segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

As principais suspeitas contra Renan

Senador que renunciou à presidência do Senado em 2007 tenta voltar ao comando da Casa cercado de velhas e novas desconfianças

Fábio Pozzebom/ABr
Renan articula volta à cadeira da qual foi apeado após uma série de denúncias
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) é dado como nome certo para presidir o Senado pelos próximos dois anos. Mas ainda não oficializou a candidatura para a eleição do próximo dia 1º. Nas últimas semanas, o atual líder peemedebista tem se visto às voltas com antigas e novas suspeitas.  Uma série de denúncias custou a Renan a presidência da Casa em 2007. Pressionado pelos colegas, renunciou ao comando do Senado, mas escapou – por duas vezes – da cassação em plenário, apesar da recomendação pela perda do mandato feita pelo Conselho de Ética. No último dia 10, o Congresso em Foco revelou que o senador é alvo de novo pedido de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), desta vez, por crime ambiental. O inquérito está nas mãos da ministra Cármen Lúcia desde o dia 2. Cabe a ela decidir se dá andamento ou não à solicitação da Procuradoria-Geral da República para apurar se o senador cometeu crime contra o meio ambiente e o patrimônio genético em uma unidade de conservação federal no interior de Alagoas.
Há outros duas investigações contra no Renan no Supremo. Ele responde a um inquérito (Inq 2998) por improbidade administrativa e tráfico de influência, que tramita em segredo de justiça. No outro procedimento (Inq 2593), investiga-se se o senador teve despesas pessoais pagas por um lobista, a primeira das denúncias que quase lhe custaram o mandato. Esse inquérito também apura a autenticidade dos documentos apresentados pelo peemedebista em sua defesa à época para comprovar que podia honrar suas despesas.
Filho deputado
Principal herdeiro político do senador, o deputado Renan Filho (PMDB-AL) também é alvo de uma investigação no Supremo. O inquérito apura desvio de verbas da merenda escolar no município de Murici (AL), na gestão do filho do senador.
Reportagem publicada ontem pelo jornal O Globo diz que Renan Filho é sócio de uma rádio que, nos registros do Ministério das Comunicações, nunca o teve como cotista e está em nome de um funcionário do gabinete de seu pai. Renan Filho também se apresenta como cotista da Rádio Correio de Alagoas, mas, segundo o jornal carioca, a emissora não existe no cadastro do ministério. Por meio da assessoria, o deputado diz que todas as suas emissoras estão em sua declaração de Imposto de Renda.
Reembolso
Ontem (16) a Folha de S. Paulo informou que Renan Calheiros pediu uma restituição de R$ 10 mil ao Senado por um serviço que uma produtora de vídeo diz não ter prestado para ele. O reembolso cobre despesa feita para a divulgação da atividade parlamentar mediante apresentação de nota fiscal, benefício garantido a todos os deputados e senadores. A nota, de 17 de novembro de 2012, é atribuída à Ovni Áudio e Vídeo Produções, que tem como sócios Gilberto Lima e Gilberto Júnior. O primeiro é diretor da rádio Gazeta de Alagoas, do senador Fernando Collor (PTB-AL).
Segundo a Folha, Gilberto Lima negou ter prestado serviço a Renan:”Eu não fiz nada para o senador Renan Calheiros, por enquanto. Quando a gente fez foi na campanha, não foi agora”. Ele contou que outra agência, da qual seu filho é sócio, prestou serviços para Renan em 2010. Na época, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a empresa recebeu R$ 1,2 milhão da campanha de Renan ao Senado. Essa agência, a P&P Inteligência de Marketing, recebeu R$ 244,5 mil do senador, por meio da cota para o exercício da atividade parlamentar.
De acordo com a reportagem, o senador negou que estivesse usando dinheiro público para pagar dívidas de sua campanha e afirmou que os pagamentos se referiam a consultoria.

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