Donald Trump vence as eleições nos EUA Aqui na Pública a gente vem acompanhando atentamente o andamento da disputa para saber quem irá governar uma das maiores potências do mundo.
Mas essa vitória começou muito, muito antes. E não é de agora que estamos de olho nisso. Fomos a agência que mais investigou a relação entre trumpistas e bolsonaristas, publicamos mais de 20 reportagens com base nessas investigações.
Mesmo quando o presidente do nosso próprio país vociferava contra a imprensa, e me bloqueava pessoalmente no Twitter, não paramos. Revelamos que há pelo menos 5 anos, Eduardo Bolsonaro articula estratégias para estreitar as relações com a extrema direita americana. Mostramos que uma comitiva de 16 americanos, entre financiadores de campanha e aliados do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, estava no Brasil quando Jair Bolsonaro (PL) fez ameaças golpistas contra a democracia e instigou seus apoiadores a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em 7 de setembro de 2021.
Levantamos pistas inéditas sobre a presença de Eduardo Bolsonaro nos EUA na véspera da tentativa de golpe insuflada por Trump em 6 de janeiro de 2020. Um ex-embaixador disse para nossas repórteres: “As pessoas ao redor de Bolsonaro, e especialmente Eduardo, realmente estudaram os eventos de 6 de janeiro e concluíram que Trump falhou porque faltou apoio institucional de setores-chave, como os militares, e que Bolsonaro precisa descobrir isso e construir esse apoio institucional para ficar no poder se ele perder a eleição”.
Três anos depois, acontecia o 8 de janeiro de 2023 aqui no Brasil.
Você se lembra desses ataques? Pois bem, bolsonaristas usaram o código “Festa da Selma” nas redes para coordenar a invasão. A expressão chegou a ser utilizada junto à hashtag #BrazilianSpring — Primavera Brasileira, em inglês, lançada por Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, logo após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.
Fomos nós que revelamos que esse foi o código dos golpistas.
Na série de reportagens Mercenários Digitais, que mergulhou nas estratégias de desinformação ligadas à extrema direita, revelamos, ainda, que Eduardo Bolsonaro mantém conexão com uma empresa misteriosa nos EUA, teve 125 reuniões com membros da extrema direita do continente e formou uma rede internacional de desinformadores que ajudou na tentativa de golpe no Brasil, com nomes como Fernando Cerimedo, Steve Bannon e outros.
Finalmente, embora tenhamos sido atacadas pessoalmente por Eduardo - que fez até powerpoint para nos chamar de “agência de George Soros” em turnê na Europa - fomos nós que denunciamos que uma comitiva de deputados bolsonaristas foi aos EUA no começo deste ano para pedir sanções contra Alexandre de Moraes.
Eduardo, aliás, estava nos EUA em companhia de grandes aliados de Trump na noite de ontem.
Alguém agora acha que eles voltarão atrás?
Sabemos que, agora, Elon Musk também vai ganhar um carguinho na Casa Branca. O homem mais rico do mundo – a quem também investigamos em uma série de reportagens – também odeia as instituições brasileiras e vai vir pra cima delas.
Contra essa gente, só há um remédio: boa informação.
Com Trump na Casa Branca e Musk como aliado, torna-se ainda mais necessário investigar essa relação de líderes da extrema direita com o Brasil. Assim como eu, tenho certeza que você também já está pensando nas nossas eleições presidenciais de 2026.
Vamos acompanhar com lupa cada passo dessa relação.
Não vamos deixá-los em paz.
Estamos preparadas. Somos valentes, assim como nossos leitores.
É por isso que peço de coração: precisamos da sua ajuda para seguir investigando essa rede de extrema direita. Este ano, recebemos 40% menos doações de apoiadores da Pública do que no ano passado.
Mas os próximos dois anos serão cruciais para salvar o que resta da nossa democracia das garras da extrema direita mundial.
Vem comigo?
Faz um pix do valor que puder para contato@apublica.org ou clique aqui para nos ajudar a seguir investigando. |
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