Cinema
A divina loucura de Arthur Bispo do Rosário
Com Flávio Bauraqui, Irandhir Santos e Maria Flor, "O Senhor do
Labirinto", de Geraldo Motta, lembra a história do artista plástico
sergipano
por Orlando Margarido
—
publicado
10/12/2014 05:54
Divulgação
O Senhor do LabirintoGeraldo Motta
Interno da Colônia Juliano Moreira,
diagnosticado como esquizofrênico-paranoico, Arthur Bispo do Rosário
passava os dias entre os bordados feitos com os fios do uniforme azul do
asilo e a reunião de objetos para compor sua arte exasperada. Dizia ser
um inventário do mundo para levar a Deus no Dia do Juízo Final. Ganhou o
reconhecimento de crítica, museus e bienais. Poucas vezes deixou a
cela, vestido com o manto onde inscrevia o nome dos que o ajudaram.
O Senhor do Labirinto, filme de
Geraldo Motta em codireção com Gisella Mello previsto para a quinta 11,
narra essa trajetória na ficção de maneira menos imaginária e mais
realista do rude cotidiano no hospital, sem abrir mão da poesia que as
imagens lhe oferecem, reforçadas pela bela fotografia de Kátia Coelho.
Um iluminado Flávio Bauraqui interpreta Bispo em todas as fases, a
paixão pela médica Rosângela (Maria Flor) e a amizade e apoio do
carcereiro Wanderley (Irandhir Santos). Eles envelhecem e a maquiagem
pesa na caracterização, mas não prejudica a fruição da dor e beleza de
uma existência complexa.
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