No meio do conflito, sem o apoio da Funai
Em meio aos conflitos na região, a Funai anunciou internamente que fechará a unidade dedicada a atender os Pataxó da TI Comexatibá, segundo informações obtidas pela reportagem. Criado em 2018, o Núcleo de Apoio Técnico de Prado (NAT-PRA) já vinha enfrentando dificuldades: em abril deste ano, uma de suas duas únicas servidoras foi dispensada. Isso significa que, nos últimos cinco meses, apenas uma funcionária ficou responsável pela assistência de cerca de 800 indígenas em sete aldeias na TI.
As lideranças locais solicitaram que a servidora dispensada permanecesse no cargo, mas o órgão indigenista reagiu à demanda informando que o núcleo será extinto até o fim de outubro e que os indígenas atualmente atendidos pelo NAT-PRA passarão a recorrer à Coordenação Técnica Local de Itamaraju, município localizado a 120 km das aldeias.
A Funai não se manifestou sobre o assassinato de Gustavo Silva da Conceição ou sobre os ataques sofridos pelos Pataxó. Pelo contrário: em 22 de agosto, havia publicado nota em que critica os indígenas, após terem retido como protesto um veículo utilizado pela servidora responsável pelo NAT-PRA. Na nota, o órgão diz não “coadunar com nenhum tipo de conduta ilícita” ou exercer “tutela orfanológica de indígenas”, afirma ter protocolado pedido de busca e apreensão do veículo e que estava contribuindo “para apuração de potencial repercussão criminal” do caso.
A reportagem enviou à Funai questionamentos sobre o fechamento do NAT-PRA, mas não obteve resposta até o fechamento deste texto.
Reprodução Povo Pataxó
Povo Pataxó faz homenagem ao adolescente Gustavo Silva da Conceição, de 14 anos, assassinado por pistoleiros
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