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VENCESLAU BORLINA
DO RIO
DAMARIS GIULIANA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
DO RIO
DAMARIS GIULIANA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Depois de retirados na sexta-feira (22) do terreno ao lado do Maracanã, ocupado por eles desde 2006, os índios se dividiram sobre seu destino. Parte deles, muitos da etnia guajajara, buscou neste domingo (24) ajuda da Justiça Federal para voltar ao terreno.
Ficaram reunidos por quase dez horas em audiência com representantes da Funai e do Ministério Público Federal em busca de uma solução. Saíram do prédio da Justiça Federal pouco antes das 18h dizendo que iriam procurar abrigo por conta própria.
"Estamos discutindo um centro histórico de 150 anos e não uma hospedagem em hotel", disse a índia Marcia Guajajara.
Acusavam a Funai (Fundação Nacional do Índio) de não tê-los defendido durante a disputa pelo terreno.
"Não é sempre que há uma questão indígena que a Funai tem que interferir", disse o representante da fundação na audiência, Paulo Celso de Oliveira.
Manifestantes que estavam em frente ao prédio da Justiça Federal tentaram impedir a equipe da TV Globo de entrevistar os índios ao fim da audiência.
Cobriram as lentes da câmera com panfletos, chutaram e cuspiram no carro da emissora. A equipe saiu do local.
No sábado à noite cerca de 20 índios e outros 40 manifestantes ocuparam o prédio do atual Museu do Índio, em Botafogo, zona sul, de onde saíram hoje de manhã após longa negociação com policiais que cercaram o imóvel. A entrada do museu, que fica na rua das Palmeiras, foi bloqueada pelos manifestantes, e policiais da tropa de choque foram enviados ao local.
Na Justiça, os índios pediram ao juiz Wilson José Witzel autorização para voltar para um terreno ao lado do Maracanã.
Após visitar o local, o juiz negou o pedido. "É um canteiro de obras, com sérios riscos, inclusive para as crianças", disse.
EM JACAREPAGUÁ
Outros treze índios aceitaram a proposta do governo estadual e foram para um alojamento provisório em Jacarepaguá, zona oeste, onde ocupam seis contêineres.
Os índios chegaram por volta das 11h. Uma hora depois uma forte chuva alagou o local. Usando rodos, eles tentavam retirar a água acumulada.
"Estamos satisfeitos porque será temporário", disse a índia Vãngri Kaingang.
REMOÇÃO
A aldeia Maracanã foi desocupada na manhã de sexta-feira (22) com a presença Batalhão de Choque da Polícia Militar. As crianças e idosos já tinham sido retirados pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos quando a polícia invadiu o local. Sete manifestantes foram presos.
Homens do Choque empurraram os índios para fora na propriedade. Eles também usaram spray de gás pimenta e bombas de efeito moral. O coronel Frederico Caldas, relações públicas da PM, informou que 200 policiais participaram da ação, entre homens do Bope, do Batalhão de Choque e do 4º Batalhão da PM.
Durante a invasão da polícia, manifestantes fecharam uma pista da Radial Oeste, no sentido leste. Quatro bombas de efeito moral foram detonadas para dispersar os manifestantes que ocupavam a avenida. Um índio ficou ferido e precisou de atendimento médico.
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