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FÁBIO GUIBU
DE RECIFE
DE RECIFE
Sob clima tenso, posseiros que ocupam uma área indígena em Posto da Mata, distrito de Alto da Boa Vista (MT), receberam prazo para deixar o local até a próxima sexta-feira (4).
Segundo o comerciante Antonio Mesquita, 44, que mora na área há 20 anos, o aviso foi dado por um oficial de Justiça, que acompanha a ação de despejo que alcançou a área no domingo (30), com a presença de policiais federais e da Força Nacional de Segurança.
O distrito é o principal foco da resistência de não índios à ordem judicial de retirada da região. Moradores chegaram a confrontar forças de segurança neste mês em protesto contra a saída forçada.
"Eles avisaram que nós deveríamos sair, ou então seríamos presos", disse Mesquita. De acordo com ele, alguns moradores já deixaram o local, enquanto outros aguardam a chegada de caminhões para transportar seus pertences.
Os posseiros, que vinham resistindo à ordem judicial, estão se deslocando para cidades vizinhas, como Alto da Boa Vista, localizada a 30 quilômetros de Posto da Mata, e Bom Jesus do Araguaia.
No último dia 28, um caminhão do governo federal carregado com cestas básicas foi saqueado e incendiado no local.
No início de dezembro, moradores armaram uma emboscada frustrada para os agentes federais de segurança que atuam na operação de retirada.
A área que está sendo desocupada possui 165 mil hectares e foi reconhecida em novembro passado como terra indígena xavante Marãiwatsédé. É também uma das áreas indígenas na Amazônia com maior índice de desmatamento.
Os posseiros ocupam o local desde 1992. A terra indígena foi homologada em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
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