A solidariedade contra o modelo predatório de consumo, comentário de Wilton Cardoso
Por Wilton Cardoso
comentário no post A falsa relação entre redução das desigualdades e preservação ambiental, por Luis Nassif
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A explicação da questão do crescimento e da desigualdade não será respondida por economistas heterodoxos e muito menos ortodoxos. Depois de 2008 estão todos completamente perdidos. A questão fulcral é que a única maneira de distribuir renda (e não riqueza, que nunca se distribui) no sistema capitalista é por meio do crescimento econômico.
Os únicos economistas capazes de explicar tal situação com teorias que fazem sentido e não contrariam os dados empíricos são os marxistas, mas ninguém quer ouvi-los. E não se quer ouvir os marxistas porque o que eles dizem é que o capitalismo está num beco sem saída. Se ele não arrumar uma forma de crescer, a paz social e a queda de lucratividade vão levá-lo ao colapso. Se o crescimento for retomado nos termos capitalistas e mais pessoas entrarem no padrão de vida classe média consumista é o meio ambiente que não aguentará.
A solução que resta, dizem os marxistas (e ninguém quer ouvi-los, ainda) é mudar a sociedade para algum tipo de comunismo, não à maneira soviética, mas de uma forma em que as decisões sejam planejadas e executadas de forma partilhada pelas comunidades, de forma a atender as necessidades de todos sem consumismo e, portanto, degradar o meio ambiente. Seria necessária uma revolução, mas não política, e sim antropológica, da qual nasceria um novo ser humano, ancorado em valores como a solidariedade, a cooperação e o coletivismo, em oposição ao egoísmo, competição e individualismo atuais.
É isto ou a barbárie que já se anuncia no neoliberalismo predador das corporações e na praga neofascista que se espalha pelo mundo.
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