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DO RIO
Foco de polêmica desde o início das obras para a Copa do Mundo de 2014, a Aldeia Maracanã, vizinha ao estádio, deve viver seu último dia. Nesta quarta-feira vence o prazo para desocupação do prédio, antigo Museu do Índio. Amanhã, a partir das 6h, oficiais de Justiça e PMs estão autorizados a cumprir ordem de reintegração de posse em favor do governo do Estado do Rio.
Segundo ocupantes da área, haverá resistência.
"Vai haver confronto. O Estado é truculento, já mostrou isso. Nós vamos revidar. Vamos ficar aqui, não vamos desistir. Iremos resistir com força. A entrada está bloqueada, não entra mais ninguém", diz José Urutau Guajajara, 52, um dos líderes da aldeia
Funcionários das obras do Maracanã ajustam a cobertura e terminam o plantio do gramado
Na terça, índios preparavam uma barricada com galhos e blocos de concreto diante do único portão de acesso ao local, que ainda estava trancado com corrente e cadeado. Segundo Guajajara, cerca de 150 índios continuam hoje na área. No início da tarde de ontem, quando Folha esteve na aldeia, havia apenas 14, incluindo duas crianças.
O estado do prédio é precário. Há infiltrações nas paredes e enormes poças de água pelos cômodos. Faltam degraus nas escadas. Tábuas ameaçam cair do teto.
A Secretaria Estadual de Assistência Social afirma que vai negociar com os índios "até o último momento" para que não haja uso de força policial. Já a Polícia Militar informa que nenhum esquema especial foi montado. Uma patrulha irá ao local e, se houver necessidade, acionará o Batalhão de Choque.
Em janeiro, o batalhão cercou o prédio, mas, sem mandado de reintegração de posse, deixou o local.
Parte de área da aldeia será utilizada para a circulação de torcedores.
O prédio, que abrigou o Museu do Índio até 1978, será reformado e receberá o Museu Olímpico, administrado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
| Fábio Seixas/Folhapress | ||
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| Interior da Aldeia Maracanã, que deve ser desocupada nesta quarta-feira pelo governo do Rio |
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