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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O dólar negociado no mercado à vista --que é utilizado como referência para as negociações no mercado financeiro-- fechou em alta de 0,24% nesta sexta-feira (15), cotado a R$ 1,964, refletindo o leilão de contratos swap cambial reverso (que equivalem a uma compra de dólares no mercado futuro) pelo Banco Central, além da fala do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre câmbio.
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O BC vendeu todos os 27 mil contratos de swap cambial reverso que foram ofertados na manhã de hoje, em uma operação que movimentou US$ 1,35 bilhão.
Com esta operação, a autoridade conseguiu completar a antecipação de igual montante em swaps cambiais tradicionais (que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro) que vence no início de março.
Na última sexta-feira, a autoridade já havia ofertado US$ 1,85 bilhão em swaps reversos com o mesmo intuito, mas o mercado absorveu apenas US$ 502 milhões. O leilão de swap reverso da semana passada foi o primeiro desde o fim de outubro.
"O movimento do BC já era esperado. O mercado comprovou com os dois últimos leilões da autoridade que, caso a moeda indique a perda do patamar de R$ 1,95, o governo vai agir", disse o operador de câmbio Reginaldo Galhardo, da Treviso Corretora. "A atitude do BC funcionou, já que o dólar começou o dia em queda e, após o leilão, subiu", completou.
A moeda americana abriu o dia em baixa e chegou a atingir sua cotação mínima no dia, de R$ 1,949, às 10h18. O leilão do BC ocorreu por volta das 10h00 e, às 10h38, a divisa atingiu R$ 1,969, maior cotação no dia. Vale lembrar que, ontem, a moeda fechou em R$ 1,959, menor patamar em nove meses.
Porém, para o operador Robson Matos, da Fair Corretora, o dólar deve seguir entre R$ 1,95 e R$ 2. "Esse é um nível considerado aceitável. O BC tem mostrado através de suas atitudes que não quer a cotação do dólar menor que isso", disse.
MANTEGA
O mercado repercute ainda a fala de Mantega durante a reunião do G20 em Moscou, na Rússia. De acordo com o ministro, o câmbio no Brasil está num patamar bastante razoável e "dá certa competitividade" à indústria.
Se dizendo satisfeito com o nível atual, ele disse que a apreciação registrada no início deste ano, quando a cotação do dólar saiu de algo em torno de R$ 2,10 para um nível ligeiramente abaixo de R$ 2, ocorreu "dentro de uma margem razoável".
"Estamos com câmbio que dá certa competitividade para as exportações brasileiras e que não permite tanta invasão de produtos a preços artificialmente baixos", afirmou.
O ministro disse ainda que o câmbio não será instrumento para controlar inflação e que os juros ainda são a principal arma do Banco Central contra alta de preços.
O dólar comercial --usado para transações entre o Brasil e o exterior, como importações e exportações e remessas de empresas estrangeiras para seus países de origem-- fechou em alta de 0,35%, cotado a R$ 1,965 na venda.
(ANDERSON FIGO)
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