por:Laura Scolfied/ Sentinela Eleitoral
Pouco depois das 10h da manhã, Girão abriu a audiência. De acordo com ele, a operação de busca e apreensão foi “uma violência contra empreendedores que geram riquezas para o Brasil”. “A gente tinha que dar prêmios [aos empreendedores], aí a gente faz um negócio desse e tira a rede social, tira a voz? É como se a gente colocasse uma mordaça [neles]”.
O senador também indicou se preocupar com as possíveis consequências da ordem de Moraes para a campanha de Jair Bolsonaro: “Não pode pegar um dos maiores mobilizadores de um candidato, um dos empresários, e tirar a palavra dele”.
Já Bruno Bianco Leal fez uma fala de mais de meia hora sobre os argumentos jurídicos que a Advocacia-Geral da União — e ele, pessoalmente — utilizam para questionar o inquérito. “Eu sou contra a difusão de notícias falsas, terminantemente contra, seja qualquer que seja o autor da divulgação, pequeno, médio ou grande. No grupo [de WhatsApp] ou em uma grande rede de TV. Mas o combate às fake news não me parece que seja algo, hoje, criminal”, acrescentou.
]O ministro elogiou Girão por sua suposta “imparcialidade” ao conduzir a audiência.
Depois, o jurista Ives Gandra argumentou que o que os empresários fizeram não representa “risco algum”. “Não posso imaginar os oito empresários comprando tanques, aviões, que entrassem pelas fronteiras do Brasil para poder aí realmente colocar uma grave ameaça à democracia”.
Depois de Gandra, Deltan Dallagnol disse que o inquérito da “mordarça” é “assustador” e “atacou as forças ligadas ao Presidente da República num processo ilegal, sem provas”. Ele lembrou de sua experiência na Lava Jato como exemplo de condução legal de um processo de investigação, omitindo os desdobramentos que levaram à anulação de condenações por suspeição do então juiz Sérgio Moro. “A ausência de uma base fática ou jurídica aponta que o objetivo das medidas na verdade não é investigar crimes, e é sim coibir a manifestação política de sete de setembro com base em uma representação feita pelo PT e pelo PSOL”.
Além dos citados, também participaram do evento o advogado e jurista, Valmir Pontes; o Procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, César Dario Mariano da Silva (online); e o Procurador de Justiça do Mato Grosso do Sul, Sérgio Fernando Raimundo Harfouche. Todos criticaram o inquérito e a decisão de Moraes. A audiência foi promovida pela Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor e contou com a presença de oito senadores membros, entre titulares e suplentes, e outros cinco não membros.
Outra audiência de mesmo teor acontece hoje (31) na Câmara, na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.
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