Questão Agrária
14.11.2013
[ Brasil ]
Fazendeiros farão leilão para custear resistência a
ocupações indígenas
Adital
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informa que os
fazendeiros pretendem realizar o chamado "Leilão da Resistência” no intuito de
conseguir recursos para custear ações de combate à retomada das terras. Em
reunião anterior na Acrissul, o presidente da entidade, Chico Maia, teria
dito:"a Constituição garante que é direito do cidadão defender seu patrimônio,
sua vida. Guarda, segurança, custa dinheiro. Para entrarmos numa batalha
precisamos de recurso. Imagine se precisamos da força de 300 homens, precisamos
de recurso para mobilização”. Na reunião do dia 13, Chico afirmou que "novos
confrontos estão por vir e algo precisa ser feito para evitar novas mortes”.
O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de
Mato Grosso do Sul (Famasul), Nilton Pickler, também veio à público corroborar a
leitura da Acrissul. "Estamos em uma terra sem lei, onde invadir propriedade não
é mais crime, alguma reação precisa ser feita”, afirmou.
No início de novembro, um grupo de fazendeiros permaneceu
acampando próximo à ponte que dá acesso à terra indígena Yvy Katu, em processo
de demarcação há 29 anos e retomada pelos Guarani Ñandeva em outubro. Durante o
acampamento, ruralistas ameaçaram adotar "medidas próprias" caso o governo
federal não apresentasse proposta concreta sobre o "litígio de terras” no
estado. No local, circulavam panfletos e adesivos que conclamavam "republicanos,
liberais, (...), empresários, militares (...), maçons" a dar um "basta ao
marxismo cultural", sob o slogan de "Pelo direito à propriedade: O Brasil que
produz reage!".
Com informações de Ruy Sposati, de Campo Grande, para o
Cimi.
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