segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Freixo faz protesto silencioso contra Bolsonaro durante a diplomação no RJ 

Gustavo Maia
Do UOL, no Rio
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  • Márcio Mercante/Estadão Conteúdo
    Deputado estadual Marcelo Freixo (à esq.), ao lado de Wagner Montes (PSD), segura cartaz em protesto contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ)
    Deputado estadual Marcelo Freixo (à esq.), ao lado de Wagner Montes (PSD), segura cartaz em protesto contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ)
No momento em que o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) recebeu seu diploma como deputado federal, o deputado estadual reeleito Marcelo Freixo (PSOL), também diplomado na solenidade realizada nesta segunda-feira na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), virou de costas e levantou um cartaz com a frase "A violência contra a mulher não pode ter voz no Parlamento".
O protesto silencioso faz referência a fala de Bolsonaro que, na semana passada, afirmou durante um discurso na Câmara dos Deputados que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra de Direitos Humanos,  porque ela não merecia. O deputado do PP atacou a petista ao rebater discurso feito por ela minutos antes, no qual defendeu a Comissão da Verdade e as investigações de crimes da ditadura militar.
Indiferente à manifestação de Freixo, Bolsonaro, deputado federal mais votado do Rio de Janeiro no pleito de 2014, recebeu o diploma e deu um forte abraço no presidente do TRE-RJ, desembargador Bernardo Garcez. Ele foi o primeiro deputado a ser diplomado. Fechada ao público, a diplomação contou apenas com a presença de políticos e convidados.
Além de Freixo, os outros quatro representantes do PSOL eleitos levantaram cartazes protestando contra o deputado do PP: Eliomar Coelho, Flávio Serafini, Dr. Julianelli e Paulo Ramos.
Após a solenidade, os deputados federais do partido que foram diplomados nesta segunda --Chico Alencar, Jean Wyllys e Cabo Daciôlo-- se juntaram aos correligionários e exibiram a mensagem nas escadarias da Alerj. Segundo Marcelo Freixo, o ato "simbólico" se justifica porque "o Parlamento não pode ser espaço de produção de ódio".
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados marcou para esta terça-feira (16) uma reunião para instaurar um processo com pedido de cassação do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).

Bolsonaro rebate

Ao fim da cerimônia, Bolsonaro afirmou que nem viu a manifestação da bancada do PSOL e desdenhou do ato, chamando-o de palhaçada. "Até parece que tem alguém aqui querendo perseguir mulheres, né?", declarou o parlamentar.
O deputado federal chamou Marcelo Freixo de "idiota" e disse que ele deveria ter colocado uma melancia na cabeça.

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