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FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Atualizado às 20h43.
A Polícia Federal pediu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) a abertura de investigação sobre o desembargador do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) suspeito de pedir dinheiro a advogados. O requerimento ocorreu após o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) determinar que a PF apurasse o caso. As suspeitas provocaram o afastamento do desembargador Arthur Del Guércio Filho, 57.
Segundo o ministério, o pedido para que a PF investigasse o caso foi feito pelo próprio presidente do TJ-SP, Ivan Sartori.
TJ-SP afasta desembargador suspeito de pedir dinheiro a advogados
Editoria de arte/Folhapress |
A ordem do ministro foi dada nesta quinta-feira (4), depois que o Tribunal de Justiça de São Paulo, pela primeira vez em sua história, afastou um desembargador por um caso como este. A decisão, unânime, foi tomada pelo Órgão Especial do tribunal nesta quarta-feira (3). Del Guércio nega as acusações e diz que as afirmações feitas na investigação contra ele são levianas.
Com 30 anos de carreira na magistratura, Del Guércio foi promovido a desembargador em 2005 e atuava na 15ª Câmara de Direito Público do tribunal. Seu afastamento tem caráter provisório.
Além do procedimento pedido pela PF, Del Guércio é alvo de processo administrativo do Órgão Especial do TJ.
Investigação interna do tribunal indicou que o desembargador procurava advogados e seus clientes dizendo ter problemas financeiros e pedia de R$ 20 mil a R$ 35 mil. Testemunhas confirmaram os pedidos do desembargador.
Denúncia feita em 18 de março pelo advogado Nagashi Furukawa, juiz aposentado e ex-secretário da Administração Penitenciária de São Paulo deu início à investigação.
Del Guércio ainda não foi ouvido durante as investigações e agora, durante o processo administrativo, ele terá prazo para apresentar sua defesa contra as acusações.
OUTRO LADO
O desembargador Arthur Del Guércio Filho negou ter pedido dinheiro a advogados e partes em processos e afirmou que ainda não foi ouvido na investigação do Tribunal de Justiça.
"Fiquei muito surpreso com isso. Sou juiz há 30 anos, desembargador desde 2005 e sempre primei por ouvir a parte contrária. Esse foi um procedimento sumário, já que a denúncia foi feita em 18 de março. Já há decisão do Órgão Especial sem que eu tenha sido ouvido", afirmou o magistrado.
Segundo Del Guércio, as afirmações feitas na investigação contra ele são levianas.
"Eu não decido as causas sozinho. Eu não posso vender uma coisa que não me pertence", disse o desembargador, referindo-se ao fato de atuar em um órgão colegiado do Tribunal de Justiça, a 15ª Câmara de Direito Público.
Del Guércio disse que não chegou a solicitar qualquer tipo de ajuda financeira a escritórios de advocacia, defensores ou partes nas causas.
"Jamais faria uma coisa dessas, exatamente para evitar esse tipo de situação", afirmou Del Guércio.
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