Custo de vida
por: outrasmídias
Os dois primeiros anos do governo Bolsonaro registraram inflação sob controle, próxima da meta do Banco Central, que em 2019 era de 4,25% e em 2020, de 4% – com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em 2021, no segundo ano da pandemia, os preços começaram a sair do controle. A vacinação contra a covid-19 avançava e os países voltavam gradativamente à atividade, mas a desorganização das cadeias logísticas e de produção e os lockdowns rigorosos na China pressionaram os preços em todo o mundo.
Naquele ano, a inflação anual no Brasil foi de 10,06%, muito acima da meta do BC, que era de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual. Um item que subiu ainda mais, fora da curva, foi a carne bovina, que acabou tornando-se um tema da campanha eleitoral deste ano.
A alta dos preços continuou se agravando em 2022, devido também à guerra da Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro. O conflito fez o preço dos combustíveis disparar, com reflexos pela economia como um todo e na popularidade do presidente.
Pressionado pela proximidade da campanha eleitoral, o governo Bolsonaro articulou e aprovou no Congresso um limite em 17% para a alíquota do ICMS, um imposto estadual, sobre os combustíveis. Essa alíquota variava de estado para estado, e chegava a 34% no Rio de Janeiro. O presidente também promoveu seguidas trocas no comando da Petrobras para pressionar a estatal a adotar parâmetros mais favoráveis ao consumidor na redefinição dos preços.
As medidas surtiram efeito, o preço dos combustíveis caiu significativamente e a inflação começou a recuar no segundo trimestre de 2022. O país registrou deflação em julho (0,68%) e agosto (0,36%), e deve registrar deflação também em setembro (0,37%, segundo o IPCA-15). A estimativa atual é que o ano feche com inflação acumulada de cerca de 6%.
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