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DE MANAUS
DE MANAUS
O agricultor José Rodrigues Moreira era apontado como mandante do crime --teria uma disputa de terra com o casal. O crime, em maio de 2011, teve repercussão internacional e expôs o agravamento da violência agrária na Amazônia.
France Presse |
José Cláudio e sua mulher, mortos em maio de 2011 |
Preso desde setembro de 2011, Moreira foi solto logo após o julgamento, que durou cerca de 30 horas. Familiares das vítimas e militantes sociais presentes ao fórum de Marabá se revoltaram com o resultado, recebido a gritos por "justiça".
Alguns manifestantes jogaram pedras e tinta na fachada do fórum. A Polícia Militar reforçou a segurança --não houve feridos nem presos.
Os dois acusados de efetuar o crime foram condenados. Irmão de Moreira, Lindonjonson Rocha recebeu pena de 42 anos e oito meses de prisão, e Alberto Lopes do Nascimento, de 45 anos.
O Ministério Público do Pará recorreu da absolvição de Moreira. "Ele tem que ser submetido novamente ao Tribunal do Júri. A decisão foi de forma contrária as provas do processo", afirmou o promotor Danyllo Pompeu.
Pompeu disse que a decisão dos sete jurados, que são todos da região sudeste do Pará, transpareceu receio de condenar mandantes, a exemplo do assassinato da missionária americana Dorothy Stang, em 2005.
No primeiro julgamento do caso, apenas pistoleiros foram condenados --o acusado de ser o mandante foi condenado posteriormente.
"A sociedade em si tem um pouco de receio de condenar mandantes. Se criou um mito de que todos têm poder econômico e influência política", disse o promotor.
Os dois condenados foram levados ao Centro de Recuperação Agrícola de Marabá, onde já cumpriam prisão preventiva desde 2011.
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