quinta-feira, 17 de outubro de 2019

TRAGÉDIA GREGA

A QUE PONTO CHEGOU A  POLITICA COM ESTE CENÁRIO DE  TEATRO DE QUINTA CATEGORIA PROTAGONIZADO  PELO  PSL, COM BOLSO PRESIDENTE, 53 DEPUTADOS/AS, DELEGADOS/MAJORES/, QUE SE DEGLADIAM  PARA SABER QUEM SÃO MAIS CANALHAS.

Mello prevê placar de 7 x 4

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O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira (17) a jornalistas que prevê um placar de 7 a 4 para derrubar a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. Segundo Marco Aurélio, o voto que será lido na próxima quarta-feira (23) tem entre sete e oito páginas, demandando trinta minutos para ser lido no plenário.

Dentro do STF, ministros de diferentes alas ouvidos pelo Estadão/Broadcast dão como certo que o tribunal vai derrubar a prisão após a condenação em segunda instância. A dúvida que permanece é saber se prevaleceria o entendimento de que a execução de pena deve ocorrer após o esgotamento de todos os recursos (o “trânsito em julgado”, em juridiquês) ou depois de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que funciona como uma espécie de terceira instância.
A tese do STJ já foi defendida pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que poderá desempatar o placar e definir o resultado do julgamento. O ministro Gilmar Mendes, que votou nesse sentido ao analisar um habeas corpus de Lula em abril do ano passado, já avisou que vai mudar de lado e migrar para a corrente “garantista”, pelo trânsito em julgado.
Para a projeção de Marco Aurélio Mello se confirmar, seria necessário que mais um integrante da Corte “mudasse de lado”. Nos últimos dias, circulou nos bastidores do STF a especulação de que Alexandre de Moraes poderia deixar de defender a execução antecipada de pena e votar pelo “trânsito em julgado”, mas interlocutores do ministro descartam essa hipótese.
“7 a 4 é o meu palpite. Não sei, como é que chegamos a sete? Eu costumo julgar os colegas por mim, às vezes sou otimista em excesso”, disse Marco Aurélio a jornalistas, no intervalo da sessão plenária. “É apenas a minha percepção, eu sempre acredito no melhor.”
Indagado pelo Estado/Broadcast sobre o voto que lerá na próxima semana, o ministro Alexandre de Moraes desconversou: “Semana que vem você verá.”
Já o ministro Ricardo Lewandowski – contrário à execução antecipada de pena – afirmou que mantém a sua convicção “como uma rocha”. “Minha opinião também, evidente, eu nunca mudei. Não sei o pensamento dos outros ministros, mas espero que o espírito original dos constituintes de 1988 prevaleça, ou seja, reafirmando a presunção de inocência até o trânsito em julgado da sentença condenatória”, disse.
Manifestações. A sessão plenária desta quinta-feira foi dominada por sustentações orais de entidades interessadas na causa e dos autores das três ações sobre a execução antecipada de pena – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Patriota e o PC do B. O julgamento será retomado na manhã da próxima quarta-feira, quando deverão se manifestar a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Marco Aurélio prevê que a leitura do seu voto levará 30 minutos. “Eu espero que todos percebam que há necessidade de se conciliar celeridade e conteúdo. Que nós temos um dever para com os contribuintes que é entregar prestação jurisdicional no prazo razoável”, comentou.
Twitter. Na última quarta-feira, às vésperas do início do julgamento que decidirá pelo mérito da prisão após condenação em segunda instância, o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército brasileiro, postou em seu Twitter uma mensagem pedindo a manutenção da “energia” que move o País em direção à “paz social” para evitar uma “convulsão social”.
Para Marco Aurélio, o comentário foi um “arroubo de retórica”. “Mas é ruim, isso não contribui para uma boa percepção do leigo”, avaliou.

De O ESTADO

Por que Juscelino Kubitschek aumentou tanto a capacidade de armazenamento de água no Nordeste?



Em janeiro de 1957, o presidente Juscelino Kubitschek inaugurou o açude Pentecostes, no Ceará, com capacidade para armazenar 400 milhões de metros cúbicos de água.

A foto acima mostra a solenidade de inauguração, quando a população local recebeu as autoridades em grande aclamação. A cerimônia ocorreu próximo a grandes maquinários importados, utilizados na construção do açude e um forte símbolo do progresso e da transformação do Nordeste.

Os açudes eram vistos como uma tecnologia que produzia “inestimáveis benefícios, no tocante à fixação do homem ao campo”. O presidente Kubitschek concretizava “um programa de realizações em favor do Nordeste”, com foco na “conclusão e exploração das obras, antes que elas se eternizem”.

A conclusão do açude Pentecostes e de outros pequenos açudes, no Ceará e nos estados da região, representou um aumento de mais de 50% da água represada nas obras construídas, desde o reinado de Dom Pedro II, até janeiro de 1956.
Era preciso garantir a “salvaguarda dos direitos de todos os cidadãos para que pudessem manter o mesmo ritmo de progresso”.
A proposta era que os açudes públicos tivessem um cunho social, de democratização das águas e acesso às terras, por parte dos produtores, para aprenderem a dominar as técnicas da irrigação, das vazantes.

Todavia, a desapropriação das terras onde estavam localizados os açudes públicos, declarando-as de interesse público, muitas vezes esbarrava no excesso de burocracia estatal.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Viúva de Marielle pressiona Moro em reunião

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A viúva da vereadora assassinada Marielle Franco se reuniu na tarde da última terça-feira, 15, com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para pedir mais empenho na elucidação do crime. Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros na noite de 14 de março do ano passado. Apesar de a Polícia Civil do Rio ter prendido dois suspeitos, o caso ainda não foi esclarecido.
Os acusados alegam inocência, e não há pistas seguras sobre o que teria causado o duplo homicídio, nem sobre quem seriam as mandantes dos assassinatos.
Mônica Benício se reuniu com Moro e dois delegados da Polícia Federal no ministério, em Brasília. Na véspera, o crime completou 580 dias.
“Ontem estive com o ministro Sérgio Moro e cobrei do governo federal que se manifeste publicamente sobre o crime político que executou Marielle e Anderson”, escreveu Mônica na manhã desta quarta-feira, 16, em uma rede social. “O mundo quer saber: quem mandou matar Marielle?”
Ainda segundo a viúva da vereadora, Moro afirmou que tem total interesse em ver o caso esclarecido.
O PM reformado Ronnie Lessa foi preso em 12 de março deste ano, acusado de ser o responsável pelos disparos que mataram a vereadora. A Policia também prendeu o ex-PM Élcio de Queiroz, que estaria dirigindo o carro do assassino.
No último dia 3 de outubro, a polícia prendeu mais quatro pessoas ligadas ao assassino. O grupo é acusado de ter descartado a submetralhadora que teria sido usada por Lessa para matar Marielle e Anderson.
“O grupo teria executado o plano de jogar as armas nas águas da Barra da Tijuca”, informou a PM em nota divulgada no dia das prisões. “O armamento foi lançado ao mar dois dias depois das prisões de Ronnie e do ex-PM Élcio de Queiroz.”
Na última segunda-feira, quando o crime completou um ano e sete meses, a diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, reiterou a preocupação da organização com a demora na resolução do caso.
“Esperamos que todos os envolvidos na morte, inclusive seus mandantes, sejam identificados e levados à Justiça”, afirmou Werneck em nota. “O recado é claro: nenhum defensor dos direitos humanos está seguro no Brasil enquanto esse caso permanecer impune.”

Foto de Bolsonaro “matando” Moro viraliza

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Foto: Capa do Estadão desta quarta-feira (16)
Uma imagem estampada na capa na edição desta quarta-feira (16) do jornal O Estado de S.Paulo, captada pela fotojornalista Gabriela Biló, mostra Jair Bolsonaro (PSL) com sua imortalizada imagem de arma nas mãos apontada para a cabeça do ministro da Justiça, Sergio Moro, sob risos de seu colega da Economia, Paulo Guedes.
A foto, feita durante a cerimônia de hasteamento da bandeira, ilustra a reportagem de capa sobre a nova crise instaurada por Bolsonaro após a ação da Polícia Federal, comandada por Moro, contra o presidente do PSL, Luciano Bivar, na investigação sobre as candidaturas laranjas da sigla.
De forma metafórica, a imagem mostra um Moro rendido às ordens de Bolsonaro, a quem teria antecipado as informações sobre a operação da PF contra o presidente da sigla que levou o capitão ao poder.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

“Só falta fazer a busca na casa do Queiroz”, ironiza líder do PSL

operação da Polícia Federal nesta terça-feira (15) em endereços ligados ao deputado Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, provocou sentimentos divergentes dentro da sigla. Para o deputado Bibo Nunes (PSL-RJ), a ação é um indicativo de "quem é o lado certo na história",  já o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), questionou a atuação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no caso.
"O presidente da República tem bola de cristal, porque ele ataca o presidente do partido e na semana depois acontece a operação", disse Waldir. Defensor do presidente do partido, o líder afirmou que o PSL está "extremamente tranquilo" com a operação. Segundo ele, a cúpula da legenda é a favor do combate à corrupção, inclusive no caso de Flávio Bolsonaro (RJ). "Acho que só falta a busca na casa do Queiroz e do senador", comentou.
Fabrício Queiroz é o ex-assessor de Flávio que registrou movimentações financeiras consideradas suspeitas e incompatíveis com seus rendimentos. Os investigadores suspeitam que ele agia a mando do filho do presidente no recolhimento de parte do salário dos funcionários do gabinete, em um esquema chamado de "rachadinha".
Na manhã de hoje, agentes da PF cumpriram nove mandados de busca e apreensão em endereços em Pernambuco ligados a Bivar. A ação é um desdobramento de uma investigação sobre candidaturas laranjas no partido, um dos motivos de desavenças entre Bivar e o presidente Jair Bolsonaro.
O líder do partido na Câmara afirmou ainda ter "certeza" de que Bolsonaro sabia do andamento das investigações da PF. Por isso, teria criticado Bivar na semana passada, afirmando que ele estava "queimado". O deputado acredita que o governo está tentando "minar aos poucos o PSL".
Da ala pró-Bolsonaro dentro do partido, Bibo Nunes defende que o presidente não sabia do andamento das investigações. Segundo ele, a ação da PF é uma "consequência" dos atos do presidente da sigla. "A Polícia Federal na casa dele é consequência dos atos do Bivar. Se não tivesse tantos erros, não teria problema nenhum", disse.
"Eu acho que isso nos fortalece e dá quase que um ponto final, para ver quem é o lado certo nessa história, porque o Bivar sempre representou a antítese do Bolsonaro", afirma.
Errata
Ao contrário do dito anteriormente nesta matéria, o deputado delegado Waldir fazia uma menção a Flávio Bolsonaro e a não a Fernando Bezerra (MDB-PE), quando falou em combate à corrupção.

Sessão tumultuada marca votação da prisão em segunda instância na CCJ


O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) colocou em votação, em caráter extraordinário, a proposta de emenda à Constituição (PEC)  que trata da prisão em segunda instância. Em sessão tumultuada, Felipe Francischini (PSL/PR) foi muito criticado por parlamentares de oposição pela maneira que pautou a PEC 410/18. A sessão extraordinária foi convocada no fim da tarde de segunda-feira (14), para o início da tarde de hoje (15).
> STF vai julgar na quinta-feira prisão em segunda instância

Parlamentares dos mais variados partidos reclamaram do rito que ele deu à matéria. Segundo o entendimento destes parlamentares, um assunto de tamanha importância não poderia ter sido incluído em uma sessão extraordinária, fora do horário habitual de debates da CCJ e com menos de 24h de aviso.
O PT, PCdoB e PROS tentaram obstruir a votação. Irritado com as tentativas de obstrução, o presidente da comissão chamou Maria do Rosário (PT/RS) de "chata". A deputada rebateu o acusando de ser machista. Muita confusão tomou conta do fim da sessão.
Francischini convocou a pauta em resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF) que deve tratar do assunto na próxima quinta-feira (17). Segundo o próprio presidente do colegiado, a convocação é, tanto uma resposta ao STF, quanto uma resposta às redes sociais, que, segundo ele, não deseja que a prisão em segunda instância seja considerada inconstitucional.
"Isso aqui é um instrumento de mobilização de milicianos digitais", se queixou Ivan Valente (PSL/SP), em referência ao apelo das redes sociais para a votação da PEC.
Segundo a deputada Carolina Detoni, o STF tem mudado o entendimento quanto a esta tese com frequência e isso justificaria a pressa para votar o texto. "Atualmente nós temos um entendimento flutuante do Supremo Tribunal Federal referente ao tema. Até 2009 nós tínhamos um entendimento de que era possível [a prisão em segunda instância], aí em 2011 foi modificado, de que não era mais possível, aí em 2016 nós tivemos novamente uma reconsideração para pedir prisão em segunda instância", afirmou o deputada.
A expectativa do deputado Francischini é de haver uma audiência pública na próxima semana para debater a matéria, que poderá ser pautada a qualquer momento a partir de então.
> Deputado do PSL contraria governo e marca votação da regra de ouro na CCJ
> Decisão que pode soltar Lula beneficia quase 170 mil presos em segunda instância

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

ROGER MACHADO

É NOTÓRIO NO NOSSO FUTEBOL, O NÍVEL  INTELECTO DOS SEUS JOGADORES, COM RARÍSSIMAS  EXCEÇÕES, COMO EXEMPLO NO TITULO DA COPA AMERICA E  O ARRANJO COM BOLSONARO, COM A NEGATIVA DA JOGADORA AMERICANA CONTRA TRUMP, SENDO MOTIVO DE NOTICIAS NO BRASIL.
MAS, NESTE SÁBADO TIVEMOS UMA GRANDE SURPRESA, PÓS JOGO DO BAHIA CONTRA O FLUMINENSE, EM QUE O TRICOLOR DA BOA TERRA, PERDEU DE 2X0 E AÍ UMA ENTREVISTA COM O TÉCNICO ROGER MACHADO DO BAHIA, SOBRE ESTE CONFRONTO DE DOIS TÉCNICOS NEGROS NA SERIE  A DO BRASILEIRO , E AÍ PARA SURPRESA, ROGER ABORDOU A QUESTÃO DO RACISMO, DO FEMINICIDIO E DAS POLITICAS PÚBLICAS NO ULTIMOS 15 ANOS E A AMEAÇA QUE  PAIRA NO AR SOBRE UM RETROCESSO POR PARTE DO GOVERNO FEDERAL.
UMA TREMENDA RASTEIRA NAS FIGURAS BIZARRAS: CAFU,EDMUNDO, RONALDO GAUCHO, FELIPE MELO,DIEGO SOUZA, LUCAS MOURA E TANTOS JORNALISTAS FASCISTAS DEFENSORES DE BOLSONARO.
MUITO BOM O ROGER MACHADO, DEIXANDO OS PRÓPRIOS JORNALISTAS, NA SUA MAIORIA IGNORANTES POLITICOS CALADOS.

domingo, 13 de outubro de 2019

O DCM incomoda Ciro. Muito. Continuaremos incomodando todo déspota, esclarecido ou não. Por Kiko Nogueira



Jair Bolsonaro e Ciro Gomes
Eu fui surpreendido nas minhas férias em Carcassonne pela história de que Ciro Gomes me atacou e ao DCM.
Um jornalista me avisou. Jornalistas adoram dar más notícias sobre jornalistas.
O mais importante já foi dito por Paulo Moreira Leite, do 247, o outro alvo do destempero do candidato, e por Renato Rovai, da Fórum.
Luís Nassif, no GGN, apontou a “metralhadora giratória vesga” de Ciro.
A todos eles, e aos que não consegui citar aqui, agradeço de coração em meu nome e no do Diário do Centro do Mundo.
Vale registrar também o silêncio de profissionais que vivem cobrando apoio quando sua liberdade de expressão é ameaçada. Para variar, a Abraji, por exemplo, está calada.
Posso acrescentar que Ciro simplesmente errou tudo sobre mim, com exceção do meu nome.
O que me leva à seguinte reflexão: se o sujeito não acerta coisas básicas sobre um repórter, imagine o que não faz com dados sobre economia, exportação ou segurança pública, digamos.
O cidadão vai desfiando um arsenal de mentiras numa boa, com a maior autoridade, naquele estilo clássico cirista de quem é senhor dos segredos do universo.
Fake news para seus seguidores, que mergulham no lixo felizes.
Ciro, ficou mais claro que nunca, não é melhor que Jair Bolsonaro. 
A essência autoritária e intolerante é exatamente a mesma.
O ímpeto descontrolado para assassinar reputações de quem o critica é igual ao do presidente da República.
O DCM tira Ciro do sério.
Muito, pelo jeito. 
Eu tenho algumas teorias a respeito disso. Amigos meus, que me prestaram solidariedade, também.
Há muita coisa sobre Ciro.
Eu poderia fazer como ele e elencar metade, adjetivando, babando de ódio, sem critério, apenas para atingi-lo. 
Como não sou o Ciro ou o seu doppelgänger Bolsonaro, não o farei.
Atenderei, obedientemente, meu advogado, Francisco Ramos, e verei esse caluniador nos tribunais.

 Ciro Gomes continua devendo explicações ao povo brasileiro

Em entrevista, o pedetista Ciro Gomes atacou o jornalista Paulo Moreira Leite, que em sua coluna rebateu: "No permanente esforço para tentar fugir do esquecimento em que foi colocado pelo povo brasileiro através de sucessivas derrotas eleitorais, Ciro Gomes decidiu me colocar como alvo de seu esgoto verbal"
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Paulo Moreira Leite
Paulo Moreira Leite (Foto: 247)
247 - No permanente esforço para tentar fugir do esquecimento em que foi colocado pelo povo brasileiro através de sucessivas derrotas eleitorais, Ciro Gomes decidiu me colocar como alvo de seu esgoto verbal divulgado em recente entrevista ao UOL.
"Moreira Leite foi demitido do grupo Abril, onde fazia picaretagem a serviço da pior direita corrupta do Brasil", disse ele. É uma calúnia,  recurso clássico de quem não se conforma com a liberdade devida a todo profissional de imprensa interessado em acompanhar nossa vida política com espírito crítico.
Como jornalista há quase meio século, fiz e espero sempre fazer as críticas que considerar necessárias. Na campanha de 2018, por exemplo, publiquei uma reportagem que mostrava que Ciro Gomes tinha uma proposta de reforma da previdência sob medida para agradar os banqueiros. Incluía até capitalização individual. Será que errei? Ou incomodei?
Antes de desmacarar essa patética e criminosa tentativa de Ciro Gomes para atingir minha honra, vamos falar do que interessa de um país às voltas com ataques ao bem estar do povo e à democracia. O ponto obrigatório, aqui, é recordar o lamentável papel de Ciro na vitória de Bolsonaro -- pois este é o fato essencial de sua história política recente.
No final do primeiro turno, quando recebeu uma votação pífia para quem ambicionava chegar à segunda fase de qualquer maneira, fiz parte do coro de jornalistas e blogueiros que traduziram a indignação de milhões de brasileiros e brasileiras diante da reação do candidato do PDT na hora do perigo. Fugindo para Paris, recusou-se a construir uma unidade que poderia ter impedido a catástrofe que todos já avistavam em horizonte próximo.
Este é o problema real. O país inteiro sabe que Ciro Gomes foi um aliado objetivo da vitória de Bolsonaro, o que torna as críticas ao atual governo -- que ocupam todas as entrevistas redentes -- um exercício vergonhoso de oportunismo, de quem pretende esconder suas responsabilidades na tragédia.

Portando-se como velhos coronéis que dominavam a política brasileira no século passado, o ex-governador do Ceará jamais prestou contas deste ato irremediavelmente obsceno.
Este é o testemunho que incomoda Ciro Gomes, a razão para seu ataque ao 247, a Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, a outros que descreve mentirosamente como "picaretas".
Com limites e imperfeições, naturais a toda atividade humana, somos olhos e ouvidos de um país que resiste e luta. E, mais uma vez, Ciro Gomes faz o jogo útil ao adversário que finge combater.

No que diz respeito à minha atividade como jornalista -- em breve completo 50 de profissão -- cabe registrar o mais importante. Além de fazer acusações de caráter criminoso, Ciro Gomes deixa claro que nem sabe do que está falando.
Tive duas passagens pela VEJA, de onde sempre saí por vontade própria.
Na primeira vez, deixei a revista para me dedicar em tempo integral ao jornal O Trabalho, um dos muitos veículos da imprensa alternativa que combatiam a ditadura militar num tempo em que Ciro Gomes frequentava circulos da juventude simpática ao regime dos generais.
Encerrei minha segunda passagem pela VEJA após 17 anos, onde ocupei posições como editor executivo e redator chefe. Saí ao aceitar um convite para ser correspondente em Washington da Gazeta Mercantil, o mais respeitado jornal econômico da época. Pedi demissão por uma razão sabida por toda redação -- minha discordância absoluta com a orientação política que a VEJA assumira após uma mudança na direção.
Mas como disse antes, meu destino pessoal não tem importância diante da tragédia que abate sobre o país. É esta a explicação que Ciro Gomes deve a 210 milhões de brasileiras e brasileiros.
O resto é esgoto verbal.
Alguma dúvida?

Conheça a TV 247

A metralhadora giratória vesga de Ciro Gomes, por Luis Nassif

Ciro torna-se um paradoxo ambulante. Seu estilo é o de promover polêmicas. Logo, provocar adesões e críticas. A cada crítica, responde com mão pesada
Por Luis Nassif
Não sei onde Ciro Gomes pretende chegar com suas incontinências verbais e sua absoluta intolerância às críticas que recebe.
Ciro torna-se um paradoxo ambulante. Seu estilo é o de promover polêmicas. Logo, provocar adesões e críticas. A cada crítica, responde com mão pesada. Todos os críticos são corruptos, diz ele, em uma mesma entrevista em que define o seu estilo como racional, baseado nos fatos e na razão. Ou seja, Ciro não mente, não chuta, não faz críticas irresponsáveis e todas suas denúncias são fundamentadas, é este o seu bordão.
Nos ataques a Paulo Moreira Leite e a Kiko Nogueira, cometidos na mesma entrevista, falhou de todos os modos. Falhou factualmente, ao atribuir a Paulo Moreira Leite, em sua passagem por Veja, o apoio à ultradireita e a demissão. Pelo contrário, nem Paulo Moreira Leite dirigiu a revista na fase esgoto (que foi posterior à sua saida) nem foi demitido, mas contratado por uma revista concorrente. Em relação a Kiko, jamais trabalhou na Época e, assim como Paulinho, jamais foi alvo de nenhuma suspeita de trabalho aético.
Mais que isso, a espingarda de Ciro estava tão vesga que, em um setor contaminado pela pusilanimidade, maledicência e disputas sem regras, mirou justamente dois jornalistas que, além de brilhante carreira jornalística, são excelentes carácteres, unanimidade nos ambientes em que trabalharam.
O terceiro erro foi classificá-los como petistas militantes. Ambos são jornalistas que atuam nos vácuos de cobertura da mídia. Hoje em dia atendem a um público preferencialmente petista, devido ao claro viés antipetista da mídia. Mas, dentro do padrão de mediação jornalística que professam, no qual não há militância política nem posição apriorística: critica-se quando se julga que se deve criticar; elogia-se quando se enxergam aspectos positivos na pessoa.
Eles provavelmente seriam os primeiros a apoiar Ciro, quando abandonasse sua metralhadora giratória, ou a calibrasse melhor, e passasse a trilhar caminhos mais positivos, na construção da grande frente democrática.