sábado, 22 de dezembro de 2018

Norte e Nordeste serão castigados

Quem mandou votar no PT? Será uma "limpeza étnica"?
publicado 22/12/2018
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"Criança Morta", Candido Portinari, 1944

De Thais Bilenky, na Fel-lha:

Pela primeira vez na República, ministério que toma posse excluirá Norte e Nordeste


Jair Bolsonaro obteve 13 milhões de votos no Norte e Nordeste, mas, pela primeira vez na história da República, o presidente eleito tomará posse sem nenhum representante dessas regiões no primeiro escalão.
Dos 22 ministros anunciados, 8 são do Sul, além do vice, Hamilton Mourão. Outros 11 nasceram no Sudeste, 2 no Centro-Oeste e 1 é colombiano naturalizado brasileiro.
(...)
Desde 1889, quando a República foi proclamada, todos os governos tiveram representantes de alto escalão nascidos no Norte e Nordeste.
De 1985 para cá, nordestinos e nortistas foram protagonistas de todos os governos a começar pelo primeiro deles, o de José Sarney (1985-1990), natural de Pinheiro (MA). Ao assumir a Presidência, nomeou oito nordestinos em seu ministério.
Depois, Fernando Collor (1990-1992), que, embora tenha feito sua história em Alagoas, nasceu no Rio, teve uma alagoana e um amazonense no primeiro escalão no dia inaugural do mandato.
Itamar Franco (1992-1995), estabelecido em Minas, nascido a bordo de um navio entre Rio e Salvador e registrado na capital baiana, colocou quatro nordestinos e um nortista na Esplanada --sem contar Ciro Gomes, que, a despeito da carreira no Ceará, nasceu em Pindamonhangaba (SP).
O carioca Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) tinha pernambucanos na Vice-Presidência e em mais dois ministérios, além de um baiano e um acriano na Esplanada.
Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), nascido em Caetés (PE) e criado em São Paulo, tomou posse acompanhado de três ministros nordestinos e uma acriana. Sem falar em Ciro, de novo, Humberto Costa, que nasceu em Campinas, mas faz carreira em Pernambuco, e Jaques Wagner, carioca que vive na Bahia.
A mineira Dilma Rousseff (2011-2016) assumiu a Presidência com sete nordestinos na Esplanada, fora Orlando Silva, baiano de nascença, paulista de adoção.
O paulista Michel Temer, por sua vez, oficializou-se presidente com sete ministros nordestinos, mais Henrique Eduardo Alves, que embora potiguar por adoção, nasceu no Rio.
Na eleição presidencial, o Nordeste foi a única região do país em que Bolsonaro perdeu a eleição para Fernando Haddad (PT) no segundo turno, com 30% dos votos válidos contra 70%.
Também foi a única região para onde o então candidato não pôde viajar na campanha, já que sua agenda foi cancelada depois de sofrer um atentado a faca em setembro.
(...)
Em tempo: no ministério também não há negros... - Limpeza étnica? - PHA
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