Executivos presos cogitam deixar empreiteiras
Josias de Souza
A Operação Lava Jato deve produzir alterações nos organogramas de grandes empreiteiras do país. Presos desde novembro, executivos dessas empresas cogitam pedir o desligamento de suas funções. Seus advogados avaliam que a providência enfraquece os argumentos usados para mantê-los atrás das grades. Hoje, há 11 executivos presos.
Nesta quinta-feira, o Ministério Público Federal denunciou 36 pessoas por envolvimento no escâdalo da Petrobras. Ao explicar por que considera necessário manter alguns dos acusados na cadeia, o procurador da República Deltan Dallagnol disse que as empresas não pagaram propinas apenas na Petrobras. Agiram em outras estatais e órgãos públicos.
Uma maneira de estancar os crimes, disse o procurador, seria “paralisar” todos os contratos —nas esferas federal, estadual e municipal. Mas isso causaria prejuízos à sociedade. Assim, seria necessário “manter a prisão dos envolvidos para que o esquema não se perpetue.”
Na visão dos defensores dos executivos encrencados, argumentos como esse se esvaziariam com o desligamento de seus clientes das funções que exercem nas empresas. A discussão está mais avançada em duas empresas: A Mendes Júnior, do preso Sérgio Mendes; e a OAS, do detido José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Leo Pinheiro.
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