quarta-feira, 31 de agosto de 2022

CASO VERA MAGALHÃES: BOLSONARO ODEIA AS MULHERES PORQUE ODEIA A DEMOCRACIA

 Caso Vera Magalhães: Bolsonaro odeia as mulheres porque odeia a democracia
Segundo pesquisadoras de Harvard, mulheres totalmente livres e politicamente ativas são uma ameaça para líderes autoritários

30 de agosto de 2022
12:00
Ataques de Jair Bolsonaro à jornalista da TV foram complementados por campanha de assédio online no Twitter e Telegram
Robôs foram usados para inflar apoio feminino ao presidente
Relembramos o histórico de ataques às mulheres de Jair Bolsonaro
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Vera Magalhães
No último debate presidencial, no domingo (28/08), ao ser questionado pela jornalista Vera Magalhães sobre a queda da cobertura vacinal e desinformação difundida por ele, o presidente Jair Bolsonaro (PL), em mais uma demonstração de misoginia, respondeu: “Vera, não pude esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”.

Reprodução Redes Sociais
Ataque do presidente à jornalista aconteceu no último debate presidencial (28)
O ataque de Jair Bolsonaro em rede nacional foi o suficiente para que a sua base no Twitter e no Telegram dobrasse a aposta.

Nos 121 grupos bolsonaristas no Telegram que monitoramos no Sentinela Eleitoral, as menções negativas e ataques a Magalhães bateram recorde na segunda-feira (29/08), chegando a 90 mensagens. Nos últimos 30 dias, a jornalista havia sido mencionada apenas em 4 dias, entre 1 e 2 vezes por dia.

No Twitter, como mostra a coleta de tweets do projeto Nós e Conexões, os ataques também foram amplificados pela base Bolsonarista. A maioria dos trigramas – combinação das três palavras mais utilizadas em um tweet – mais populares trazia um ataque e/ou ofensa à jornalista.

Reprodução
A maioria dos posts orgânicos mais retweetados pela base bolsonarista também amplificou os ataques proferidos por Jair Bolsonaro no debate.

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Na tarde de segunda-feira, o termo difamatório “Verba Magalães”, uma referência ao salário da jornalista na Tv Cultura, chegou aos Trending Topics do Twitter.

Porém Vera Magalhães não estava só. Uma corrente liderada por mulheres ocupou o Twitter para demonstrar o apoio e solidariedade à jornalista. As contas mais relevantes foram da Fátima Bernardes (@fbbreal), Simone Tebet (@simonetebetbr), Andreia Sadi (@andreiasadi), Natuza Nery (@natuzanery), Patrícia Campos Mello (@camposmello), e Miriam Leitão (@miriamleitao).

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O grafo acima mostra a análise de 54.090 contas e 192.712 conexões que mencionaram Vera Magalhães. O cluster verde é formado por veículos de imprensa e a base bolsonarista. Já o resto é formado por contas que a apoiaram — o que mostra que o apoio foi liderado por mulheres e foi, no final, maior que os ataques.

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Já o grafo abaixo ilustra os posts no Twitter com termos relacionados ao debate político eleitoral em geral, não necessariamente focados em Vera Magalhães. O grafo mostra que o ataque de Jair Bolsonaro à jornalista marcou não só o debate entre os candidatos, mas também pautou as conversas no Twitter.

No cluster azul à direita, temos a base bolsonarista a atacando. Já o cluster verde à esquerda, e todos os outros clusters, democratas e progressistas a apoiando. A conta de Vera Magalhães fica à centro direita.



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