No jardim ou no vaso, aprenda a cultivar jabuticabeira em
casa
De casca brilhante, fina e coloração que vai do roxo claro ao escuro -quase
preto- os frutos da jabuticabeira são bem mais saborosos do que podem aparentar.
As “bolinhas” de um a três centímetros de diâmetro têm polpa branca e suculenta;
são consumidas geralmente
in natura, mas com elas também são preparados
sucos, licores, aguardentes e doces.
Por causa do crescimento lento, a primeira frutificação da planta pode levar
alguns anos, mas a espera compensa. A beleza dos frutos, ramos e folhas, e a
luminosidade interna na copa fazem da jabuticabeira uma árvore bastante
ornamental, além de pouco exigente no cultivo. De acordo com a paisagista
Christiane Ribeiro, o diferencial da frutífera é a beleza de suas flores e
frutinhas, que se formam nos troncos; fator característico das espécies
caulifloras.
Cultivada em todo o Brasil, a jabuticabeira é popular e pertence à família
Myrtaceae. O pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(APTA), José Antonio Alberto da Silva, destaca entre as variedades a espécie
Myrciaria jaboticaba, conhecida como sabará, além da
Myrciaria
cauliflora, popularmente jabuticaba paulista, assu ou ponhema. “É uma
planta de origem subtropical que se adapta bem a regiões tropicais, além de
tolerar geadas”, explica.
Veja dicas de plantio e cuidados com a jabuticabeira
A jabuticabeira pode ser cultivada em jardins, quintais, pomares comerciais e
como planta ornamental, em vasos.
Como as mudas produzidas por meio de sementes normalmente frutificam somente
após o décimo ano, o pesquisador José Antonio Alberto da Silva, da Agência
Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), indica o uso de plantas
enxertadas, compradas em viveiros de boa procedência.
A paisagista Christiane Ribeiro recomenda plantar junto à jabuticabeira,
outras frutíferas, árvores floríferas e áreas gramadas. Além disso, como as
árvores costumam chegar a dez metros de altura, é preciso um planejamento de
espaço. Mantenha uma distância de seis metros entre as espécies. Escolha um
local ensolarado para o cultivo e faça a(s) cova(s) com as medidas 60 x 60 x 60
cm. “Se a planta estiver em local sombreado, ocorre secamento de ramos e redução
na produção”, diz Silva.
Segundo a paisagista Christiane Ribeiro, a planta se desenvolve bem em vasos,
sendo uma ótima opção para pequenos espaços como varandas. Por se tratar de
condições adaptadas de solo, o cultivo isolado requer cuidados principalmente de
irrigação e adubação.
Escolha um recipiente com no mínimo 50 cm de boca e 50 cm de altura. Embora
não tenha raízes profundas, o ideal é que estejam acomodadas em suportes grandes
com um bom volume de terra para se desenvolverem mais adequadamente.
Para que não haja acúmulo de água e consequente apodrecimento das raízes,
aconselha-se a criação de um dreno na base do vaso. Para isso, faça um furo no
fundo do recipiente com dois centímetros de diâmetro. Depois, coloque uma camada
de cinco centímetros de argila expandida ou pedra britada, sem tampar o
orifício. Por fim, cubra com um pedaço de manta acrílica, seguinda por uma
camada de cinco centímetros de areia grossa. Sobre essa base, é só completar o
vaso com a terra preparada e plantar a muda.
O pesquisador José Antonio Alberto da Silva, da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios (APTA) indica para o cultivo em vasos as plantas
chamadas de jabuticabeira híbrida: elas já produzem frutos graúdos e doces a
partir do quarto ano, além de apresentar várias floradas a cada doze
meses.
Para o preparo do solo pré-plantio em casa, misture:
- 60 litros de terra (se for muito argilosa, coloque 40 litros de terra e 20
litros de areia grossa);
- 40 litros de esterco curtido ou composto orgânico;
- 200 gramas do adubo químico superfosfato simples;
- 200 gramas de calcário;
Siga a proporção de três partes de terra para duas partes de esterco ou
composto orgânico. Em caso de plantio direto no solo, misture à terra que
retirar para a cova as mesmas quantidades de esterco, adubo químico e
calcário.
A jabuticabeira exige irrigação diária para manter as folhas vistosas e
produzir flores e frutos. “Porém, devemos lembrar que tanto o excesso quanto a
falta de água podem ser prejudiciais à planta, por isso, observe o comportamento
do vegetal e a umidade do solo”, recomenda o pesquisador da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios (APTA), José Antonio Alberto da Silva.
Como a copa da planta é arredondada, não demanda podas de formação. Se
preferir uma árvore mais alta e retilínea, elimine os ramos laterais finos,
cortando-os rente ao tronco. Para uma melhor ventilação e entrada de luz entre a
folhagem, retire alguns galhos internos, além dos secos.
A paisagista Christiane Ribeiro explica que a adubação deve ser feita
conforme os sintomas de deficiência química da planta. Por isso, acompanhe o
crescimento da jabuticabeira e fique atento a sinais como galhos atrofiados e
folhas amareladas. Por sua vez, a adubação orgânica "de reforço" pode ser
realizada uma vez por ano, no inverno.
Cochonilhas, pulgões, besouros e a doença conhecida como ferrugem - que
produz manchas amarelas nos frutos - podem atacar a jabuticabeira.
Para controle dos insetos, uma solução simples -contendo água (1 l),
detergente neutro (20 ml), óleo vegetal (20 ml) e sal de cozinha (20 g )
dissolvidos- pode ajudar. Com o auxílio de um borrifador, faça pulverizações nos
períodos mais frescos do dia.
Para tratar a ferrugem, é recomendável a poda de limpeza que melhora a
ventilação e a insolação internas. Para complementar o tratamento, aplique via
pulverização uma solução à base de cobre, encontrada em lojas agropecuárias. O
pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), José
Antonio Alberto da Silva alerta que, por ser um produto tóxico, é necessário ter
um técnico para prescrever o uso do fungicida e seguir corretamente as
instruções de uso.
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