terça-feira, 4 de outubro de 2022

 

Rendimento médio

por:outrasmídias

Outro parâmetro que mostra como a economia impacta as condições de vida das pessoas é o de rendimento médio real de todas as fontes, que mede quanto as pessoas com renda receberam mensalmente, seja do seu trabalho ou de programas sociais do governo.

Ao longo dos três primeiros anos do governo Bolsonaro, esse rendimento registrou queda em termos reais. Em 2019, foi de R$ 2.471, um real a menos do que o do ano anterior. Em 2020, de R$ 2.386, e no ano seguinte de R$ 2.265, sempre a preços de 2021. Foi o menor valor da série histórica, iniciada em 2012.

A piora sensível do rendimento em 2021 deveu-se, entre outros fatores, a mudanças na concessão do auxílio emergencial, que não foi pago no primeiro trimestre daquele ano, e depois retornou com valores mais baixos do que no primeiro ano da pandemia, diz o economista Marcelo Ribeiro, pesquisador do Observatório das Metrópoles e professor do IPPUR/UFRJ. Além disso, a alta da inflação corroeu o valor real recebido pelas pessoas.

Em 2022, o rendimento voltou a subir, mas o dado consolidado, que reúne todas as fontes, só será conhecido no próximo ano. Na série trimestral, que mede o rendimento com trabalho das pessoas ocupadas, sem considerar os desempregados e os ganhos com benefícios sociais, o segundo trimestre do ano registrou sua primeira alta desde o início da pandemia: o valor foi de R$ 2.693, 2,9% superior ao do trimestre anterior.

O rendimento real per capita de todas as fontes em 2021 foi de R$ 1.353, também o menor da série histórica. E essa queda no rendimento ao longo do governo Bolsonaro foi sentida de forma mais intensa pelas camadas mais pobres da população, contribuindo para o aumento da desigualdade.

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