247 - O PSL, partido do
presidenciável Jair Bolsonaro, apresentou na noite de sexta-feira (28),
uma notícia-crime ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ)
pedindo a retirada das bancas da última edição da Revista Veja, que
trouxe informações do processo envolvendo a separação dele e de sua
segunda esposa, Ana Cristina Siqueira Valle, em 2008. A legenda
também pediu a apuração de como a reportagem teve acesso a um processo
que estava arquivado e tramitou em segredo de Justiça. Em nota, o
Ministério Público do Rio não afirma qual será o encaminhamento do
pedido do PSL para recolher os exemplares do veículo e também não
esclarece qual providência será tomada, de acordo com o site de
Veja.
Ao protestar contra a iniciativa do PSL, a revista afirma que
a última vez que teve sua circulação proibida foi em dezembro de 1968,
"quando os militares mandaram apreender todos os exemplares da revista
cuja capa trazia, poucos dias depois da decretação do Ato Institucional
número 5 (AI-5), uma foto do então presidente Arthur da Costa e Silva
sentado sozinho no Congresso", conforme diz a revista.
Segundo
a reportagem de Veja, Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do
candidato, disputava com ele a guarda de um filho dos dois, atualmente
com 20 anos, e pedia pensão alimentícia. Segundo a revista, Ana alegava
que Bolsonaro se recusava a fazer a partilha justa dos bens. O processo é
de abril de 2008, da 1ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio.
Ana
Cristina anexou uma lista de bens e a declaração do Imposto de Renda de
Bolsonaro relativa àquele período. De acordo com a matéria, foram
discriminados 17 bens arrolados – incluindo três casas, três salas,
cinco veículos, um apartamento, três lotes, e uma moto-aquática. Os bens
somavam R$ 4 milhões que equivalem em valores atualizados a R$ 7,8
milhões, diz a publicação.
A
revista compara a declaração de IR que consta do processo com a relação
de bens apresentada, em 2006, por Bolsonaro à Justiça Eleitoral por
Bolsonaro. Na ocasião, o deputado declarou R$ 433.934, valor inferior ao
que consta no Imposto de Renda dele.
Segundo a reportagem, Ana Cristina também disse que Bolsonaro era um
marido de "comportamento explosivo" e de "desmedida agressividade".
O MP-RJ afirma que a representação foi recebida pela 7ª Promotoria de
Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos do MPRJ, onde "serão
analisados os fundamentos para requisição de instauração de inquérito
policial".
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