quinta-feira, 31 de janeiro de 2013


Candidato à presidência do Senado, Taques critica 'candidatura secreta' de Renan
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Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
  • Alexandra Martins - 9.out.2012/Agência Câmara
    Pedro Taques (PDT-MT) é candidato à presidência do Senado Pedro Taques (PDT-MT) é candidato à presidência do Senado
Candidato à presidência do Senado, Pedro Taques (PDT) disse que estuda lançar uma candidatura conjunta com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que também entrou na disputa, na tentativa de angariar mais apoio. Taques diz que decidiu concorrer para forçar um debate dentro da Casa. Para ele, "não é razoável ter apenas um candidato", disse em entrevista ao UOL nesta terça-feira (29).
Até o momento, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) é o favorito à vaga. Embora conte com o apoio do Planalto, a candidatura dele ainda não foi oficializada pelo partido, que deve discutir o tema nesta semana. A eleição para a sucessão de José Sarney (PMDB-AP) está marcada para sexta-feira (1º), na volta do recesso parlamentar. A votação é secreta e é preciso maioria dos votos (41) para ser eleito.
Em relação ao silêncio dos colegas sobre a volta de Renan ao cargo, pouco mais de cinco anos após a renúncia ao posto de presidente do Senado sob suspeita de corrupção, Taques afirma que Renan deve uma explicação. "Ele tem que prestar esclarecimento, sim. Ninguém está acima da lei."

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Senador em primeiro mandato, Taques ficou em evidência durante a CPI do Cachoeira, da qual era integrante. Após oito meses de investigações acerca das relações do contraventor Carlos Cachoeira com empresários e políticos, porém, membros da comissão fecharam um acordo e decidiram rejeitar o relatório oficial de Odair Cunha (PT-MG). No relatório alternativo que acabou aprovado, de apenas duas páginas, apresentado pelo deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), não foi pedido o indiciamento de nenhum suspeito de participar do suposto esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal. Na época, Taques criticou a maneira como a CPI acabou e disse que "o que fica é o cheiro da pizza misturado com o cheiro podre da corrupção".
UOL - Por que decidiu se lançar candidato à presidência?
Pedro Taques - O debate fica muito pobre com um candidato só. Imagina: são 81 senadores, será que ninguém quer debater algo que seja interessante para o Legislativo? Quando eu fui candidato ao Senado, não fui ungido a senador, eu disputei voto com pessoas para que tivesse legitimidade. Isso faz parte do debate do Legislativo. Para mim, não é razoável ter apenas um candidato.
O senador Randolfe Rodrigues também entrou na disputa...
Acho que a candidatura do Randolfe tem legitimidade para isso.
Existe a possibilidade de uma candidatura conjunta?
Existe, sim. Vamos conversar sobre isso ainda essa semana. Isso vai ser debatido amanhã.
O sr. conta com o apoio de quem?
Existem alguns senadores que já me ligaram. Estamos conversando. Não vou dizer quais os senadores. São vários senadores de vários partidos. Temos reuniões desde o ano passado. Conversamos sobre essa chamada restauração do Legislativo. O interessante para mim é o debate. O número de votos é o menos importante. Temos que debater e isso para o Senado é muito bom.
O resultado, então, não é importante?
O resultado não é o mais importante. Quando eu disputei no Senado, eu queria ser senador da República, mas eu coloquei o meu nome para que a sociedade tivesse uma alternativa.
O fato de haver um único candidato dá a impressão existir um "acordo de cavalheiros"?
Sim, dá essa impressão aqui no Senado que se pode ungir um presidente do Senado. A minha ideia é debater estes temas que estão aí postos.
Quais são as suas principais propostas?
Debater, fazer uma melhor reflexão sobre as relações do Executivo e do Legislativo. Por que o Senado não pauta a agenda nacional na questão legislativa? Por que estamos sempre subordinados às medidas provisórias, que chegam aqui já com o prazo esgotando? Por que o Senado não debateu o pacto federativo, mesmo tendo em conta a decisão do STF? O processo legislativo é muito lento, e a sociedade hoje é muito rápida.
E em relação aos assuntos internos do Senado?
O Senado tem R$ 3,8 bilhões de Orçamento para 6.427 servidores, mais os terceirizados. Isso é bastante, isso é pouco? Eu quero fazer esse debate. Precisamos de uma universidade legislativa, precisamos de duas espécies de consultoria, uma legislativa e outra de orçamento? Temos que ver se ela é útil, se está dando resultado. Temos um regimento interno que é da década de 70. Esse regimento não foi adequado à constituição.
Como o sr. avalia o silêncio do Congresso em relação às denúncias contra o senador Renan Calheiros?
Eu acho que o senador Renan editou uma nota e ele deve explicar o que está ocorrendo. O Congresso está em silêncio em vários pontos, com a política, com a reforma do pacto federativo, o Congresso está omisso, acho que o Executivo e o Judiciário estão tomando conta.
O senador ainda não confirmou oficialmente a candidatura dele...
Candidatura "secreta" não é bom para a democracia, nem o Legislativo. Legislativo significa parlamento, que quer dizer parlar, falar, por isso que a nossa principal prerrogativa é a opinião, o voto.

Frases ditas pelos políticos e depoentes no caso Cachoeira

Foto 26 de 36 - 21.ago.2012 - "Existe uma inversão de valores no Brasil. Os criminosos estão se tornando heróis", disse o senador Pedro Taques (PDT-MT) durante sessão da CPI que ouviu dois procuradores Mais Antonio Cruz/Agência Brasil

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