segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Propostas para o semiárido - Diário do Nordeste | 25.11.12

Maristela Crispim
Estima-se que aproximadamente 600 agricultores e articuladores ligados à ASA tenham participado das discussões Foto: Divulgação
Januária O VIII Encontro Nacional da Articulação no Semiárido Brasileiro (EnconASA) foi encerrado ontem, nesta cidade do Norte de Minas Gerais, com a expectativa de novas propostas e desafios pra a convivência com as adversidades climáticas do Semiárido. Estima-se que aproximadamente 600 agricultores e articuladores ligados à ASA tenham participado das discussões e das trocas de saberes durante o evento.
O presidente da Associação do Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC) e coordenador executivo da ASA pelo Estado da Bahia, Naidison Quintella Baptista falou sobre as conquistas destes 12 anos. "O modelo de trabalho da ASA vem das comunidades e da necessidade delas".
Ele falou, ainda, a respeito da valorização das organizações da sociedade civil e do resgate da cultura dos povos, na perspectiva da produção de conhecimento no Semiárido, sem deixar de lado o devido destaque para a construção pela ASA de tecnologias que são capazes de mudar a realidade da região, como a busca da universalização das cisternas de placa (meta de 1,3 milhão até o fim de 2014) e da ampliação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) como uma forma de garantir a soberania alimentar dos sertanejos e a geração de renda adicional.
Valquíria Lima, da Coordenação Nacional da ASA, afirmou que o VIII EnconASA trouxe um debate muito forte sobre a convivência com o Semiárido ligado ao projeto de desenvolvimento para a região proposto pela sociedade civil. "Durante todos os momentos - debates, visitas, oficinas, feira -, foram destacados histórias de vida, desafios do modelo de desenvolvimento proposto, ações da ASA, avanços, mas um longo caminho a seguir, como implementar políticas públicas que vão além do acesso à água, além das cisternas, com água para a comunidade, água para emergências e também uma política nacional de sementes que possa garantir a soberania alimentar, assistência técnica de base agroecológica que fortaleça a convivência com o Semiárido", ressaltou.
Ela ainda citou outros debates, como o acesso à terra, com o reconhecimento de populações tradicionais, comunicação popular voltada para a agricultura familiar, como um conjunto de elementos para se pensar neste novo momento da ASA, na perspectiva de quais reforçar.
Governo
Sílvio Porto, titular da Diretoria de Política Agrícola e Informação (Dipai) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foi um dos representantes do governo no Encontro e destacou que trata-se de um dos movimentos mais ricos do País: "Sua trajetória acumula uma legitimidade inquestionável, dentro e fora do governo. É preciso reconhecer que a rede ASA chega aos lugares mas difíceis com eficiência e uma metodologia que aponta para a convivência com o Semiárido a partir da produção para a soberania alimentar com base agroecológica".
Para ele, o maior desafio é o diálogo com o próprio governo em relação à incorporação dos programas nas políticas públicas. Em sua fala, ele provocou a ASA a aproveitar mais o espaço do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) para pautar as diversas questões a cerca de segurança alimentar, assim como a questão do fomento a bancos de sementes nativas.

A jornalista viajou a Januária a convite da ASA Brasil

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