Parecer final à proposta orçamentária de 2013 pode ser votado hoje
Alexandra Martins
Paulo Pimenta: se Congresso não votar Orçamento, investimentos do País são os maiores prejudicados.
O presidente da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), fez, ontem, duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, cuja decisão de obrigar o Congresso a analisar todos os vetos pendentes levou ao adiamento para fevereiro das sessões plenárias conjuntas da Câmara e do Senado.
“Chego a imaginar que o ministro Fux não percebeu os prejuízos que poderia causar aos investimentos do País. Ele mirou no que viu [royalties] e acertou no que não viu [Orçamento]”, disse.
Despesas
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) determina que se o Orçamento não for sancionado até 31 de dezembro, o governo só poderá executar despesas obrigatórias - como pagamento de pessoal e transferências constitucionais para estados e municípios -, ações de defesa civil, concessões de bolsas do Fies, bolsas de estudos fornecidas por instituições federais, formação de estoques públicos da agricultura e outras despesas correntes de caráter inadiável, que inclui basicamente gastos de custeio para manutenção da máquina pública, como material de escritório, combustíveis, etc. Esses gastos ficam limitados a 1/12 do que determina a proposta orçamentária enviada em agosto.
Investimentos
Os investimentos não podem ser executados na ausência da lei orçamentária, porém o governo, como acontece todos os anos, deve levar para 2013 um estoque elevado de restos a pagar, o que garante a continuidade das obras que estão em andamento em todo o País.
“Os maiores prejudicados são os investimentos do País, como os realizados para a Copa e as Olimpíadas, mas o governo tem fôlego para tocar um pedaço de 2013”, afirmou o presidente da comissão.
Ainda não há acordo
Apesar de a reunião ficar mantida, ainda não há acordo para votação do relatório final da proposta, apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). Sem entendimento, as chances de obtenção de quórum ficam menores e a reunião poderá ser derrubada por qualquer parlamentar que pedir verificação do número necessário de deputados e senadores para a reunião ter continuidade. Nesta quarta, o deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) anunciou que vai obstruir a reunião do colegiado.
A última vez que o Congresso não votou a proposta orçamentária no prazo foi em 2007. Naquele ano, o Senado derrubou a prorrogação da CPMF poucos dias antes do encerramento dos trabalhos legislativos, em dezembro. Como o tributo integrava a proposta em análise, foi necessário refazer as receitas e as despesas para 2008. O projeto só foi aprovado em março pelo Congresso.
Execução provisória
O artigo 50 da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) determina que se o Orçamento não for sancionado até 31 de dezembro, o governo só poderá executar despesas obrigatórias, como pagamento de pessoal, transferências constitucionais para estados e municípios e benefícios da Previdência. A relação completa das 66 despesas obrigatórias faz parte do anexo V da LDO.
Também poderá pagar ações de defesa civil, concessões de bolsas do Fies, bolsas de estudos fornecidas por instituições federais, formação de estoques públicos da agricultura e outras despesas correntes de caráter inadiável. Nesta última encontram-se rubricas de custeio para manutenção da máquina pública, como material de escritório, contas de luz e água, passagens e combustíveis. Os gastos com as despesas correntes inadiáveis ficam limitados a 1/12 do que determina a proposta orçamentária enviada em agosto.
Os investimentos não podem ser executados na ausência da lei orçamentária, porém o governo, como acontece todos os anos, deve levar para 2013 um estoque elevado de restos a pagar deste ano e de anos anteriores, o que garante a continuidade das obras que estão em andamento em todo o País. Somente no final de janeiro, o governo deverá divulgar, em decreto, o saldo de restos a pagar que terá para manter os investimentos. Nesta quarta, o saldo total era de cerca de R$ 30 bilhões somente em investimentos, dos quais R$ 12 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“Os maiores prejudicados são os investimentos do País, como os realizados para a Copa e as Olimpíadas, mas o governo tem fôlego para tocar um pedaço de 2013”, afirmou o deputado Paulo Pimenta.
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