Mulheres em luta
As mulheres são as principais prejudicadas pela instalação das eólicas em regiões de pequenas propriedades rurais. Quem diz isso é a bióloga Adriana Galvão, assessora técnica da associação Agricultura Familiar e Agroecologia, a AS-PTA, que atua para fortalecer o desenvolvimento rural sustentável no país.
“As mulheres sofrem uma quantidade absurda de violência nesse processo: perda de autonomia, exploração sexual, exploração do trabalho, aumento da carga de trabalho. A gente viu cisternas quebradas em regiões com torres eólicas, cisternas que armazenam água de beber, de cozinhar. As mulheres voltaram a ter que buscar água”, descreveu.
Acuadas pela chegada dos aerogeradores no Polo da Borborema, uma região paraibana formada por 13 municípios, mais de 5 mil mulheres participaram de uma marcha contra a chegada das eólicas e entregaram uma carta ao governo da Paraíba.
“Aceitar a implantação desses grandes empreendimentos eólicos em nosso território seria como assinarmos um atestado de desistência da agricultura de base agroecológica, que há 25 anos estamos construindo em nossa região, e colocar em risco a segurança alimentar, hídrica e a propriedade da terra, agravando as desigualdades sociais”, reivindicaram as mulheres na carta.
Correção: 2 de agosto, 11h30
Uma versão anterior deste texto informava incorretamente que o Conselho Estadual do Meio Ambiente é o responsável pelo licenciamento ambiental de usinas eólicas no Rio Grande do Norte. Na verdade, o papel cabe ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, o Idema. O texto foi corrigido, e foram acrescidas informações prestadas pelo Idema.
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