5. Dependência brasileira por insumos agrícolas importados aumenta
Potência ascendente do agronegócio, com participações crescentes nas exportações de alguns dos principais produtos do setor comercializados no mundo, o Brasil depende cada vez mais de insumos importados para fomentar sua produção agropecuária e atender às demandas externa e doméstica por commodities, alimentos processados e biocombustíveis.
Estudo elaborado pelo Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deagro/Fiesp) a partir de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) aponta que, em 2012, as importações de insumos por parte dos segmentos de fertilizantes, defensivos, máquinas e implementos, nutrição animal e saúde animal deverão somar US$ 18,593 bilhões. (...)
Para o segmento de defensivos (agrotóxicos) a previsão da Fiesp para as importações de insumos em 2012 sinaliza um crescimento de 10% em relação ao ano passado, para US$ 4,525 bilhões, ou 24,3% do total. É um valor quase três vezes superior ao registrado em 2007, e de lá para cá o crescimento se deu em praticamente todas as classes de produtos.
Ainda que exista uma produção importante do princípio ativo glifosato, base dos defensivos mais vendidos no país, mesmo nesse caso a demanda é complementada por importações. Para o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), o "Custo Brasil" limita a expansão da produção local, o que deixa o caminho aberto para os importados em um dos mercados mais cobiçados do mundo.
Em larga medida, a disseminação das compras de produtos genéricos na Ásia, sobretudo na China - que acirrou a concorrência com os produtos patenteados das grandes empresas do ramo, a maior parte multinacionais - também colabora para dificultar mudanças significativas nesse tabuleiro.
Ivan Amancio Sampaio, gerente de informação do Sindag, informa que, em 2011, as vendas de genéricos no Brasil somaram US$ 3,7 bilhões, ou 43% do total. As vendas de "especialidades", os produtos patenteados, alcançaram US$ 4,8 bilhões. Essa divisão percentual segue praticamente inalterada. (....)
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