufla carnificina no campo e holocausto ecológico
Ele se refere ao fato de que, além das mortes e ameaças, os trabalhadores rurais são cada vez mais alvo de processos judiciais que buscam criminalizá-los. Olímpio vê isso quase que diariamente: durante as reintegrações de posse, após a ocupação de terras improdutivas, algumas pessoas são identificadas e acusadas de furto, dano patrimonial ou incêndio e processadas sem provas.
“Tem um caso emblemático de um cidadão que foi acusado de porte ilegal de arma de fogo e testemunhas dizem que ele estava soltando fogos no dia de São José”.

A Paraíba e a política da bala

Independentemente da causa e dos possíveis responsáveis pelos assassinatos, as execuções trazem à tona a tradição de violência no campo da Paraíba. De 2009 a 2017, houve sete assassinatos de pessoas envolvidas na luta pela terra na Paraíba, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT). A elas se somam as mortes de Orlando e Rodrigo, ocorridas em 2018. No Brasil todo, foram 71 assassinatos em 2017– um número que não havia sido tão alto desde 2003. A escalada da violência começou em 2014 de acordo com as estatísticas da CPT.
Marca de sangue na parede, local das mortes. Crédito: Joana Moncau
Porém, na Paraíba, a violência no campo parece ser um padrão de décadas. Os assassinatos remontam às origens das Ligas Camponesas – movimento de luta pela reforma agrária nos anos 1960. João Pedro Teixeira, fundador da primeira Liga Camponesa da Paraíba, e Margarida Alves, sindicalista que lutava pelos direitos trabalhistas em sua terra, são nomes sempre lembrados no Estado. Como Rodrigo e Orlando, os dois também foram brutalmente executados. O documentário “Cabra Marcado pra Morrer”, de Eduardo Coutinho, conta a história de Teixeira.
Também em 2009, mesmo ano do assassinato de Odilon, outro caso de repercussão foi o assassinato do ex-vereador do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco e advogado, Manoel Mattos. Ele denunciava a ação de grupos de extermínio que atuavam na divisa do sul da Paraíba com o norte de Pernambuco assassinando jovens, homossexuais, suspeitos de roubos e trabalhadores rurais. Foi morto em Pitimbú, no litoral sul da Paraíba – mesma região onde Orlando e Rodrigo foram executados.
As denúncias de Manoel Mattos levaram à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara dos Deputados em Brasília (leia aqui o relatório final da CPI, apresentado em 2005), que apurou envolvimento de proprietários de terra, comerciantes, policiais, delegados, promotores, juízes e políticos eleitos.
Um dos nomes citados na CPI é o do atual vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior (MDB) – que mais recentemente ganhou os noticiários pela suspeita da Polícia Federal de envolvimento no esquema de favorecimento à JBS durante o governo de Dilma Rousseff. Júnior era deputado estadual à época da CPI, natural de Pedras de Fogo, onde possui terras e iniciou a carreira política como prefeito. Teve três mandatos consecutivos como deputado federal e foi um dos aliados do ex-deputado Eduardo Cunha.

A repercussão do ódio

No programa policial Cidade em Ação na TV Arapuã, o apresentador Sikêra Júnior ironiza a atenção dada aos assassinatos das lideranças. Ricardo Coutinho (PSB), governador da Paraíba, esteve presente no enterro de Orlando, assim como a senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffman. Ao noticiar a morte de um policial dentro de um restaurante em João Pessoa na mesma tarde em que se celebrou a missa de sétimo dia de Orlando da Silva e Rodrigo Celestino, o apresentador para em frente à imagem congelada do enterro do policial e questiona: “Você está vendo alguma vereadora?”.
Na página do MST no Instagram, no post que apresenta uma sequência de fotos do velório de Orlando, é possível ler comentários que celebram seu assassinato. “É pra matar mesmo”, diz um. “Morte ao MST seus putos”, diz outro.
Ato em homenagem aos dois mortos. Crédito: Joana Moncau
O procurador José Godoy, do que atua desde 2015 no Ministério Público Federal na Paraíba, diz que a instituição está preocupada com esse discurso de ódio. “Esse é um discurso que já vinha rondando há muito tempo, foi um discurso muito utilizado no processo eleitoral e sempre nos deixa muito atentos”, pondera Godoy. “Temos um receio forte que agora exista um sentimento de que agora se pode.” Foi Godoy quem comunicou o crime às autoridades, como a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Foi ele também quem acionou o governador.
Em meio à dor, os moradores e moradoras do acampamento Dom José Maria Pires, onde ocorreram os assassinatos, continuam sob tensão. O MST organizou um ato uma semana após as mortes de Rodrigo Celestino e Orlando Bernardo. Uma hora depois do ato encerrado, quando todos os visitantes já haviam ido, a reportagem almoçava e conversava com os moradores sobre os peixes da região, quando a notícia chega: um carro com quatro homens armados que se identificaram como policiais (um deles utilizava uma tornozeleira eletrônica) entrou no acampamento. Perguntaram pelo “cabeça” e saíram em seguida.
Diante dessa tensão latente, algumas pessoas já desistiram de continuar ali. Outras seguem. “Qualquer militante que tem compreensão política está correndo um risco. Enfrentamos grandes interesses”, sentencia Osvaldo Bernardo da Silva.
“Ninguém vai se acovardar e morrer debaixo da cama. Vai ter mais cuidado daqui para frente”.

Suas palavras vão de encontro à frase dita por Margarida Maria Alves, que se lê pintada na parede do refeitório do acampamento Dom José Maria Pires, onde ocorreram os assassinatos: “Melhor morrer na luta que morrer de fome”.

ACM Neto dá cargo a marido de deputada do PSL

Alberto Pimentel é sócio de uma loja de perfumes
publicado 27/12/2018
Untitled-19.jpg
Dayane Pimentel, deputada federal eleita pelo PSL, e Jair Bolsonaro (Reprodução/Facebook)

Por João Pedro Pitombo, na Fel-lha:

ACM Neto, presidente do DEM, nomeia marido de deputada do PSL para secretaria


Três meses depois de conquistar 136 mil votos com um discurso contra a corrupção e o fisiologismo, a deputada federal eleita Dayane Pimentel (PSL-BA), 32, já tem um cargo para chamar de seu.
O prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, nomeou nesta quinta-feira (27) Alberto Pimentel, marido de Dayane Pimentel, para ocupar a secretaria do Trabalho e Esportes da prefeitura de Salvador.
A costura já vinha sendo feita há algumas semanas, num movimento que aconteceu paralelamente à aproximação do DEM com o presidente eleito Jair Bolsonaro.
A nomeação pavimenta a aliança entre DEM e PSL na Bahia, fortalecendo o indicativo de que os dois partidos caminharão juntos na esfera nacional.
Ao justificar a indicação de Alberto Pimentel para a prefeitura, ACM Neto destacou a experiência do futuro secretário.
“É um quadro técnico, com vinculações políticas. Se agrega. Tem uma bela experiência na iniciativa privada”, afirmou o prefeito, em entrevista à rádio Metrópole na última semana.
Com 36 anos, Alberto Pimentel, marido de Dayane, é sócio de uma loja de perfumes e cosméticos no centro de Feira de Santana (distante 109 km de Salvador) e não tem militância política na capital baiana. O PSL não tem nenhum vereador na Câmara Municipal de Salvador.
(...)
Gostou desse conteúdo? Saiba mais sobre a importância de fortalecer a luta pela liberdade de expressão e apoie o Conversa AfiadaClique aqui e conheça!

Brasil virou um país fake: fica batendo palmas para ver louco dançar


Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia - A chave de ouro do ano em que o Brasil virou um país fake, onde tudo é falso como uma nota de 3 reais, foi a "entrevista" do motorista Queiroz ao SBT, o último ato de um teatro de circo mambembe.
No picadeiro, fica uma gente esquisita que bate palmas pra ver louco dançar na platéia, gritando "Mito! Mito! Mito", sem perceber que a lona está pegando fogo.
Só podia ser mesmo no SBT de Silvio Santos, aquela ilha de fantasia brega do "Baú da Felicidade" (a felicidade do dono, é claro).
O que foi aquilo? O cara ria sozinho na cara da repórter, nem ele acreditando no que falava.
Debocharam da nossa cara em horário nobre e tenho certeza que muitos seguidores fanáticos do homem que veio combater a corrupção vão achar que foi isso mesmo, compra e venda de carros usados, qual é o problema?.
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
Que maravilha! Com tantas doenças que ele até se perdeu ao falar de todas, não tinha mesmo condições de depor no MP. Só tinha forças pra falar com a repórter fake do SBT.
O que o MP e a PF estão esperando para decretar uma condução coercitiva do indigitado motorista, ou no Brasil fake isso não vem mais ao caso, depois que Sergio Moro ficou com o Coaf?
Um detalhe que escapou nesta história toda: o levantamento do Coaf sobre a movimentação financeira de Fabrício Queiroz, o ex-super-assessor dos Bolsonaro, refere-se a apenas um ano.
E o que aconteceu nos muitos outros anos todos em que ele serviu no gabinete de Eduardo Bolsonaro na Alerj?
Não seria o caso de fazer um levantamento completo para saber quantos carros ele comprou e vendeu neste período?
Sobram mil outras perguntas a fazer a Queiroz, mas parece que o MP e a PF, sempre tão expeditos em outros casos, não têm pressa.
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
As inacreditáveis imagens do capitão reformado e presidente eleito, lavando roupa e brincando com um facão, em seu retiro na restinga militar da Marambaia, servem como pano de fundo funesto desta pantomina a que o país assiste resignado.
Se era para ser assim, poderiam ter votado logo em Silvio Santos de uma vez, que pelo menos é mais engraçado, embora também patético e grosseiro.
Nem o mais delirante autor de ficção da emissora dele seria capaz de criar uma história tão inverossímel, mas que é real no Brasil fake de 2018.
Acredite quem quiser. Queiroz não é laranja.
Vida que segue.

Advogado tenta barrar a nomeação do Ministro do Meio Ambiente

"Pesa sobre ele um sombrio e desalentador cenário"
publicado 27/12/2018
bessinha.jpg

Do vencedor do troféu Conexões Tigre, no Estadão:

Ação popular quer barrar Ricardo Salles, condenado por improbidade, para Meio Ambiente de Bolsonaro


O advogado Ricardo Nacle pediu à Justiça, em ação popular, que barre a nomeação de Ricardo Salles (Novo), condenado por improbidade administrativa em 1.ª instância, para a chefia do Ministério do Meio Ambiente do Governo Bolsonaro (PSL). A ação, protocolada na sexta-feira, 21, será julgada pela 10.ª Vara Cível Federal de São Paulo. Segundo Nacle, há sobre o futuro ministro ‘um sombrio e desalentador cenário apto a comprometer, seriamente, o predicado da moralidade do indicado para o cargo de confiança’.
“O corréu Ricardo Salles, futuro ministro do Meio Ambiente, longe está, lamentavelmente, de atender ao conceito estrito da moralidade administrativa, exigido para o exercício dos cargos comissionados”, argumentou o advogado.
“Não se cuida, pois, de mera propositura de uma ação judicial qualquer. Trata-se, de fato, de uma ação civil pública ambiental e de improbidade administrativa da qual resultou a condenação do corréu por práticas ilegais ao meio ambiente e ao princípio da legalidade.”
Salles foi condenado em 18 de dezembro por improbidade administrativa pelo juiz Fausto José Martins Seabra, da 3.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo. Cabe recurso.
O Ministério Público de São Paulo acusou Salles de ter favorecido empresas de mineração em 2016, ao supostamente acolher mudanças nos mapas de zoneamento do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Tietê. Na época, Salles era secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo, durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O juiz Fausto Seabra determinou a suspensão dos direitos políticos de Salles por três anos, pagamento de multa e proibição de contratar com o Poder Público. A ação foi movida pelos promotores Silvio Marques, Leandro Lemes, Thomás Yabiku e Jaime do Nascimento Júnior, que atuam na Promotoria de Defesa do Patrimônio, braço do Ministério Público de São Paulo.
Na ação popular, o advogado Ricardo Nacle afirma que ‘os fatos narrados e comprovados pelo Ministério Público contra o corréu Ricardo Sales revestem-se de profunda gravidade e bastam para comprometer a moralidade exigida para o Ministério do Meio Ambiente’.
“Revelam que o indicado não possui o mais remoto respeito à lei, tampouco ao meio ambiente, orientando-se por interesses contrários ao ministério que assumirá em breve”, afirma.
“Não se pode confiar o Ministério do Meio Ambiente àquele que fora condenado, justamente, por práticas totalmente contrárias ao bem jurídico pelo qual ele deverá tutelar, a saber, o meio ambiente. Seria uma rematada incoerência e insensatez, além de afronta à Constituição Federal. Uma verdadeira aberração.”
(...)

Aloysio 500 mil é o 7º ministro de Temer no Governo Doria

Doria é Temer!
publicado 27/12/2018
bessinha (2).jpg
Da Fel-lha:

Aloysio Nunes será o sétimo ministro de Temer no governo Doria em SP


O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), escolheu o ex-ministro das Relações Exteriores do presidente Michel Temer (MDB), Aloysio Nunes Ferreira Filho, para comandar a Investe SP, agência paulista de promoção de investimentos.
Aloysio deixará o Itamaraty e assumirá a nova função no dia 5 de fevereiro. Ele será o sétimo ministro do atual governo federal a fazer parte da gestão Doria em São Paulo.
Os ministros Gilberto Kassab (Casa Civil), Henrique Meirelles (Fazenda), Rossieli Soares (Educação), Sérgio Sá Leitão (Cultura), Alexandre Baldy (Transportes Metropolitanos), Vinícius Lummertz (Turismo) também serão secretários estaduais a partir do próximo ano.
A Investe SP está no guarda-chuva da Secretaria da Fazenda, Planejamento e Gestão, encabeçada por Henrique Meirellles.
(...)
Em tempo:  clique aqui para saber como a Odebrecht promoveu o Aloysio de 300 a 500 mil
Gostou desse conteúdo? Saiba mais sobre a importância de fortalecer a luta pela liberdade de expressão e apoie o Conversa AfiadaClique aqui e conheça!

Boaventura: o Brasil é um laboratório neoliberal

A Extrema-Direita cresceu, mas o jogo não está perdido
publicado 27/12/2018

Via Carta Capital:
O Brasil tornou-se um território de experimentação neoliberal e o campo progressista terá de unir para tentar conter os enormes retrocessos que se desenham no horizonte. Esta é a avaliação do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, um dos mais lúcidos, ativos e influentes intelectuais em atividade.
O acadêmico foi o convidado do Direto da Redação de CartaCapital, que sempre às quintas-feiras recebe convidados para debater temas da atualidade. Sousa Santos passou por São Paulo, após um périplo de quase um mês por outras cidades brasileiras, para lançar um novo livro, “Na oficina do sociólogo artesão”, editado pela Cortez.
“No Brasil, nesse momento, é difícil que a gente se deixe de surpreender”, afirmou o sociólogo a respeito da eleição de Jair Bolsonaro. Sousa Santos não acredita, porém, que o atual ciclo, de ascensão da extrema-direita, esteja concluído. Ele cita os protestos dos “coletes amarelos” contra o governo do francês Emmanuel Macron, “eleito sob grandes expectativas”, mas que atravessa uma fase de baixíssima popularidade.
Sobre a possibilidade de formação de uma frente progressista no Brasil, a reunir as principais forças de oposição, ele não vê alternativa. “Seria ótima uma união das esquerdas brasileiros, para começo de conversa”.
Para tanto, seria preciso retomar o trabalho de base e o diálogo com as classes populares. “Houve a ilusão de que as conquistas do campo progressista seriam irreversíveis”.
Gostou desse conteúdo? Saiba mais sobre a importância de fortalecer a luta pela liberdade de expressão e apoie o Conversa AfiadaClique aqui e conheça!

         Juca Kfouri faz 11 perguntas a Queiroz





Queiroz gagueja e a história continua mal contada

Brito: "entrevista" não convence ninguém...
publicado 27/12/2018
Untitled-1.jpg
(Reprodução/SBT)

Por Fernando Brito, no Tijolaço:
A entrevista “dócil” de Fabrício Queiroz a Debora Bergamasco,  arranjada pelo SBT não convenceu ninguém.
Não posso, claro, colocar em dúvida que tenha problemas de saúde, mas não saber dizer o nome do hospital onde esteve internado é demais.
Assim como não dizer nada sobre os motivos da movimentação financeira.
A história da “compra e venda” de automóveis é descrita como algo de seu passado de “fazedor de dinheiro”, mas não é a isso que ele atribui os movimentos de dinheiro vivo em sua conta, diretamente.
E ainda que fossem, não explicaria o movimento “picado” de dinheiro, não ultrapassando os R$ 5 mil que soam o alarme do COAF.
A não ser muito “caidinho”, carro por menos de R$ 5 mil é negócio de ferro velho.
Aliás, não é crível que quem compra e vende tantos automóveis não fosse conhecido de todos por esta atividade.
Não se movimenta R$ 1,23 milhão de reais em um ano sem saber apontar, ao menos, uma operação de peso – a venda de um apartamento, por exemplo.
Ou se é compelido a “ir viver numa comunidade” com renda de “R$ 23, 24 mil” por mês, mesmo pagando pensão alimentícia.
Fabrício alegou que não dizia o que eram os depósitos “em respeito” ao Ministério Público e sinalizou que seu depoimento será em meados ou final de janeiro, depois dos das filhas e da mulher, no dia 8.
Não se sabe o que faz o Ministério Público que não pede ao menos a abertura de um inquérito e a quebra do sigilo bancário de Fabrício, nem que seja para impedir a montagem de “histórias plausíveis”.
Porque na entrevista ele não apresentou uma que fosse digna de credibilidade, embora, repito, não se possa fazer juízo de seu estado de saúde.
Tenho a impressão que o tiro saiu pela culatra e vai deixar inúmeras pontas soltas para qualquer repórter competente.
Se a imprensa quiser, claro.

Dilma e cisternas: o que fez o Alckmin ?

Dilma, Lula, Campello e a mudança no Sertão
publicado 30/04/2014


Nesta terça-feira (29), ao lado da Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e do Governador da Bahia, Jacques Vagner,  no evento Sertão Vivo, em Feira de Santana, a Presidenta Dilma Rousseff anunciou novos investimentos para ações de enfrentamento aos efeitos da estiagem na região do Semiárido brasileiro e lembrou os avanços conquistados, em detrimento a outros Estados, mais ricos, que sofrem hoje com a escassez de chuva.

Somente para o programa de cisternas mais de R$ 442 milhões serão liberados para garantir captação e armazenamento de água.

“São obras importantes para todos os estados do Nordeste. Elas também têm uma característica: são obras que vão garantir que o Nordeste tenha uma situação de conforto hídrico e segurança hídrica. É importante saberem que aqui no Nordeste tem mais obra de segurança hídrica que nos estados mais ricos da federação, e que tem problema de abastecimento de água. Porque no Nordeste se precaveram, e estão construindo soluções estruturantes”, disse Dilma.

Problema crônico do semiárido, que corresponde a 8% do território nacional, a seca fez inúmeras vítimas ao longo dos anos. A imagem de retirantes que fugiam da falta de água e partiam rumo a outras regiões fazia parte do retrato extraído do Nordeste do país. Realidade que mudou nos últimos anos e que se tornará tão rara quanto a água fora há algumas décadas. É o que garante a Presidenta.

"Nós queremos que quem passe por aqui encontre uma nova visão do que é a seca", afirmou Dilma no evento.

Em uma região de elevadas temperaturas, que corta os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio grande do Norte, Sergipe, além do norte de Minas, com área de 900 mil Km², a alternativa encontrada pelo governo foi oferecer condições para que a população, ao invés de procurar novos horizontes, convivesse com a seca.

"Garantimos que a população resistisse à seca e ficasse em suas terras, disse Tereza Campello.

"Segurança hídrica, produtiva e social são os eixos que permitem essa convivência", completou Dilma.



Como condição para isso, de 2011 até março deste ano,  foram entregues 545,7 mil cisternas e 54,7 mil tecnologias de apoio à produção agrícola. Desde o primeiro ano do governo Lula, em 2003, tecnologias de captação de água em 1.347 municípios do Semiárido e da franja do semiárido foram implantados, o que beneficiou cerca de 4,4 milhões de pessoas, ou 935,5 mil famílias.

Só de 2011, primeiro ano de mandato da Presidenta Dilma, a março de 2014, as ações já chegaram a mais de 600 mil famílias, o que totaliza 2,8 milhões de pessoas. "Hoje, no sertão (como a região é também conhecida) 17 bilhões de litros de água é a capacidade de armazenamento de água hoje. Estamos fazendo quase 900 mil cisternas em quase 11 anos.  A cisterna se tornou um patrimônio do sertão", citou Campello.

Como alternativa mais viável, já que o solo do Semiárido não consegue armazenar água das chuvas por ser muito raso e a economia é basicamente de pecuária extensiva e agricultura familiar de baixo rendimento que entra em acentuado declive em períodos de seca, causando até mesmo falência de lavouras e animais, a cisterna é utilizada tanto para consumo quanto para produção.