quarta-feira, 28 de dezembro de 2016


Por Helena Sthephanowitz
Na RBA
Aécio Neves, o Mineirinho da Odebrecht, depõe na PF e a imprensa abafa
A imprensa não estava na porta da Polícia Federal para transmitir ao vivo. Helicópteros não cobriram o trajeto do carro que levava o depoente. Não havia um batalhão de fotógrafos na entrada e na saída do suspeito. Não teve imagens do oficial de Justiça entregando a intimação e nem condução coercitiva com bonitão da PF escoltando.
No mais absoluto sigilo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG)  compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília na quinta-feira passada para prestar depoimento no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), em que o tucano é acusado pelo ex-senador Delcídio do Amaral de atrasar o envio de dados do Banco Rural à CPI para poder “apagar dados bancários comprometedores” e evitar que a apuração sobre fraudes na instituição levasse a nomes de outros políticos do PSDB. O inquérito está nas mãos do ministro Gilmar Mendes no STF. O conteúdo do depoimento, contrariando o que passou a ser prática na nossa grande imprensa, também não vazou.
De acordo com o depoimento de Delcídio, durante as investigações feitas pela CPI dos Correios, o senador Aécio Neves, então governador de Minas Gerais, “enviou emissários” para barrar quebras de sigilo de pessoas e empresas investigadas, entre elas o Banco Rural. Delcídio do Amaral, que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios em 2005, disse também que foi descoberto maquiagens em “dados comprometedores” fornecidos pelo Banco Rural para esconder relação entre o Banco e mensalão Tucano. O mensalão tucano, foi revelado durante a CPI dos Correios, em 2005. À época, Eduardo Azeredo era presidente nacional do PSDB.
Eram dados que, segundo ele, prejudicariam o ex-governador Aécio Neves, o ex-vice-governador de Minas Gerais, Clésio Andrade (em 2002, foi sócio de Marcos Valério na SMP&B), além da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, do publicitário Marcus Valério, que utilizava suas empresas para lavagem de dinheiro em forma de publicidade para governos tucanos, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que sabia que os dados estavam sendo maquiados e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que na época era deputado pelo PSDB). Delcídio também afirmou que em relação a Aécio, “sem dúvida” o presidente nacional do PSDB recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal de energia Furnas que, era semelhante ao da Petrobrás, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.
Dias depois da delação de Delcídio, o jornal O Globo divulgou que documentos da CPI haviam sido deslocados do arquivo do Senado para outro setor da Casa a pedido de Aécio. A pesquisa feita pelo senador Aécio resultou num relatório que foi divulgado pelo próprio senador para contestar as acusações do ex-senador Delcídio.
Daniel Dantas apareceu...
Se de um lado, a imprensa não teve curiosidade de saber o que disse o senador Aécio Neves em depoimento à Policia Federal, também ignorou o pedido do banqueiro Daniel Dantas, pivô de uma série de casos bastante suspeitos envolvendo figuras da classe política brasileira.
Sete anos depois de bater às portas do Supremo para deixar, por duas vezes, a prisão, o banqueiro Daniel Dantas recorreu mais uma vez ao STF. Agora, o dono do Grupo Opportunity quer acesso a todos os documentos da CPI dos Correios. O ministro Gilmar Mendes que já concedeu três habeas corpus a Dantas, deferiu o pedido, autorizando que o empresário tenha acesso a todos os autos da CPI ao Senado, local onde estão guardados
O pedido de Dantas deferido por Gilmar foi protocolado no inquérito que investiga a participação do senador Aécio Neves na maquiagem de dados que foram enviados à CPI dos Correios. O inquérito está no STF, e desde outubro para avaliar se denúncia ou não o senador Aécio.
Em 2005, o banqueiro foi convocado para explicar as operações da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) com a Telecom Itália na tentativa de compra da Brasil Telecom, que mais tarde virou a Tim. A CPI dos Correios recomendou o indiciamento de Daniel Dantas por gerir de forma espúria, por meio de seu banco Opportunity, os fundos de pensão. O banqueiro só se tornou réu em 2009, na Operação Satiagraha, foi preso duas vezes, e nas duas vezes, o Gilmar Mendes que mandou soltar, agora seu acesso aos documentos da CPI
Para relembrar: governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Dantas obteve apoio político do PSDB e do PFL (o atual DEM) para participar da privatização das teles. Há o episódio do jantar dele com FHC em junho de 2002. No dia seguinte, haveria troca do comando da Previ, como desejava o banqueiro.
Daniel Dantas estava desaparecido do noticiário até julho desse ano, quando a Justiça Federal em São Paulo liberou os R$ 4,5 bilhões do Opportunity.
O dinheiro estava bloqueado há sete anos para servir de garantia à operação, que investigou crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. No entanto, todas as provas foram invalidadas e a operação acabou anulada pelo STF.

Agora é aguardar os próximos capítulos para saber o que pretende Daniel Dantas depois de ler toda papelada da CPI da qual ele participou.

 
Nos últimos dias tive dois contatos marcantes. Um deles, com um autêntico representante da ultradireita delirante. Outro, com um representante típico do Homer Simpson.
 
Vamos por parte.
 
Fomos apresentados à direita delirante por um amigo gozador, que juntou os três casais em uma feijoada. O sujeito era oftalmologista, estudara nos Estados Unidos, em uma universidade da qual não me recordo o nome, mas, segundo ele,  muito mais afamada que Harvard, tinha sido convidado a trabalhar em um órgão do governo norte-americano, muito importante, e do qual não me recordo o nome, e cometeu outros feitos expressivos, dos quais não me recordo a relevância.
 
Ele se informa em sites de ultra-direita, não confia em nada do que sai na imprensa e acredita em tudo o que lhe dizem seus pares.
 
Quando elogiou minha origem libanesa, por ser uma raça pura, percebi que a conversa ia ser marcante. 
 
Ele é contra todas as raças impuras, diz que Donald Trump vai colocar as coisas nos eixos (sem jogo de palavras). Garantiu, sem pestanejar, que Michele Obama é transexual; que Barack Obama não é Barack Obama, mas um sujeito que se faz passar por Barack Obama. Trata os negros como macacos. E me passou a mais retumbante das revelações que, segundo ele, tem sido sonegada por toda a imprensa ocidental. Aliás, apostou comigo como não conseguiria publicar nem no meu blog a relevante informação de que não há mais peixes no Oceano Pacífico.E não adiantou argumentar que desastre desse tamanho não seria sonegado nem pelo Estadão, mesmo se fosse de responsabilidade do PSDB.
 
Pulemos para o simpático Homer Simpson, que me aborda no boteco de Poços.
 
Diz que os problemas no Brasil surgiram com o porto de Mariel, em Cuba. Levaram para lá todos nossos empregos e nossas divisas.
 
Tento explicar que a construção do porto envolve inúmeros materiais e equipamentos fabricados no Brasil, contratos com indústria mecânica, siderúrgica e muitas outras. Portanto, gerou muitos empregos no Brasil.
 
E ele: mas o dinheiro foi para fora.
 
Explico que não, que a obra será paga e os lucros reverterão para o Brasil, através da empresa construtora. 
 
E ele: não sei não. 
 
Pacientemente explico que se trata de exportação de serviço praticada por todas as nações, pela China, pelos Estados Unidos. Se não fosse bom, porque os grandes países disputariam mercado?
 
E ele, com a segurança de um procurador da Lava Jato: “Pode ser bom para a China e Estados Unidos, mas não para o Brasil”.
 
Aí desisto e, como no começo da conversa ele se apresentou como astrólogo amador, interrompo a conversa com minha saída favorita:
 
-- Eu não ouso discutir astrologia com você.
 
Ele entendeu, se despediu e foi embora. Educadamente, saliento.
 
O fenômeno da desinformação
 
Nos dois casos, a conversa – embora surreal – foi em bases relativamente educadas. No caso do direitoso, um conteúdo de uma violência extrema, mas dito socialmente em uma “conversa de brancos”. No Hommer Simpson, um senhor simpático, boa gente mesmo.
 
Mas o novo normal é a grosseria, o sujeito tratar sua opinião como um bem de raiz, dedicando a ela o mesmo cuidado obsessivo com que cuida das suas posses, seja o carro velho ou a casa a beira-mar. E reagindo agressivamente contra qualquer tentativa de tirá-lo da comodidade das suas verdades estabelecidas.
 
Na convivência social, um dos primeiros fatores de contenção é o conjunto de regras sociais  consolidadas que impõe um padrão de sociabilidade do restaurante granfino, ao boteco de família, da missa ao estatuto da gafieira.
 
Cada ambiente tem seu conjunto de regras e seus limites. O machismo e a homofobia estão restritos a ambientes machistas, onde é de mau tom defender transexuais. Mas, se saíssem fora da jaula, seriam coibidos por olhares de reprovação. Nos botecos, as mesas separavam os grupos por afinidade de opinião. Mas não havia interferência nas conversas, mesmo por parte de quem ouvisse e reprovasse.
 
Nos ambientes públicos, não era de bom tom o preconceito, a intolerância. Uma pitada de esquerda social dava até status intelectual. E havia um respeito (muitas vezes excessivo) pelo conhecimento técnico.
 
Todas essas barreiras caíram. Hoje em dia, a norma é a grosseria, a opinião fechada, intransponível como a muralha chinesa, em torno do senso comum mais primário ou da piração mais louca, como comprovaram meus dois interlocutores.
 
Quais os fatores que levaram o mundo a essa balbúrdia?
 
Os fatores de confusão
 
Há um conjunto de fatores muito similar ao que conduziu o Ocidente de fins do século 19 até a 2a Guerra:
 
Uma fase de grandes avanços científicos e tecnológicos que não resultaram em melhoria da condição de vida das populações, levando à descrença em relação ao pensamento científico, especialmente dos economistas.
 
Um financismo desvairado impedindo a consolidação das economias periféricas.
 
Dissolução de estados nacionais, guerras internas, promovendo gigantescos movimentos migratórios.
 
Os imigrantes promovendo terremotos nas estruturas sociais estratificadas das nações hospedeiras, com novos valores, novas informações, novas maneiras de encarar a vida.
 
O aparecimento de novos meios de comunicação, implodindo a ordem que repousava nos sistemas tradicionais de mídia.
 
A falência dos sistemas tradicionais arcaicos de política.
 
A crise atual decorre de uma soma similar de fatores:
 
Fator 1 – a falência do conhecimento científico
 
A crise de 2008 não apenas matou a ilusão do neoliberalismo como fator de promoção de desenvolvimento e bem estar. Levou junto a respeitabilidade do conhecimento científico junto ao público leigo, da mesma maneira que o atual estado de exceção está desmoralizando o conhecimento jurídico.
 
A expansão do neoliberalismo, da ampla desregulação financeira, foi fundada na adesão acrítica e interessada de vastos setores da academia, especialmente dos economistas – conforme atestam documentários produzidos depois da crise nos Estados Unidos. Literalmente, o mercado comprou a opinião da Academia.
 
O padrão de atuação do mercado, de braços dados com a mídia, sempre foi a de construir reputações de seus vendedores. Alçados à condição de celebridades, ajudavam na venda de produtos ou de ideias de seus empregadores.
 
Nas discussões sobre a desregulação da economia, por exemplo, economistas medíocres, repetidores de slogans, eram alçados pela mídia à condição de grandes gurus da economia. Para o universo dos Hommers Simpsons, um Mailson valia mais que um Paul Krugman.
 
Do mesmo modo, no apogeu da Nasdaq (a bolsa das empresas de tecnologia) os bancos de investimento fabricavam gurus a torto e a direito, fornecendo palpites para a manada.
 
O auge foi quando a Goldman Sachs recomendou a compra de ações da Microsoft logo após a União Europeia tê-la condenado por práticas monopolistas. O ganho do investidor não está em investir no tamanho da empresa, mas em sua expectativa de crescimento. Aquele episódio, mais a estabilização do mercado de desktops, decretava o fim do crescimento exponencial histórico da empresa, registrado em um período de amplo domínio do Windows. 
Para manter o mesmo ritmo de crescimento, teria que competir com os japoneses em games, com a Oracle em bancos de dados, com as novíssimas redes sociais que surgiam.
 
Era apenas uma jogada do banco. Ao perceber que as ações da empresa não tinham mais atração, preparou o mercado para poder desovar seus estoques de ações a um bom preço. E os gurus fabricados pela mídia norte-americana ajudaram no jogo.
 
Para tudo isso serviam os gurus. E toda  essa catedral de papelão veio abaixo com a crise de 2008. Menos em países intelectualmente subdesenvolvidos, onde um economista pode virar gênio sem publicar um trabalho acadêmico que preste..
 
Fator 2 – a implosão das regras sociais
 
No início das redes sociais, perdi uma aposta para o neurologista Danielle de Riva. Eu acreditava que a Internet e as redes sociais permitiriam a construção coletiva do conhecimento, com a informação libertando. Cético, De Riva apostava que liberaria todas as taras, com a formação de grupos de doenças sociais variadas, de pedófilos a terroristas.
 
Ganhou.
 
As redes sociais aboliram as barreiras naturais dos ambientes sociais presenciais. Agora, o sujeito pode entrar em qualquer ambiente virtual sem ser apresentado, sem os constrangimentos naturais, as regras sociais consolidadas  nos contatos presenciais, dando vazão aos seus instintos mais primários. Liberou geral.
 
Mais que isso, o espírito animalesco passou a encontrar assemelhados e a se organizar em alcateias, compartilhando as piores intenções e os piores sentimentos. Saíram do armário, nus e peludos como os homens da caverna, despidos de todo o verniz social e todos os princípios civilizatórios acumulados em séculos de civilização.
Do virtual para a contaminação do presencial foi um pulo.
 
Fator 3 – a opinião leiga
 
Essas hordas partiram para a guerra armados de slogans primários, mas de alta eficiência.
 
No trabalho seminal de 1962, em que previu todos os passos do golpe, Wanderley Guilherme dos Santos analisou o discurso da direita, na época praticado por Carlos Lacerda. Apesar do primarismo da análise, ironizada pelos acadêmicos, Wanderley anotava sua enorme eficácia junto às massas leigas. As massas – à esquerda ou à direita – são sensibilizadas por frases simples, slogans falsos como são as verdades definitivas que cabem em uma frase.
 
Lembro, com 13 anos de idade, influenciado pelo meu avô udenista, enfrentando frei Josaphat, do jornal Brasil Urgente, em um debate em Poços de Caldas:
 
-- Que governo é esse que impede a greve dos bagrinhos em Santos, em defesa da sua sindicalização?, bradei, com uma frase retirada diretamente da revista Ação Democrática.
 
E o frei, com a mesma impaciência que eu tive com o Hommer Simpsons:
 
-- Meu anjinho, você é muito novo para entender dessas questões.
 
O slogan disseminado pela revista armava de um menino de 13 anos a um adulto para participar de um debate ideológico – mesmo não tendo o menor conhecimento sobre o contexto discutido.
 
Dia desses, um conhecido, cientista social, contava o que se passou nos seus encontros familiares. De repente parentes que nunca se pronunciavam, por seu escasso conhecimento de temas políticos, passaram a entrar vigorosamente na discussão com argumentos similares ao do meu amigo Hommer Simpson. Construiu-se um verdadeiro manual da idiotia, conferindo a cada Hommer um tacape para utilizar em qualquer discussão.
 
A utilização da pós-verdade
 
Nesse ambiente intelectualmente rarefeito, o discurso político da direita passou a visar o órgão mais sensível do Hommer Simpson: o fígado.
'
É o ambiente ideal para o uso do preconceito, a disseminação da vingança, as bandeiras moralistas, o atropelo de todo o avanço jurídico, retomando os princípios da Lei de Talião e do estado de exceção – sob a aprovação dos liberais de butique, como o Ministro Luís Roberto Barroso e o jurista Oscar Vilhena, agora convertidos em arautos do direito penal do inimigo.
 
Quando esse desastre recai sobre nações institucionalmente pobres, em que os valores civilizatórios dependem de uma mídia venal, da erudição vazia e descompromissada de juristas, de um parlamento vergonhoso, de partidos políticos não-programáticos, dá no que deu.
 
Não se imagine que o fundo do poço está à vista. A fragilidade institucional brasileira, a mediocridade de suas elites pensantes – à direita e à esquerda -, a ausência mínima de noção de soberania, de interesse nacional, de solidariedade nacional, sugerem que o desmonte nacional pode não ter fundo.

 

Neurocientista avalia crise política, papel do Estado como indutor da ciência, o imperialismo norte-americano na internet e os efeitos do cyber mundo sobre a capacidade de reflexão
 
 
Jornal GGN - Na Sala de Visitas com Luis Nassif, uma entrevista exclusiva com o neurocientista Miguel Nicolelis.
 
No início dos anos 2000, Nicolelis foi listado entre os vinte maiores cientistas do mundo, pela revista "Scientific American". O brasileiro foi responsável pela descoberta do sistema que possibilita a criação de braços robóticos controlados por sinais cerebrais. Em 2014, a revista The Verge (premiada cinco vezes pela International Academy of Digital Arts and Sciences) apontou o achado da equipe de Nicolelis entre os maiores destaques cientificos daquele ano, retratando o neurocientista entre as 50 personalidades mundiais. 
 
Nicolelis recebeu nossa equipe na sede do Projeto Andar de Novo, no bairro da Vila Madalena, em São Paulo. Durante a entrevista, que durou um pouco mais de 50 minutos, ele falou do projeto educacional que incentiva a produção científica de crianças na periferia de Natal, tocado pelo Instituto Internacional de Neurociências - Edmond e Lily Safra (IINN), avaliou o desenvolvimento no Brasil, elogiando o programa Ciências Sem Fronteiras e seu impacto na auto estima de estudantes brasileiros que encontrou em outros países, além da necessidade de uma política pública de descentralização da ciência e tecnologia no país, hoje concentrada na região Sudeste.
 
Num segundo momento, Nicolelis contou o início da sua carreira, nos Estados Unidos, abordou a dificuldade de desenvolver ciência no Brasil, e o importante papel do Estado na promoção de conhecimento, lembrando que o governo norte-americano investe cerca de 5% do Produto Interno Bruto anual em ciência.
 
O neurocientista avaliou, ainda, a forma como a mídia nacional desvaloriza os avanços brasileiros, com destaque para a pífia cobertura do funcionamento do exoesqueleto em um paciente há dez anos paraplégico, durante a abertura da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. "O governo japonês nos chamou para repetir a nossa demonstração nas Olimpíadas de Tóquio, já criaram um comitê para ter uma demonstração de robótica nos mesmos termos que o nosso, com todo apoio da sociedade japonesa", rebateu.
 
O pesquisador enxerga com preocupação o desmonte recente da indústria nacional, decorrente da crise política, criticando fortemente a desvalorização da Petrobras, que deveria ter seus ativos protegidos, e não vendidos, como está ocorrendo por conta dos desdobramentos da Operação Lava Jato. 
 
Por fim, Nicolelis entrou na sua área de conhecimento, sobre o potencial intuitivo do cérebro humano, condição que jamais um computador será capaz de emular, porém ressaltou a preocupação do fenômeno de sincronização de pensamentos, por conta do uso cada vez mais constante da internet e redes sociais. Esse novo modelo de comunicação, rápido o suficiente para acompanhar o funcionamento cerebral, estaria trazendo prejuízos à capacidade de reflexão dos indivíduos, lembrando que, na obra "Understanding Media", dos anos 1960, o teórico da comunicação, Marshall Mcluhan, já alertava para isso.
 
“Ele previu que os grupamentos sociais iam começar a fragmentar a sociedade, porque os grupos de interesse iam começar a se auto referenciar no momento em que houvesse um meio de mídia capaz de ser rápido o suficiente para sincronizar as pessoas na ordem da magnitude de funcionamento do cérebro”. 
 
O cientista indicou, também, que o imperialismo norte-americano continua atuante, agora em movimentos cibernéticos, com alcance sobre vidas e mentes sem precedentes na história da humanidade. 
 
O Instituto de Neurociência em Natal-RN 0:15
O modelo educacional do Instituto de Neurociência 04:09
Como o instituto conseguiu atrair cientistas 10:17
O impacto do Ciências Sem Fronteiras na auto estima do estudante brasileiro 12:12
Descentralização da ciência no Brasil 16:06
Carreira nos Estados Unidos 17:58
Ciência no Brasil 20:39
O exoesqueleto na Copa de 2014 25:18
Crise brasileira e o desmonte industrial 26:14
Cérebro humano e intuição 31:54
Sincronização de cérebros e a fragmentação social - Black Mirror 35:03
Imperialismo norte-americano e a vitória de Trump 42:51

Dilma quis combater os fura-teto

Por isso, caiu
publicado 28/12/2016
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The Guardian traz na edição desta quarta-feira (28) uma carta escrita pelo professor Kevin Dunion, da University of Dundee, onde o também diretor diretor na Faculdade de Direito Executivo do Centro de Liberdade de Informação fala sobre o impeachment da presidente brasileira Dilma Rousseff.
Os desafios que Dilma Rousseff enfrentou na limpeza da política brasileira não podem ser subestimados. Em 2012, fui contratado pela Unesco para aconselhar o governo sobre a implementação do decreto de acesso à informação que a presidente tinha assinado. Entre as primeiras exigências de divulgação feitas pela imprensa diziam respeito aos detalhes de salários e regalias recebidas por ministros, juízes e funcionários públicos.
Isso levou a uma ação legal por parte dos sindicatos (que haviam negociado acordos lucrativos para seus membros) para tentar impedir a divulgação e uma resistência feroz dentro do governo de coalizão. Quando o assunto foi levado a Dilma Rousseff ela instruiu que a divulgação completa deveria ser feita, começando com seu próprio pacote salarial.
Posteriormente, os detalhes publicados revelaram que um terço dos ministros e quase 4.000 funcionários federais violavam o teto de pagamento estabelecido pela Constituição e estavam ganhando mais do que a presidente. Recompensas infladas eram incluídas e até um salário adicional de seis meses por ano, contabilizados como subsídios de custo de vida ou como licença educacional.
Alguns funcionários do parlamento e do Congresso estavam ganhando até 10 vezes mais do que o salário médio de um professor ou policial. Aqueles que estavam envergonhados não quiseram perdoar a presidente por violar o código de silêncio sobre esses arranjos, nem muito menos apoiá-la em abordar outras áreas de política suja.
Professor Kevin Dunion
Anstruther, Fife
Sobre Kevin Dunion
Kevin Dunion foi o primeiro Comissário escocês de Informação (2003-2012), responsável pela aplicação da Lei de Liberdade de Informação (Escócia) em 2002 e da Regulamentação de Informação Ambiental (Escócia) em 2004. É agora Professor Honorário e D. Ele também é Professor honorário da Northumbria University. Ele é membro da Comissão de Recursos de Acesso à Informação do Banco Mundial e membro do Conselho Legal de reclamações da Escócia.
Antes de se tornar Comissário, esteve durante muitos anos empenhado na investigação e na campanha ambiental e, em 2000, foi premiado com uma OBE para serviços aos Amigos da Terra Internacional, da qual foi Presidente (1996-2000). Foi Reitor da Universidade de St. Andrews (2008-2011).

A Globo é a questão central da Democracia!

Concentração no PiG brasileiro é a maior da América Latina!
publicado 28/12/2016
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Como diz o professor Wanderley Guilherme dos Santos, a Globo é a questão central da Democracia brasileira.
Globo e Democracia: um ou outro!
Uma das soluções para esse problema, quando se confirmar que a canoa vai virar e o Paredón do CAf fizer as primeiras execuções sumárias, quando tudo isso estiver em funcionamento, uma das soluções para a Democracia brasileira será estatizar o jornalismo da Globo!
E levar o José de Abreu para o lugar do Bonner!
Outra não pode ser a saída diante do que se lerá a seguir:
Crece la concentración mediática en América Latina
Los índices de concentración del sector de medios y telecomunicaciones son más elevados en América Latina que en Europa y Estados Unidos. Internet es una de las industrias más concentradas en los mercados más importantes de la región, donde cuatro (o menos) empresas superan el 95% de dominio de mercado en la provisión de acceso a la banda ancha. Cabe destacar que son las mismas empresas las que suelen tener posición dominante en telefonía fija, móvil y servicios de acceso a Internet aunque en algunos países este dominio también se extiende a las empresas de televisión de pago.

El informe, elaborado por los investigadores argentinos Guillermo Mastrini y Martín Becerra, miembros de OBSERVACOM, trabaja sobre datos de 2014, actualizando sus estudios anteriores (2000, 2004 y 2008), y evidencia que las tendencias sobre los altos índices de concentración registrados en los años previos no solo se mantienen sino que, en algunos casos, se han visto agudizados.



El estudio demuestra que en el sector televisivo los niveles de concentración – en TV paga como en TV abierta- también son muy elevados y las cuatro principales compañías detentan, en promedio, el 90% del mercado en los cinco países. En la región se observa un marcado crecimiento del servicio de TV paga, con un notable incremento de los abonados en Colombia y México (donde cuatro compañías concentran el 92 y 93% de mercado respectivamente), que se suman a la importante penetración alcanzada durante la primera década del siglo XXI en Argentina y Chile. Hay que destacar también el caso de Brasil, que presenta los niveles más elevados de concentración de mercado de los cinco países estudiados, ya que las cuatro primeras compañías representan el 96% del mercado.



En la industria de la prensa escrita, la concentración promedio se ubica en torno al 80%. Esto significa que los cuatro primeros diarios de Argentina, Brasil, Colombia, Chile y México se quedan con cuatro de cada cinco lectores. La situación es un poco más leve en Argentina y fuertemente concentrada en el resto de los países.

Históricamente la radio constituyó el mercado más diverso. Sin embargo, en la medición correspondiente a 2014 el CR4 se ha mostrado más elevado, acercándose al 70% en promedio. Cabe recordar, que en este caso se analizan las audiencias por emisora, pero no se incluye a las repetidoras de contenido, hecho que agravaría la situación.
Publicado en Voces
Concentración de medios amenaza la democracia y libertad de expresión
Según un informe elaborado por el Observatorio Latinoamericano de Medios y Convergencia (Observacom) la concentración de los medios en la región alcanza un 60 por ciento. En Chile, la prensa escrita mantiene una concentración de la propiedad del 75 por ciento y de un 89 por ciento en la televisión abierta. Un escenario que preocupa a los organismos internacionales porque limita el fortalecimiento a la democracia y a la libertad de expresión de los ciudadanos.
Si se desagrega por región y por tipo de medio, en Brasil la concentración en la prensa escrita es de un 89 por ciento, mientras en México la televisión abierta alcanza un 93 por ciento. En Chile, en ambos medios la cifra es cercana al 80 por ciento. En tanto, la radio sigue siendo el medio menos concentrado aunque la cifra no es menor al 50 por ciento.
Estos datos fueron expuestos en el foro internacional “Libertad de Expresión y Concentración Mediática en América Latina”, organizado por el Observatorio Latinoamericano de Medios y Convergencia (Observacom) junto al Colegio de Periodistas.
En la instancia, el relator especial para la Libertad de Expresión de la Comisión Interamericana de Derechos Humanos (CIDH), Edison Lanza, afirmó que es una situación preocupante porque afecta el fortalecimiento de la democracia y el ejercicio de la libertad de expresión de los ciudadanos.
Una situación donde la responsabilidad del Estado es evidente, sin embargo el enfoque para revertirlo no puede ser meramente económico, según indicó el investigador y docente argentino, Guillermo Mastrini. “El problema es que los políticos tienen una doble dimensión: por un lado, pueden estar de acuerdo con mayor libertad de expresión y menos concentración, pero saben que su carrera está determinada por los mismos medios y en última instancia tratan de no confrontarse con estos conglomerados. Por lo mismo, sus declaraciones suelen ser más bien “timoratas” respecto de lo que finalmente terminan haciendo”, comentó.
Para la investigadora mexicana también integrante del Observacom Aleida Calleja el cambio a la televisión digital era un paso decisivo para revertir parte de esta concentración. No obstante, muchos de los países que han comenzado a implementar esta tecnología han desaprovechado la oportunidad porque las cifras demuestran incluso mayor concentración. “Si bien los Estados están abriendo el espectro para nuevos jugadores, pero terminan siendo actores del ámbito comercial. Entonces, se enfatiza en la propuesta económica y no comunicacional como, por ejemplo, otorgar mayores fondos a proyectos independientes y comunitarios”, señaló.
Existe una estrecha relación entre la “concentración del pensamiento” que pretenden ejercer los medios y el rol preponderante del mercado de la publicidad, según explicó el decano de la Facultad de Comunicación de la Universidad de La Frontera de Temuco, Carlos del Valle. “Un tema que preocupa mucho es la concentración cognitiva o de contenidos. Si nos fijamos en la prensa desde el siglo XIX, existe la configuración de un ‘enemigo público’ que es el pueblo mapuche y que hoy en día es el terrorista”, subrayó.
Por su parte, la presidenta del Colegio de Periodistas, Javiera Olivares, destacó la importancia del actual proyecto que modifica la ley de TVN respecto a contenidos, estructura y avisaje estatal, entre otros aspectos. “Es un debate estructural porque se trata del canal estatal y aunque no es el único, es muy importante. Todo esto requiere de voluntad política y hemos visto que muchas veces la Fiscalía Económica se ha negado a hacer estudios respecto a la concentración acusando falta de recursos y tiempo”, expresó.
La mayoría de los países de la región mantienen el statu quo respecto a la normativa que rige a los medios de comunicación donde las leyes sobre competencia han sido insuficientes, según recalcaron los expertos.
Por lo mismo, no se puede esperar que por contar con mayor cantidad de medios necesariamente se diversifiquen los contenidos, como se esperaba con la televisión digital. Un análisis pendiente, hasta ahora, es revisar la concentración en las nuevas tecnologías de la comunicación, por ejemplo en redes sociales, y en la televisión de pago.
Publicado en RadioUchile

Gilmar quer cortar o salário do Moro

A Faoro o que é de Faoro!
publicado 28/12/2016
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No momento em que a Lava Jato se aproxima do ninho tucano, os lavajateiros passam a sofrer ataques mortíferos de onde menos esperavam.
Sim, porque os novos atacantes silenciavam enquanto só petralhas safados iam para a cadeia!
Por falar nisso, a Fel-lha publica notável artigo de Ministro do Supremo que quer cortar o salário do Moro fura-teto e dos dallagnóis que ganham R$ 121 mil!
Diz o articulista:
Reiteradas vezes afirmei que o Brasil está a se transformar em uma República corporativa, em que o menor interesse contrariado gera uma reação descabida, de forma que a manutenção e conquista de benesses do Estado por parte de categorias ganham uma centralidade no debate público inimaginável em países civilizados.
A autonomia financeira que se pretende atribuir aos diversos órgãos e as reações exageradas contra quaisquer projetos que visem a disciplinar seus abusos são a nova face de nosso indigesto patrimonialismo.
Diante da realidade fiscal da nação e dos Estados, é imperioso acabarmos com vantagens e penduricalhos ilegais e indevidos concedidos sob justificativas estapafúrdias e com base nas reivindicadas autonomias financeiras e administrativas que todo e qualquer órgão pretende angariar para si.

Vídeo escracho: isso é um avião ou uma food shop?

Uma tonelada e 1/2 de torta de chocolate e quer que eu aperte o cinto?
publicado 28/12/2016
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Depois de cair, o Traíra vai apresentar um programa com a Ana Paula Araújo chamado "Culinária Gourmet"!
Sugestão de amigo navegante diabético...

Temer superfatura até o lanchinho

Ainda tinha presunto parma, queijo brie, brioche e sanduíche Beirute e de mortadela...
publicado 28/12/2016
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O jornal O Globo Overseas Investment BV publicou singela tabelinha com o descarado superfaturamento nas compras do Traíra para o lanchinho a bordo do avião presidencial (usurpado à Dilma).
O Conversa Afiada já tinha mostrado que ele adóóóra sorvete Haagen-Dazs e que isso poderia provocar o rompimento do Padim Pade Cerra, já que a filha dele é sócia (sic) do Jorge Paulo Lemann numa sorveteria.
A tabelinha do Globo mostra que tudo ali é superfaturado.
Aí, o ansioso blogueiro pergunta: e aí, Janot, vai se coçar?
Ou também gosta de Haagen-Dazs?
PHA, que prefere sorvete Diletto. Quá, quá, quá!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

8 milhões não andam mais de avião!

Conseguiram: Classe C volta para o ônibus
publicado 26/12/2016
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Bem feito: quem mandou querer voar! (Crédito: Fernando Frazão / Fotos Públicas)
Depois de 12 anos em que o céu parecia o limite para o consumo da nova classe média, cerca de oito milhões de brasileiros que tinham viajado de avião pela primeira vez, naquele período, tiveram que colocar os pés no chão. E boa parte deles foi obrigada a voltar a andar pelo país de ônibus. A estimativa da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) é um reflexo de nada menos do que 15 sucessivas quedas mensais no volume de passageiros transportados.
Neste grupo de pessoas que têm trocado os voos pelas rodovias está a cabeleireira Thaís dos Santos, de 24 anos. A moradora de Angra dos Reis, na Costa Verde, costumava viajar de avião para visitar a família em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. No mês passado, porém, teve que encarar uma jornada de mais de 24 horas de ônibus, com a filha de 4 anos.

— Nas duas últimas vezes, fui de avião, Graças a promoções de passagens. Mas, por mais que seja cansativo, agora vou de ônibus. Não tem jeito. O orçamento está mais apertado, a situação está difícil. Meu marido, por exemplo, que é supervisor de obra civil, teve que ir trabalhar em Manaus — disse Thaís, que deixou a outra filha, de 7 anos, em Angra, porque não teve dinheiro para pagar mais uma passagem.

Shoppings fecham mais que abrem lojas

Traíra fecha 18 000 lojas!
publicado 26/12/2016
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Da Fel-lha:
Mesmo com a abertura de 19 shopping centers em 2016, o setor fechou o ano com saldo negativo de 18.100 lojas, uma queda de 12,9% em relação a 2015, de acordo com dados da Alshop (associação de lojistas de shoppings).
É a primeira vez desde 2004 que a entidade registra um saldo negativo na abertura de lojas, de acordo com Luís Augusto Ildefonso, diretor de relações institucionais da Alshop.
Além do fechamento de pontos, os novos empreendimentos abriram em média com 50% da capacidade de ocupação, diz Nabil Sahyoun, presidente da entidade.
Reflexo desse cenário, os empresários cortaram 36.659 vagas.
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