Grupos cristãos conservadores convocam para o 7 de setembro
“Vai ser um grito por liberdade pela última vez”, diz o coordenador nacional da Juventude do Foro Conservador, Artur Jocteel, em vídeo postado pela Marcha da Família no dia 4 de setembro. O grupo, que propôs a criação do Foro, define-se como uma base de apoio a parlamentares conservadores federais e estaduais no país.
Em março deste ano, o grupo promoveu um evento alusivo à Marcha pela Família que antecedeu o Golpe Militar de 1964, segundo a Folha de S. Paulo. O ato teve a participação de expoentes do bolsonarismo, entre eles o filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o jurista Ives Gandra Martins e sua filha, a secretária da Família do governo federal, Angela Gandra. Os Gandra são ligados à organização católica conservadora Opus Dei no Brasil.
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Segundo a reportagem, a Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB), uma espécie de OAB conservadora, também atuou na organização do evento. Tal como a Marcha da Família, a OACB vem fazendo chamados públicos para o 7 de setembro nas suas redes sociais. Um deles é um vídeo, publicado no dia 5 de setembro, onde a associada à Ordem Núria Gallão convoca para as manifestações. Núria é candidata a deputada estadual pelo PTB-SP e se apresenta nas redes sociais como mãe, advogada conservadora e cristã.
Outro membro do Foro ligado à Marcha da Família, o Movimento Família Brasileira (MFB), também tem chamado militantes para comparecer aos atos desde julho. O grupo é ligado a diversas entidades conservadoras, como o Brasil Feminino, a Central Brasileira de Trabalhadores e a Galeria de Heróis. O movimento se declara contra a ideologia de gênero, o aborto, a legalização das drogas e a doutrinação nas escolas.
Um dos representantes do MFB é Alex Canuto, candidato a deputado estadual pelo PROS em São Paulo e que se apresenta como servidor público federal, advogado e jornalista. Atualmente, ele ocupa um cargo de especialista em política pública e gestão governamental no Ministério da Economia. Em um vídeo postado na página oficial do MFB, Canuto aparece convocando para um ato em 31 de julho, chamado de um “esquenta” para o 7 de setembro.
Numa audiência pública no Senado sobre ativismo judicial e separação de poderes, em 5 de julho deste ano, Canuto criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apontou a possibilidade de intervenção militar após as eleições. “Do jeito que a coisa está, se não houver transparência, o TSE não vai ter legitimidade, perante a população, estamos em risco de crise institucional. E há precedentes da intervenção das forças armadas nesses casos”, disse. A reportagem procurou o candidato, que confirmou que o MFB irá comparecer aos atos na Paulista no dia 7.
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