domingo, 9 de dezembro de 2018

Novo ministro de Bolsonaro sugeriu fuzil contra o MST e foi denunciado por improbidade

Publicado em 9 dezembro, 2018 2:42 pm
Ricardo Salles. (Secretaria do Meio Ambiente de SP/Divulgação)
Ricardo de Aquino Salles foi nomeado neste domingo (9) para o Ministério do Meio Ambiente do governo Bolsonaro. Ele foi secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo de 2016 a 2017 e secretário particular do ex-governador Geraldo Alckmin, do PSDB.  Atualmente, ele preside o movimento Endireita Brasil.
Ele foi um dos principais candidatos do Partido Novo para deputado federal por São Paulo – e foi derrotado. No Twitter, o então candidato fez apologia ao uso de armas. “O cidadão de bem só quer se armar para se defender”, diz em uma das publicações. Seus alvos eram a “esquerda e o MST”, além da “bandidagem do campo”.




Salles defende o regime militar, é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, contra o aborto, abomina o Estado e se define o único direitista assumido do Brasil, seja lá o que isso quer dizer.
Ele também tem denúncia por improbidade administrativa. O futuro ministro foi denunciado pelo Ministério Público Estadual em setembro deste ano. O órgão pede sua condenação ao pagamento de R$ 70 milhões, por prática de atos de improbidade. De acordo com a denúncia, o ex-secretário teria adulterado mapas para a aprovação de projetos “com a clara intenção de beneficiar setores econômicos, notadamente a mineração, e algumas empresas ligadas à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)”.
A ação diz respeito ás investigações sobre alteração de vários mapas de zoneamento do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, criada em 1987, com 7.400 hectares, abrangendo doze municípios da região metropolitana de São Paulo: Salesópolis, Biritiba-Mirim, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Guarulhos, São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri e Santana de Parnaíba.
Ricardo Salles, candidato derrotado do Novo, defendeu usar armas contra MST. Foto: Reprodução
A denúncia relata que foram modificados mapas elaborados pela Universidade de São Paulo e a própria minuta de decreto do Plano de Manejo da APA. “Alguns funcionários da Fundação Florestal foram pressionados a elaborar mapas que não correspondiam à discussão promovida pelo órgão competente. Posteriormente, alguns funcionários foram perseguidos”
O advogado Ricardo Salles, se defendeu das denúncias. Ele reforçou que as duas decisões liminares da Justiça sobre alterações no plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tietê foram favoráveis até o momento e que ainda não há sentença.
As denúncias do MP contra Salles são referentes ao período em que ele ocupou o cargo de secretário de Meio Ambiente no Estado. “Sou réu, mas não há decisão contra mim. São todas favoráveis a mim. Todas as testemunhas foram ouvidas, todas as provas produzidas e o processo está concluso para sentença, pode ser sentenciado a qualquer momento. Todas as testemunhas ouvidas, de funcionários do governo e fora, corroboraram a minha posição”, completa.


Salles também foi investigado pelo Ministério Público Estadual por intermediar processos administrativos e outras atividades supostamente ilícitas na Junta Comercial de São Paulo.

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