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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Representantes de movimentos anticorrupção entregaram nesta quarta-feira (20) ao Senado mais de 1,6 milhão de assinaturas que pedem o impeachment do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Com caixas de papelões vazias que simbolizam as assinaturas recolhidas na petição eletrônica, os manifestantes foram recebidos por seis senadores que prometeram analisar o pedido.
Os manifestantes, porém, foram impedidos de entrar com faixas contrárias ao pemedebista. A segurança argumentou que, pelas regras da Casa, é proibido qualquer material ofensivo a parlamentares.
Parte do grupo ficou do lado de fora fazendo a manifestação no gramado em frente ao Congresso.
A petição on-line que pede o impeachment está hospedada no site da ONG Avaaz, associação que já fez outras campanhas, como o veto ao Código Florestal.
Protesto contra Renan Calheiros
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Manifestantes protestam no gramado em frente ao Congresso Nacional pedindo a saída de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado
"Só 35 senadores admitem ter votado no Renan, mas ele teve 56 votos. Não há uma maioria pública. A maioria se envergonha em dizer que votou nele. Os senadores usam o voto secreto para se esconder", afirmou.
O fundador da ONG Rio de Paz, idealizadora do movimento, Antônio Carlos Costa, disse que o Senado precisa ouvir o apelo de mais de 1 milhão de brasileiros.
"Se esse grito não ecoar, que tipo de manifestação o Congresso quer que ocorra? Isso sinaliza o novo momento que vivemos em nossa democracia", afirmou.
Os senadores prometeram analisar o documento para definir qual deve ser o seu encaminhamento na Casa. Apesar de admitirem que não têm amparo legal para dar início ao pedido de impeachment de Renan, os parlamentares afirmam que a Casa deve "ouvir o clamor das ruas".
Para que o processo seja formalmente iniciado, é necessário que seja formalmente solicitado por um parlamentar ou partido político.
"O Senado não tem o direito de virar as costas para isso. Podemos até dizer, amanhã, que o pedido não é legal. Mas não temos esse direito", disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
Ele estava acompanhado dos senadores Pedro Taques (PDT-MT) --candidato derrotado na eleição para a Presidência do Senado--, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP); Pedro Simon (PMDB-RS), João Capiberipe (PSB-AP), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
Aloysio Nunes responsabilizou o PT pela eleição de Renan. "Sem o apoio do PT e da presidente Dilma, o PMDB não estaria no comando do Senado", afirmou o tucano.
Para Taques, o Senado não pode "deixar esquecido" o pedido de impeachment. "O cidadão tem voz dentro desta Casa, estamos aqui para ouvi-lo", afirmou.
Segundo os representantes das ONGs, os brasileiros encaminharam 140 mil e-mails para os senadores nas últimas 24 horas pedindo o impeachment.
O grupo também vai ao STF (Supremo Tribunal Federal) para entregar carta em que pede pressa para a Corte analisar o processo contra o presidente do Senado em que é acusado de usar notas fiscais frias para comprovar a venda de gado.
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