247 - "Durante todo o
dia, ganhou mais destaque nos noticiários de TV a tragédia da Indonésia,
que abriu o Jornal Nacional, do que a grande festa cívica e
suprapartidária que a gente só pode acompanhar na internet", diz o
jornalista Ricardo Kotscho, em referência aos protestos contra o
presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que aconteceram neste sábado (29)
em várias cidades brasileiras. "Tentaram até igualar o grito da
mulherada que se espalhou por todos os cantos do país, com algumas
carreatas de carrões e motos importadas organizadas pelos agroboys das
milícias em redutos rurais", acrescenta.
Segundo a jornalista, "há milhões de repórteres anônimos com seus
celulares, espalhados por toda parte do país, para nos mostrar ao vivo
cada detalhe das manifestações, sem intermediários, ali do chão da
festa, ao vivo, como escreveu o Toledo em seu belo artigo na Piauí".
"Este 29 de setembro vai ficar marcado como o dia em que o poder da
comunicação mudou de poucas para milhões de mãos. Nos tornamos todos
emissores e receptores de informações, por todos os meios, sem
intermediários, sem editores nem chefes, para dizer o que pode ou não
ser mostrado. Embora ainda queiram influir no resultado, os velhos
barões da mídia perderam o poder de decidir monocraticamente em quem
podemos ou não votar, já não elegem nem derrubam candidatos", continua.
"Somos todos agora multimídia, online, full-time, ninguém mais segura o
grito parado no ar, que agora chega aos ouvidos e às consciências de
toda gente", complementa.
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