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DO RECIFE
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
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Provável candidato à Presidência em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), assumiu ontem sua aproximação com o tucano José Serra e aprofundou o constrangimento existente entre o ex-governador paulista e aliados do senador Aécio Neves (MG) no PSDB.
Campos e Serra trocaram elogios nos últimos dois dias, depois de a Folha revelar que eles haviam se encontrado, na semana passada, na casa do tucano, em São Paulo.
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Questionado sobre a reunião, Serra disse em entrevista à Folha que a candidatura de Campos seria "boa para o Brasil e boa para a política".
Em resposta, Campos afirmou que tem "muito em comum"com o tucano e citou temas como distribuição de renda e a preocupação com o crescimento da economia.
"Esse campo em que Serra sempre militou é mais próximo do nosso do que muita gente que está e esteve conosco na base de sustentação do presidente Lula. Todo mundo sabe disso", disse Campos.
"Há um constrangimento quase generalizado. O partido sempre esteve ao lado do Serra em suas candidaturas à Presidência, ao governo, à prefeitura e ao ministério. Agora é hora de ele estar ao lado do PSDB", disse o senador Cássio Cunha Lima (PB), escalado pela cúpula do partido para rebater Serra.
"Não é momento de projetos pessoais, e esse movimento que ele tem feito não engrandece o currículo que ele tem", disse Cunha Lima.
Aécio, que está buscando unidade interna para assumir o comando do partido, afirmou que não comentaria o episódio e que não autoriza ninguém a falar em seu nome.
'PATRULHA'
Coube ao líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), antigo aliado de José Serra, defender o tucano. "É um absurdo quererem patrulhar a agenda de um político como o Serra. O que ele disse sobre o Campos vai na mesma linha de declarações já feitas pelo senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin."
Aliados de Aécio afirmaram que ele se irritou profundamente com a movimentação de Serra e teria considerado uma desonestidade a falta de aviso prévio sobre o encontro com Campos, já que, três dias depois de estar com o pernambucano, Serra se reuniu com o próprio Aécio.
Tirando proveito do embate tucano, Campos defendeu a visita a Serra e se referiu a ele como um "quadro importante na vida brasileira".
"É importante que possamos acumular um debate plural, diverso, sobre o futuro do Brasil", afirmou. "Ele não vai concordar com tudo o que eu falo nem eu vou concordar com tudo o que ele fala. Mas nós vamos, com certeza, enriquecer o debate político."
A aproximação ocorre num momento em que aliados de Serra dizem que ele estuda até a possibilidade de deixar o PSDB, que ajudou a fundar em 1988. Especula-se que Serra poderia migrar para o PPS ou o próprio PSB. Em conversas reservadas, ele diz que as chances de deixar o partido são "pequenas". (DANIEL CARVALHO, DANIELA LIMA E NATUZA NERY)
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