domingo, 30 de setembro de 2018

"Nova classe média" do Lula bolsonou!

A "Classe C" que o Lula achava que tinha ido para a "B"...
publicado 29/09/2018
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De Mauro Paulino e Alessandro Janoni, na Fel-lha, ao analisar os resultados do Datafalha:

Bolsonaro é resiliente em classe que avançou com lulismo


(...) Análise de segmentação multivariada aplicada pelo Datafolha com base na renda familiar mensal, acesso a itens de conforto (critério Brasil de classificação econômica) e grau de escolaridade do entrevistado revela que Bolsonaro tem quatro pontos de vantagem sobre Haddad na classe média intermediária, a que mais cresceu nas gestões petistas —era 17% da população em 2001 e hoje corresponde a 36%.

Somando-se todos os níveis da classe média (69% do eleitorado), o capitão reformado abre 11 pontos de vantagem sobre o petista e 21 sobre Ciro Gomes.

Em 2014, em período equivalente, Dilma dividia o estrato com Marina Silva (ambas com percentuais próximos a 40%, contra 20% de Aécio Neves, do PSDB).

Nas classes mais ricas e escolarizadas, com posse de bens acima da média da população, o candidato do PSL lidera disparado, com 40% ou mais das intenções de voto, e abre até 31 pontos de diferença para os segundos colocados.

No extremo oposto, os excluídos (segmento com baixíssimas escolaridade, renda e classificação econômica) de onde saiu boa parte da “nova classe média”, Haddad lidera com o dobro das intenções de voto (29%) tanto de Bolsonaro quanto de Geraldo Alckmin (14%, cada um).

Há 16 anos, esse segmento era o que mais pesava no eleitorado, com 33% de participação entre os brasileiros. Hoje, responde por 24%.

A classe média intermediária, por seu peso quantitativo e pela bem definida clivagem econômica do voto, foi o fiel da balança pró-Dilma Rousseff (PT) no segundo turno de 2014. Foi também determinante na vitória do “antipolítico” João Doria (PSDB) em primeiro turno para prefeito de São Paulo em 2016.

Agora, resta saber como ela se comportará no país como um todo, caso o segundo turno fique de fato entre o antipetismo personificado em Bolsonaro e o lulismo de Haddad.

Por enquanto, apesar de cedo para gerar conclusões, na simulação que projeta os dois nomes para a fase seguinte da disputa, o estrato vem assegurando uma pequena liderança ao petista. Mas a opção definitiva dependerá dos códigos que a maioria dessa classe utilizará na decisão do seu voto —se os valores do segmento mais pobre, de onde grande parte deles saiu, ou os modelos “aspiracionais” de classes mais altas.

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