terça-feira, 20 de novembro de 2012

Empolgação na mesa de abertura do VIII EnconASA

Por Verônica Pragana - Asacom
Após uma caminhada de dois quilômetros e meio no centro da cidade de Januária, os participantes do VIII EnconASA prestigiaram a mesa de abertura do encontro, que se estende até a próxima sexta-feira (23).

Leninha Souza, da Coordenação Executiva da ASA, Eder Melo, da Fundação Banco do Brasil, Judite Carneiro Campos, secretária de Turismo, Cultura e Meio Ambiente de Januária, Dom José Moreira, bispo da Diocese de Januária, e Edmar Gadelha, subsecretário da Agricultura Familiar de Minas Gerais, fizeram as falas de boas vindas à cidade e ao encontro.

“Este encontro vai criar mais resistência para que o povo do Semiárido sinta-se mais apoiado e tenha mais coragem para defender seus direitos, principalmente, os da sobrevivência”, assegurou o bispo dom José Moreira.
“A ASA está enraizada na sociedade, está presente no dia a dia das pessoas via as tecnologias sociais. A ASA é um exemplo não só para Brasil, mas para o mundo”, afirmou o representante da Fundação Banco do Brasil, na sua fala empolgada para uma plenária de agricultoras, agricultores, técnicos das organizações da sociedade civil e representantes governamentais.
Fechando a mesa, Leninha Souza, fez a fala oficial da ASA, em nome da Coordenação Executiva. “Este encontro é a síntese da coletividade que mobiliza forças para mostrar ao Brasil um Semiárido diferente.” Mais a frente, continua: “O Semiárido é um território de contradições, no qual o poder hegemônico tenta dizimar milhares de iniciativas que mostram amplo leque de possibilidades de se viver com dignidade.”

Num ritmo animado, Leninha também apresentou duas questões importantes que serão debatidas e refletidas durante o EnconASA: “Através do protagonismo das famílias agricultoras, vamos decidir neste encontro para onde a ASA quer ir e qual a relação com o estado que queremos.”

Para finalizar a mesa de abertura, Leninha entoou o lema do VIII EnconASA com resposta imediata da plateia: “É no Semiárido que o povo vive. É no Semiárido que a vida pulsa.”

Homens e mulheres afirmam luta pela convivência com o Semiárido em caminhada

Por Monyse Ravenna e Rosa Nascimento – Comunicadoras populares da ASA
O amarelo dos chapéus e o colorido das faixas e estandartes enfeitaram a abertura do VIII Encontro Nacional da ASA – EnconASA, que teve seu início nesta segunda-feira (19), com um bonito e animado cortejo pelas ruas da cidade mineira de Januária, em Minas Gerais. O povo que veio das comunidades mais distantes do Semiárido brasileiro ocupou as Minas Gerais para fazer ecoar as vozes que dizem: é no semiárido que a vida pulsa! É no semiárido que o povo resiste!
Instrumentos musicais, faixas, gritos de ordem, músicas e depoimentos integraram-se aos passos, gestos e olhares de afirmação da luta do povo pela convivência com o Semiárido, num percurso que partiu do Cais do São Francisco até o terminal rodoviário da cidade. Ao ritmo de músicas que caracterizam e celebram a região, cerca de 500 homens e mulheres cantaram as resistências sertanejas com as alvísseras dos povos e comunidades tradicionais indígenas, quilombolas e pescadores e pescadoras.
“A caminhada traz para as ruas as bandeiras de luta do povo. Uma forma de expressar para a comunidade que nos acolhe, que estamos aqui fazendo esse debate em torno da convivência com o Semiárido. A caminhada dá visibilidade ao que vamos discutir todos esses dias, que é a história da resistência, o direito dos povos ao seu território”, afirma a coordenadora executiva da ASA pelo Estado do Ceará e representante do Centro de Estudo do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra), Cristina Nascimento.
O Enconasa é, por excelência, esse espaço de encontros, reencontros e debates políticos que há 12 anos movimentam o Semiárido brasileiro reunindo agricultores, agricultoras, movimentos e organizações sociais de 10 estados, que formulam e propõem políticas públicas na busca de propiciar o desenvolvimento sustentável para a região. Cada encontro é diferente, têm especificidades, detalhes, características próprias.
As Cirandas dos Estados - Um, dois, três dias de viagem. A tradução disso deveria ser cansaço e desânimo, mas não foi isso que se viu no cortejo de abertura do VIII Enconasa. As delegações dos 10 estados que compõem o Semiárido estavam lá com seus gritos de ordem, suas músicas características e suas simbologias, formando uma grande ciranda de corpos, corações e mentes. O povo Xacriabá, que ajudou a construir o Semiárido mineiro, dançou o toré em homenagem em respeito às tradições indígenas, evocando, dessa forma, a sua proteção ao encontro.
Além de pautar o momento inicial do EnconASA e a afirmação da luta do povo do semiárido, a caminhada se configura também como um espaço de reivindicação de direitos às políticas públicas favoráveis à região. “Aqui a gente manifesta satisfação e insatisfação e agradece os benefícios já conquistados, como a água para beber e produzir”, diz o agricultor Agamenon Nascimento, do Assentamento Nova Esperança, no município de olho D’Água do Casado.

“A caminhada não só marca a abertura do encontro da ASA, mas, também, trás um conjunto de história e expressões que tem contribuído para uma outra convivência com a região. Olhar para a caminhada e ver agricultores e agricultoras, indígenas e quilombolas, ver a expressão do semiárido, significa para nós, enquanto ASA, a afirmação dessa luta pela efetivação dos direitos nessa região”, conclui a coordenadora executiva da ASA Pernambuco, Neilda Pereira.

Povo Xakriabá dança toré na abertura da caminhada do VIII EnconASA

Povo Xakriabá, maior nação índigena de Minas Gerais, dança o Toré na mística de abertura do VIII EnconASA, em Januária.

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