Povos Indígenas
14.11.2013
[ Paraguai ]
União Europeia é pressionada a não comprar carne de gado
criado em terras indígenas
Adital
Há dois anos, a União Europeia vetou o produto tendo em vista a
descoberta de focos de febre aftosa, mas, recentemente, recebeu o aval da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, por sua sigla em inglês) para voltar a
comprar a carne do país sul-americano.
A Survival cita o exemplo da empresa de criação e abate de gado
brasileira Yaguarete Porá S.A., que foi flagrada desmatando a floresta
ilegalmente para a criação dos animais no norte do Paraguai, onde os indígenas
isolados ayoreo-totobiegosodes.habitam. Estes dependem totalmente da floresta
para sobreviverem, uma vez que vivem longe do contato com outros seres humanos.
Ou seja, para a instituição, qualquer possível contato entre esses indígenas e
os criadores de gado pode ser mortal para os primeiros.
Índios isolados ainda não desenvolveram imunidade suficiente
para enfrentar doenças trazidas pelos invasores. Os ayoreos que já tiveram esse
contato hoje sofrem com doenças crônicas, principalmente respiratórios, e alguns
morreram em decorrência disso.
O diretor da empresa brasileira Marcelo Bastos já afirmou sua
intenção de converter parte do território em uma reserva natural privada, mas o
restante da mata seria destruída para dar lugar a pastos de criação de bois.
Vale ressaltar que os indígenas reclamam a demarcação de toda a sua área desde
1993.
Os indígenas ayoreo-totobiegosodes vivem no Chaco, uma enorme
extensão de terras que se estende do Paraguai até a Bolívia e Argentina. Seus
territórios foram adquiridos por fazendeiros e especuladores e seguem sendo
desmatados rapidamente. Entre os vários grupos diferentes de ayoreos os
totobiegosodes são os mais isolados. O nome significa "pessoas do lugar dos
porcos selvagens”. São nômades, caçadores e coletores.
A maior ameaça atualmente que enfrentam os totobiegosodes está
encarnada na empresa brasileira Yaguarete Porá, que possui 78.000 hectares no
coração do seu território.
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