sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mesa debate desafios, conquistas e próximos passos da Articulação no Semiárido Brasileiro - Agência Adital - 23.11.12

Rogéria Araújo
Jornalista da Adital
Adital


Com o tema "É no Semiárido que a vida pulsa – É no semiárido que o povo resiste!”, o VIII EnconASA debateu ontem (22) a trajetória da Articulação no Semiárido Brasileiro. A conclusão que chegou a mesa – formada por Neilda Pereira (ASA-PE), Naidison Baptista (ASA-BA), Sílvio Porto (Conab) e as mais de 500 pessoas presentes – é que no total desses 12 anos foram significativos os avanços conseguidos pela Articulação.O evento acontece em Januária, Minas Gerais.

A insistência nos projetos de implantação das cisternas de plástico do programa P1MC foi um dos pontos positivos apresentados por Naidison Baptista. Desde quando iniciou, até hoje são 1 milhão e 250 mil pessoas que estão recebendo água para beber em suas casas. "Isso não é pouco. Embora falte muito ainda, isso é um avanço e mostra o quanto a ASA foi decisiva, o quanto temos força”, falou o coordenador da Articulação.
A mobilização e adesão de agricultores/a e organizações ligadas à ASA também foi mencionado. Hoje 1.000 municípios do semiárido estão integrados à articulação.

Num panorama geral as ações da ASA, segundo o coordenador, deram mais visibilidade aos povos da região que antes eram vistos como preconceito ou então colocados na mais pura exclusão, sendo esquecidos pelos poderes públicos. "Hoje as pessoas, em suas comunidades, são protagonistas de suas próprias histórias, são responsáveis pelas mudanças de suas realidades. Todos os agricultores produzem conhecimento”, disse.
Um marco importante foi quando os/as agricultores/as foram às ruas e se manifestaram contra a iniciativa do governo de implantar cisternas de plástico. Isso mostrou força política. "Entendemos que aceitar as cisternas de plástico seria a mesma coisa que adotar a velha ideia de ‘combate à seca’. Isso para nós já é passado. Não poderíamos retroceder”, ponderou.

Como metas para o futuro, Naidison colocou que a questão da terra ainda é primordial, por isso não se abrirá mão do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), mas que este terá que ser voltado para atender as necessidades da população semiárida.

Também como próximos passos futuros, se colocou a criação de um grande programa de sementes nativas. A assistência técnica também será outro ponto a ser levado como reivindicação.

"A verdade é que, com tudo isso, mesmo com todas as dificuldades que ainda existem, a ASA conseguiu jogar no país uma nova visão do semiárido, que não é mais um lugar de morte, dos incapazes. Há uma nova leitura do semiárido”, disse.

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