domingo, 22 de junho de 2014

EUA liberam ao Egito aporte financeiro bloqueado desde golpe contra Mursi


Kerry faz visita surpresa a Cairo e acena reaproximação com o recém-empossado Al Sisi, ex-chefe do Exército que depôs Irmandade Muçulmana em 2013
Após uma visita surpresa do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ao Egito, os EUA informaram neste domingo (22/06) que liberaram o aporte financeiro de US$ 572 milhões ao país. O montante estava bloqueado há um ano, desde a deposição do então presidente islamita Mohammed Mursi, destituído do poder pelo Exército egípcio, cujo chefe era Abdul Fatah Al Sisi, recém-eleito e empossado presidente do país.
Agência Efe

É a primeira visita de uma autoridade dos EUA (o chanceler, John Kerry) ao Egito após a eleição de Al Sisi como presidente
O aporte financeiro foi desbloqueado há cerca de duas semanas, com o sinal verde dado pelo Congresso dos Estados Unidos. O montante representa uma parte substancial da quantia financeira repassada a seu aliado no norte da África — US$ 1,5 bilhão, incluindo US$ 1,3 bilhão destinados a gastos militares — que estava congelada desde outubro, condicionada à implementação de reformas democráticas no país.
Jonh Kerry terá um encontro com o chefe de Estado egípcio, que prestou juramento há duas semanas, a quem deverá transmitir as reservas de Washington sobre a repressão e as táticas de governo, que, segundo os Estados Unidos, dividem a sociedade egípcia. Kerry afirmou que que a transição de poder no Egito atravessa “um momento crítico” e, por isso, pedirá ao novo presidente que mantenha uma atitude de “diálogo” com a Irmandade Muçulmana, conformando uma liderança que inclua a todos no processo político egípcio.
"Achamos que em termos gerais o governo egípcio necessita de uma atitude política muito inclusiva, o que implica em encontrar formas de dar a mão à Irmandade Muçulmana", disse em declarações aos jornalistas que acompanham Kerry um funcionário do Departamento de Estado que pediu anonimato.
Agência Efe

Recém eleito e empossado presidente egípcio, Al Sisi era o chefe do Exército que organizou a deposição do islamita Mursi do governo
O funcionário americano ressaltou que Washington não compartilha da opinião do governo egípcio de que a Irmandade Muçulmana tenha vínculos com grupos terroristas como Ansar Beit al-Maqdis. "Não temos informação que corrobore esse tipo de vínculo. Pedimos aos egípcios que compartilhem essa informação conosco se as têm, mas neste momento não temos tal informação", ressaltou.
A viagem ocorre um dia depois da confirmação de 183 condenações à morte por um tribunal egípcio, incluindo a do líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badia. Durante a visita ao Cairo, prevista para durar algumas horas, Kerry se encontrará também com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sameh Shoukri, antigo embaixador egípcio em Washington.

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O secretário de Estado inicia no Cairo — destino que se manteve em segredo até o último momento — um périplo pelo Oriente Medio e pela Europa, a fim de debater com os aliados dos Estados Unidos a situação no Iraque e a necessidade de formar um governo de unidade no país, onde extremistas islâmicos continuam a ganhar terreno. Depois do Cairo, John Kerry viaja para Amã, onde terá encontro com o secretário de Estado da Jordânia, Naser Yudeh.
Eleições parlamentares
O presidente egípcio também anunciou hoje que os os procedimentos necessários para a realização de eleições parlamentares no país deverão ser iniciados antes do dia 18 de julho. No entanto, Sisi não deu mais detalhes sobre o pleito ou sobre a data em que deverá ocorrer.
(*) Com informações da Agência Efe e Agência Brasil

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