quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DOCUMENTO SINTESE DA OFICINA DIREITOS E AUTO-ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES

Documento Síntese da Oficina Direitos e Auto–organização das Mulheres
 
A construção de um projeto alternativo de desenvolvimento sustentável e de convivência com o semiárido passa pelo reconhecimento da situação de opressão e subordinação em que vivem as mulheres.
 
A ação transformadora dessa realidade pressupõe a perspectiva de gênero como estruturante, a incorporação da luta pelos direitos das mulheres e sua afirmação como sujeitos políticos. 
 
Quando problematizamos a realidade vivida pelos povos do semiárido, não podemos ficar indiferentes às situações de violência institucional, física e psicológica que se impõem sobre as mulheres, tendo, como pano de fundo, a divisão sexual do trabalho. O atual modelo de desenvolvimento predatório e insustentável, que expulsa as mulheres de seus territórios, também se apropria do seu corpo e de suas vidas como parte da implementação desses "projetos da morte".
 
Daí a necessidade de retomar e fortalecer a auto-organização das mulheres, com vistas a contribuir com o projeto político da Articulação noSemiárido (ASA) a partir de uma perspectiva feminista de transformação da sociedade e de superação das desigualdades entre homens e mulheres.
 
Ao longo da trajetória da ASA, as mulheres têm apontado a necessidade de ter um olhar crítico sobre a desigualdade de gênero no semiárido.
 
Um marco nesse processo foi o VI EncoASA (Crato, 2006), quando foi lançada a Carta das Mulheres que constatou a importância da auto-organização como forma e espaço de reflexão coletiva.
 
Nesse sentido, no contexto do VIII ECONASA, em  Januária - Minas Gerais, a  oficina temática Direito e Auto –organização das Mulheres, a partir da apresentação de experiências e reconhecendo a atualidade e pertinência dessa construção coletiva das mulheres dentro da articulação, trouxe importantes reflexões e propostas que apontam para a necessidade de:
 
- Problematizar a divisão sexual do trabalho para compreensão da base material das desigualdades de gênero;
 
- Ampliação da discussão sobre os sentidos do trabalho, problematizando a relação entre trabalho produtivo e reprodutivo;
 
- Análise da contribuição dos programas e ações da ASA para a transformação das relações desiguais de gênero;
 
- Reconhecimento da família como espaço onde os conflitos e relações de poder entre homens e mulheres se expressam.
 
- Visibilização e valorização do trabalho das mulheres em todas as suas dimensões.
 
- Reconhecimento da luta pelo fim da violência contra as mulheres como um elemento fundante da proposta de convivência com o semiárido.
 
- Visibilização das ações nas áreas organizativa, produtiva e de comercialização das mulheres no semiárido.
 
- Assessoria Técnica que valorize o conhecimento das mulheres, fortaleça seu protagonismo e vise a sua autonomia.
 
- Uma comunicação que reflita e problematize a realidade das mulheres na convivência com o semiárido.
 
- Retomar e consolidar o GT de Mulheres, aliado ao fortalecimento da auto-organização das mulheres nos estados, como mais um desafio para a ASA.



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