Renan diz que "não há o que fazer" para evitar CPI da Petrobras
Fernanda
Calgaro
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
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Pedro Ladeira/FolhapressSenador Alvaro Dias (PSDB-PR) apresentou o pedido de criação de uma CPI no Senado para investigar denúncias envolvendo a Petrobras nesta quinta
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou
nesta quinta-feira (27) que "não há mais o que fazer" para evitar a criação da
CPI da Petrobras na Casa. Renan criticou a instalação da comissão porque, na sua
opinião, "ela vai montar um palanque muito próximo da eleição".
Aliado do Planalto, ele já havia se posicionado contra a
criação da comissão, que irá investigar suspeitas de irregularidades na estatal,
incluindo a compra de uma refinaria em Pasadena (EUA) e a denúncia de que uma
empresa holandesa que aluga plataformas a companhias de petróleo teria pagado
suborno a funcionários da Petrobras. "Os fatos estão sendo todos investigados.
Nós precisamos cobrar o andamento da investigação. Fazer a CPI agora seria
erguer um palanque eletrônico em pleno período eleitoral em cima da Petrobras,
isso não é bom para o Brasil", afirmou
ontem, antes da coleta das assinaturas necessárias.
"Evidente que uma CPI em ano eleitoral mais atrapalha do que
facilita a vida do Brasil, mas agora não há mais o que fazer, porque nós temos o
requerimento, fato determinado [exigência do regimento para instalação de
comissão]", disse ao chegar ao Congresso. "A nossa preocupação com a CPI é
porque ela vai montar um palanque muito próximo da eleição, mas do ponto de
vista da investigação não [incomoda]. Do ponto de vista da investigação, ela tem
que caminha", acrescentou.
Mais cedo, senadores da oposição protocolaram requerimento com
28 assinaturas, uma além do necessário.
Renan disse que pretende entrar em contato com os líderes dos
partidos para combinar quando a CPI será instalada. É preciso antes fazer a
conferência dos nomes e o requerimento ser lido em plenário.
"Vou conversar com os líderes para saber qual o melhor
calendário para fazermos a leitura, conferirmos as assinaturas e pedirmos aos
líderes que indiquem os membros da comissão, isso tem um processo recomendado
pelo próprio regimento."
Até a leitura em plenário, porém, parlamentares podem voltar
atrás e retirar o seu apoio até a meia-noite do mesmo dia.
Indagado se considerava melhor uma comissão só no Senado ou uma
mista, Renan se limitou a dizer que, por enquanto, o que havia de concreto era
essa do Senado.
"A comissão parlamentar de inquérito é sempre uma investigação
política, no Parlamento. Ela acontece geralmente quando as investigações não
estão acontecendo nos canais normais, o que não é o caso. Mas não sei se vamos
ter uma CPI, duas CPIs, três CPIs. Por enquanto, o que há de concreto é o
requerimento que foi entregue à Mesa do Senado", disse o presidente do
Senado.
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