terça-feira, 31 de março de 2015

Após anúncio de Cunha, PT e governo aceleram negociações sobre reforma política

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Brasília - Integrantes da cúpula do PT e do governo passaram a acelerar as negociações com lideranças de outros partidos em torno da propostas que tratam da reforma política. As movimentações se intensificaram nesta terça-feira, 31, um dia após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmar que pretende colocar em votação "até a terceira semana de maio" a Proposta de Emendas à Constituição que prevê novas regras para as campanhas eleitorais.
As declarações do peemedebista ocorreram ontem, 30, durante o Fórum dos Grandes Debates, realizado em Porto Alegre. No entendimento de Cunha, as novas regras precisam ser aprovadas a tempo de começarem a valer para a eleição municipal de 2016. No começo da tarde desta terça, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), se reuniu com os deputados Henrique Fontana (PT-RS) e com Paulo Teixeira (PT-SP), ocasião em que se discutiu o melhor caminho para chegar ao mês de maio com uma proposta construída pelo PT.
"Alertamos sobre a aceleração da pauta da reforma política. O presidente Eduardo Cunha afirmou que vai votar no meio de maio, temos que nos mover. A ideia é acelerar as negociações. Estamos procurando todos os partidos", afirmou Fontana à reportagem, após o encontro com Mercadante.
O deputado foi relator de uma PEC de reforma política, mas que por falta de acordo não chegou a ir a votação em plenário. Segundo ele, o momento, no entanto, é de uma nova negociação. "O PT vai defender um teto e o fim do financiamento da empresa em campanha e para os partidos", afirmou o deputado.
Fontana ressaltou que o PT não descarta, entretanto, a possibilidade de as doações serem feitas por meio de pessoas físicas. Na próxima semana, o tema será discutido com o presidente do PT, Rui Falcão, em reunião agendada para ocorrer em Brasília.
Um dos embates que o partido deverá ter com o PMDB, que detêm a maior bancada no Congresso, é na questão do sistema eleitoral. Os peemedebistas defendem que sejam adotado o "distritão", sistema no qual cada Estado e o Distrito Federal seria um distrito. Por esse modelo, são eleitos para a Câmara, Senado, assembleias estaduais e Câmaras de Vereadores os candidatos mais votados em ordem decrescente até atingir o número total de vagas.
"Temos uma crítica forte ao distritão defendido pelo PMDB. Para nós é fim dos partidos, pois termina de fragmentá-los. Por esse modelo poderemos ter de 30 a 40 partidos", criticou Fontana.

Corrupção

Zelotes: Gerdau e RBS, afiliada da Globo, são principais alvos, diz jornal

A siderúrgica e o grupo de comunicação são suspeitos de corromper funcionários públicos para não pagarem impostos devidos
por Redação — publicado 31/03/2015 09:53

Arquivo / Agência Brasil
Polícia Federal
A PF envolveu 180 agentes na deflagração da Operação Zelotes, que contou com a participação do Ministério Público Federal, da Corregedoria do Ministério da Fazenda e da Receita Federal
A siderúrgica Gerdau, uma das 50 maiores companhias do Brasil, e a RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul, são as empresas contra as quais há mais indícios de irregularidades investigados no âmbito da Operação Zelotes da Polícia Federal. A informação é do jornal Folha de S. Paulo. Deflagrada na quinta-feira 26, a Operação Zelotes apura a existência de um esquema responsável por causar o sumiço de débitos tributários, uma forma de desfalcar os cofres públicos. Até aqui, já foi confirmado um prejuízo de 6 bilhões de reais, que pode chegar a 19 bilhões, valor maior que o investigado inicialmente na Operação Lava Jato.
De acordo com a Folha, os investigadores responsáveis pela Zelotes teriam indícios consistentes contra 11 empresas: os bancos Santander e Safra; as montadoras Ford e Mitsubishi; as companhias Cimento Penha, Boston Negócios, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Julio e Mundial-Eberle; além da RBS e da Gerdau. Segundo o jornal, o Ministério Público considera ter "indícios fortes" contra as duas últimas empresas.
A 12ª empresa citada na investigação é o banco Bradesco, mas os investigadores não teriam por enquanto nenhuma prova contra a instituição: apenas indicações de que houve contato entre funcionários do banco e as consultorias que intermediavam acesso a conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O Carf é órgão do Ministério da Fazenda no qual os contribuintes podem contestar administrativamente – ou seja, sem passar pela Justiça – certas tributações aplicadas pela Receita Federal.
A força-tarefa que montou a Operação Zelotes descobriu a existência de empresas de consultoria a vender serviços de redução ou desaparecimento de débitos fiscais no Carf. Tais consultorias tinham como sócios conselheiros ou ex-conselheiros do Carf. Elas conseguiam controlar o resultado dos julgamentos via pagamento de propinas.
Segundo a PF, servidores públicos repassavam informações privilegiadas obtidas dentro do Carf para escritórios de assessoria, consultoria ou advocacia em Brasília, São Paulo e outras localidades, para que estes realizassem captação de clientes e intermediassem a contratação de “facilidades” dentro do Carf. Em diversas ocasiões, foram constatados tráfico de influência no convencimento de empresas devedoras ao fisco. Eram oferecidos manipulação do andamento de processo, “pedidos de vista”, exame de admissibilidade de recursos e ainda decisões favoráveis no resultado de julgamentos de recursos a autos de infrações tributárias, por meio da corrupção de conselheiros.

Agrotóxicos na água podem ser causa de alergias

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  • AFP
    Estudo relacionou aumento de casos de alergia a agrotóxico usado para purificar a água
    Estudo relacionou aumento de casos de alergia a agrotóxico usado para purificar a água
Um estudo publicado na revista americana Anais de Alergia, Asma e Inmunologia chama a atenção para o aumento da incidência de alergias a alimentos nos Estados Unidos, e diz que agrotóxicos usados para purificar a água podem ser a causa do problema.

Segundo a pesquisa, já são 15 milhões de pessoas que sofrem de alergias alimentares no país.

Entre as causas principais estaria uma alta presença de diclorofenóis, substância química usada em agrotóxicos em plantações e para purificar a água distribuída na rede de tratamento.

"Nossa pesquisa mostra que altos níveis de agrotóxicos que contêm diclorofenol podem diminuir a tolerância alimentar em algumas pessoas, causando alergias alimentares", diz a alergista Elina Jerschow, da Associação Americana de Alergia, Asma e Imunologia (ACAAI, na sigla em inglês).

"Este químico é encontrado com frequência em agrotóxicos usados por fazendeiros, em produtos para controlar insetos e pragas, e na água tratada", acrescenta.

De 10.348 pessoas que participaram de um levantamento do governo em 2005 e 2006, 2.548 tinham altos níveis de diclorofenóis na urina e 2.211 foram incluídos na pesquisa da ACAAI.

Neste segundo grupo, 411 tinham alergias alimentares e 1.016 tinham alergias a elementos do meio ambiente.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano diz ter registrado um aumento de 18% no número de casos de alergias entre 1997 e 2007. As mais comuns são as intolerâncias a leite, ovos, amendoins, trigo, castanhas, soja, peixe e frutos do mar.

"Estudos prévios mostraram que tanto as alergias alimentares quanto aquelas ligadas a poluição ambiental estão aumentando nos Estados Unidos. Os resultados do nosso estudo sugerem que essas duas tendências podem estar conectadas, e que o elevado uso de agrotóxicos e outros químicos está associado com uma maior incidência de alergias alimentares", explica a médica que chefiou o estudo.

E a equipe avisa que evitar tomar água da torneira pode não ser a solução.

"Outras fontes de diclorofenóis, como frutas e vegetais tratados com agrotóxicos, podem ter um papel mais representativo para causar alergias", disse Jerschow.

Os sintomas de alergias podem variar de uma leve irritação a reações que podem colocar a vida em risco, incluindo um choque anafilático.

Pesticidas podem contribuir para surgimento da endometriose, sugere estudo
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The New York Times
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  • Shutterstock
    Mesmo os agrotóxicos que foram utilizadas no passado podem ter efeitos na saúde da geração atual
    Mesmo os agrotóxicos que foram utilizadas no passado podem ter efeitos na saúde da geração atual
As razões pelas quais algumas mulheres têm endometriose e outras não são desconhecidas. Entretanto, pesquisadores propõem que um possível fator contribuidor seja a intoxicação por pesticidas.
Os cientistas estudaram 248 mulheres com endometriose confirmada por cirurgia e 538 participantes saudáveis de controle. Eles avaliaram os níveis sanguíneos de dois pesticidas, o mirex e o beta-hexaclorociclohexano, que permanecem em alguns peixes e laticínios, embora seu uso tenha sido proibido nos Estados Unidos há várias décadas. O estudo foi publicado online no periódico Environmental Health Perspectives.
Os pesquisadores descobriram que o risco de ter endometriose aumentava 50% nas mulheres com níveis mais altos de exposição ao mirex e de 30 a 70% para as que tinham sido expostas a níveis altos de beta-hexaclorociclohexano.
A associação continuou mesmo após serem levados em conta fatores como idade, lipídios séricos, nível de escolaridade, raça, etnia, tabagismo e consumo de álcool, entre outros.
Kristen Upson, principal autora do estudo e que estava em fase de pré-doutorado no Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson quando o estudo foi realizado, afirmou que as razões para a associação não estão claras. No entanto, essas substâncias químicas demonstraram interferir na ação natural do estrogênio em estudos realizados em animais e tecidos, afirmou a autora, o que talvez explique o aparecimento da doença em humanos.
"As substâncias químicas que permanecem no ambiente", afirmou, "mesmo as substâncias que foram utilizadas no passado podem ter efeitos na saúde da geração atual de mulheres em idade reprodutiva".
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Veja mitos e verdades sobre infertilidade20 fotos

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Endometriose leva a esterilidade. VERDADE: a doença caracterizada pela presença do tecido uterino (endométrio) fora do útero é um dos fatores mais importantes entre as causas de infertilidade, de acordo com Mario Cavagna. Segundo estudos, 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva no mundo apresentam esta doença. Algumas mulheres com endometriose conseguem engravidar, mas, em geral, a doença afeta a qualidade do embrião e o ambiente do útero, lembra o médico Leia mais Thinkstock

Pesticidas reduzem em até 42% a diversidade de insetos nos rios
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Do UOL, em São Paulo
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Veja os destaques de Meio Ambiente (2013)312 fotos

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Junho - Pesticidas que vão parar na água estão diminuindo a diversidade de insetos, mostram estudos feitos na Alemanha, na França e na Austrália. A riqueza de espécies de invertebrados que vivem às margens de rios e córregos caiu 42% na Europa e 27% na Austrália André Künzelmann/UFZ
Pesticidas usados para proteger os cultivos no mundo estão reduzindo a população de animais invertebrados, mostra estudo publicado na PNAS, a revista da Academia de Ciências dos Estados Unidos, nesta segunda-feira (17).
Para descobrir os efeitos desses agentes químicos na diversidade de insetos, os pesquisadores analisaram três diferentes regiões: Hildesheimer Boerde, próxima à cidade de Braunschweig, no Norte da Alemanha; no Estado de Vitória, ao Sul da Austrália; e Bretanha, no Noroeste da França.
O grupo comparou a biodiversidade em locais não contaminados e altamente contaminados e constatou perdas consideráveis de insetos aquáticos e outros seres invertebrados de água doce. Na Europa, a diversidade regional de invertebrados que vivem em rios e córregos caiu 42%, e a queda na Austrália foi de 27%.
Segundo Mikhail Beketov e Matthias Liess, do Centro de Pesquisa Ambiental de Leipzig, na Alemanha, a diminuição da riqueza de espécies nessas áreas deve-se ao desaparecimento de moscas-de-água, libélulas e outros insetos suscetíveis aos pesticidas que vão parar nos rios.
A dupla lembra que o sumiço de insetos afeta diretamente a biodiversidade global, pois eles são alimentos de peixes e aves de cada região, além de serem indicadores da qualidade de água.

México apresenta objetivos para a próxima cúpula do clima

O México se tornou nesta sexta-feira o primeiro país em desenvolvimento a apresentar seus objetivos para a cúpula do clima das Nações Unidas em dezembro, comprometendo-se a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa a partir de 2026