Igualdade Racial
13.11.2013
[ Brasil ]
Pessoas negras ganham 63,9% menos que as não negras no
mercado de trabalho
Adital
Quase 130 anos depois da abolição da escravatura ainda
persiste no Brasil uma forte desigualdade entre os rendimentos de pessoas negras
e não negras. De acordo com o Departamento Intersindical de Estudos e
Estatísticas Socioeconômicos (Dieese), que nesta quarta-feira, 13 de novembro,
divulgou, em São Paulo, o estudo "Os negros nos mercados de trabalho
metropolitanos”, apesar da melhora no mercado de trabalho dos últimos 10 anos,
esse desnível de renda ainda é elevado.
O estudo "Os negros nos mercados de trabalho metropolitanos”
destaca que nas áreas metropolitanas, os negros correspondem a 48,2% dos
ocupados, mas, em média, recebem por seu trabalho 63,9% do que recebem os não
negros. Ressalte-se ainda que a desvantagem registrada entre a remuneração de
negros e não negros é pouco influenciada pela região analisada, horas
trabalhadas ou setor de atividade da economia, ou seja, em qualquer perspectiva,
os negros ganham menos do que os brancos.
O estudo aponta também que à medida que acrescentam anos de
estudo a sua formação, pretos e pardos melhoram suas condições de
remuneração, mas é nos patamares de maior escolaridade que se constatam as
discrepâncias mais acentuadas de rendimentos entre negros e não negros. Na
indústria metropolitana, o confronto de rendimentos-hora de trabalhadores com
ensino superior completo indica que, em média, os ganhos dos negros ficam em R$
17,39, enquanto os dos não negros ficam na ordem de R$ 29,03.
O Dieese apurou ainda que os negros ocupam os grupos
ocupacionais de menor prestigio e valorização: Na Região Metropolitana de São
Paulo, por exemplo, enquanto 18,1% dos ocupados não negros alcançam cargos de
Direção e Planejamento, apenas 3,7% dos negros chegam nesse patamar.
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