No temor de apanhar mundialmente no sínodo, programado em defesa dos povos da Amazônia e do ”pulmão do mundo”, o governo espiona a CNBB

O general Heleno invectiva. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABR).
A “preocupação” de momento de Heleno é um encontro marcado para outubro, no Vaticano. Uma assembleia de bispos com o papa para discutir a Amazônia, o chamado Sínodo da Amazônia. Serão 23 dias de conversas sobre como melhorar a ação católica na região (necessidade de mais padres e missas) e a defesa da floresta e dos povos dali, como indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Haverá bispos de nove países, pois dois terços da Amazônia pertencem ao Brasil, mas outras nações contam com partes da floresta também. O Sínodo, palavra de origem grega que significa algo como “caminho comum”, foi convocado pelo papa em outubro de 2017, bem antes da chegada de Bolsonaro ao poder. Objetivo: “Identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para o nosso planeta”, disse Francisco em um comunicado.
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O papa “vermelho” no Peru já disse a que veioO general diz-se preocupado com o Sínodo, devido à soberania nacional. “O Brasil não dá palpite no Deserto do Saara, no Alasca. Estou preocupado com entidades e ONGs estrangeiras, e às vezes chefes de Estado por trás dessas entidades, querendo dar palpite em como deve ser tratada a Amazônia brasileira.” Não há registro de que ele tenha visto ameaça à soberania quando o Brasil abriu as portas da Amazônia aos Estados Unidos pela primeira vez na vida. Foi em novembro de 2017, durante uma manobra militar conjunta do Brasil com tropas de Colômbia e Peru na cidade amazonense de Tabatinga. A convite nosso, Tio Sam acompanhou tudo. CartaCapital contou que havia temores na Venezuela de o treinamento permitir aos EUA conhecer in loco o terreno e, quem sabe, usar isso para derrubar Nicolás Maduro. Celso Amorim, ex-ministro da Defesa, apontava risco de um novo Vietnã. Algo que Maduro acaba de dizer ao jornal La Jornada, do México. “A Venezuela se tornaria um Vietnã se um dia Donald Trump mandasse o exército dos Estados Unidos nos atacar”, disse ele, a apontar 2 milhões de venezuelanos armados.
A propósito: este ano, um general brasileiro, Alcides Valeriano de Faria Júnior, hoje a servir em Ponta Grossa, no Paraná, será vice-comandante da divisão fardada dos EUA para o Caribe e América do Sul, o Comando Militar do Sul. A revelação foi feita pelo chefe do Comando, o almirante Craig Faller, em documento enviado ao Senado americano no dia 7. Na segunda-feira 11, Faller esteve com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, tiete de Trump. O pai de Araújo foi PGR do ditador Ernesto Geisel e, no cargo, dificultou o quanto pôde, entre 1978 e 1979, a extradição de um criminoso de guerra nazista, Gustav Franz Wagner, morto por aqui em 1980. Como noticiou a Folha dia 12, Wagner era caçado por quatro países, entre eles a Polônia e a Áustria, berço do bispo emérito do Xingu, dom Erwin Krautler, há 54 anos no Brasil.

Chico Mendes, morto em 1988, é “irrelevante” (Foto: Homero Sérgio/Folhapress)

Dorothy Stang foi assassinada em 2005 (Foto: Carlos Silva/Imapress)
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Heleno tenta enfiar um representante
do governo na assembleia bispal. Fez tal pedido à CNBB, que o direcionou
à Repam e esta o mandou procurar a embaixada do Brasil junto ao
Vaticano. Para “neutralizar os impactos do encontro” – palavras do
general –, o governo tentará ainda a ajuda do governo italiano, com quem
o Planalto acredita ter crédito após a extradição de Cesare Battisti,
feita pela Bolívia, diga-se de passagem. “Só uma absoluta falta de noção
sobre como funcionam as estruturas, instituições e processos da Igreja
Católica e sobre as relações do Vaticano com as igrejas locais, para o
governo achar uma coisa dessas”, diz Paulo Maldos, ex-assessor da
Presidência que, nos governos do PT, lidava com a Igreja. “Essa
possibilidade de incidência externa não existe. Sua tentativa é um tiro
de bazuca no pé.”
“Os povos amazônicos originários nunca estiveram tão ameaçados”, diz o papa vermelho ao lançar o sínodoA Itália tem um governo de extrema direita, mas nem sempre posições iguais às de Bolsonaro. O Brasil quer derrubar Maduro e já chama o opositor Juan Guaidó de presidente legítimo? Pois no início de fevereiro a Itália bloqueou uma decisão da União Europeia que iria nessa direção. “A Itália não reconhece Guaidó porque somos totalmente contra o fato de que um país ou um grupo de países terceiros pode determinar as políticas internas de outro país”, afirmou, em 31 de janeiro, a uma tevê italiana, o subsecretário de Relações Exteriores, Manlio Di Stefano.
Em maio próximo, haverá uma reunião preparatória do Sínodo da Amazônia para fechar um documento-síntese a ser levado ao Vaticano em outubro, com as inquietações colhidas pelos bispos junto ao rebanho. Medos conhecidos: obras, fazendeiros, mineradoras. “Provavelmente, os povos amazônicos originários nunca estiveram tão ameaçados em seus territórios como agora”, disse o papa ao lançar simbolicamente o Sínodo, em janeiro de 2018, na cidade de Puerto Maldonado, no Peru. Para ele, os povos tradicionais correm risco tanto com políticas promotoras da conservação da natureza, que ignoram o sustento das pessoas, quanto o “neoextratitivismo e a forte pressão por grandes interesses econômicos ávidos por petróleo, gás, madeira, ouro, monocultivos agroindustriais”.
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Dom Erwin Kläuter. (Foto: Valéria Almeida)
Mortes por conflitos agrários e ambientais, como a de Mendes, são comuns na Amazônia. A Igreja não escapa. No dia 12, completaram-se 14 anos da execução da freira Dorothy Stang, baleada aos 73 anos em Anapu, município no norte do Pará. Ela defendia assentamentos rurais em terras públicas cobiçadas por fazendeiros, e alguns destes ofereceram uma recompensa de 50 mil reais pela cabeça dela. Bolsonaro acaba de indicar um general de pijama, Jesus Correa, para comandar o Incra, o órgão da reforma agrária. E o general avisou em uma entrevista: não reconhece o MST como interlocutor, pois o movimento não tem CNPJ e está à margem da lei. Mais conflitos à vista. Herdeiro da luta de Dorothy em Anapu, o padre José Amaro Lopes de Souza sofre. Teve a prisão preventiva decretada em março de 2018, mas em junho conseguiu um habeas corpus no STJ.
Já dizia Celso Amorim: este poderia ser o destino da VenezuelaNa Amazônia, ninguém tomba mais que os indígenas. Estes foram vítimas especiais da ditadura. O número de mortos entre eles por culpa do regime militar foi 20 vezes maior do que o de pessoas sacrificadas por combater o arbítrio: 8.350 e 434, respectivamente. O primeiro número está provavelmente subestimado, conforme o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), de 2014. O documento dedica um capítulo às “violações de direitos humanos dos povos indígenas”. Estes morreram executados, torturados, infectados. Causas muito parecidas com as que provocaram um verdadeiro genocídio deles antes da chegada dos generais ao poder em 1964.
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A Usina Hidrelétrica de Balbina, “a pior usina brasileira”, segundo Pinguelli Rosa
No relatório da CNV, vê-se que quase todos os indígenas mortos por culpa da ditadura estavam na Amazônia. Entre as etnias massacradas, de 2,5 mil a 3 mil Waimiri Atroari. Estes foram vítimas de uma obra de infraestrutura da ditadura, a Usina Hidrelétrica de Balbina, situada na cidade de Presidente Figueiredo, a 130 quilômetros ao norte de Manaus. “A pior usina brasileira”, conforme uma antiga definição do físico Luiz Pinguelli Rosa, presidente da Eletrobras no governo Lula. A Eletrobras construiu-a nos anos 1980, quando havia uns 300 Waimiri Atroari na região, mas seus estudos vinham de duas décadas antes, quando havia dez vezes mais indígenas. A ditadura concebeu um reservatório de água que inundaria árvores de pé, em vez de cortá-las. A decomposição dos troncos produziria mais efeito estufa do que uma usina a gás. Sem contar que a capacidade de produção é baixa. “Um dos maiores crimes ambientais que a engenharia já cometeu neste país”, disse, em 2016, o então ministro de Minas e Energia e ex-governador do Amazonas Eduardo Braga, atual senador pelo MDB.
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O papa na mensagem de natal de 2017 denunciou “um modelo caduco” que ainda produz “degradação social e ambiental”Vem desse tempo, em que índios eram caçados e hidrelétricas desastrosas eram planejadas, o “equívoco” citado por dom Erwin de o governo tratar a Igreja Católica como “inimiga”. “A visão de que a Igreja é socializante é muito disseminada nas Forças Armadas”, diz o padre Virgílio Uchoa, de 81 anos, 32 dos quais passados na CNBB, onde sua última tarefa, de 1996 a 2001, foi fazer análises políticas. “A CNBB foi muito espionada na ditadura.”
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Sobram casos de perseguição da farda à batina. Dom Helder Câmara, um dos fundadores da CNBB em 1952, arcebispo emérito de Olinda e Recife, era proibido de ser citado na mídia. Padre Antônio Henrique Pereira Neto, seu amigo e assessor, foi sequestrado, torturado e morto em 1969 por agentes da ditadura, como forma de intimidar dom Helder. Dom Adriano Hipólito, bispo em Nova Iguaçu, no Rio, foi sequestrado em 1976 pela tigrada da ditadura, torturado e largado numa estrada nu e pintado de vermelho. Dom Vicente Távora, arcebispo de Aracaju, criador e principal dirigente do Movimento de Educação de Base, vivia com o telefone grampeado, recebia visitas constantes de um coronel e enfrentou prisão domiciliar nos anos 1960. Dom Antonio Fragoso, bispo de Crateús (CE), era seguido e tinha as ligações gravadas. Dom Waldyr Calheiros, bispo de Barra do Piraí e Volta Redonda (RJ), entregou-se em um quartel, em 1967, ao lado de quatro ajudantes que tinham sido presos por panfletar a favor dos pobres e dos trabalhadores.

Na ditadura, a mídia era proibida de citar dom Helder
O papa Francisco segue a linhagem do Concilio Vaticano II. Em 2014, criou o Encontro Mundial dos Movimentos Populares. Em 2017, o Dia Mundial dos Pobres e, na edição de 2018, comentou: “A pobreza não é procurada, mas é criada pelo egoísmo, pela soberba, pela avidez e pela injustiça. Males tão antigos como o homem, mas mesmo assim continuam a ser pecados que implicam tantos inocentes, conduzindo a consequências sociais dramáticas”. O Brasil tem 55 milhões de pobres e, segundo a OCDE, é um dos campeões em falta de mobilidade social. Em julho de 2015, foi à Bolívia, pediu “terra, teto e trabalho” para todos e exortou: “São direitos sagrados. É preciso lutar por eles”. Em fevereiro de 2017, reuniu-se no Vaticano com empresários e criticou o capitalismo por produzir “gente descartável”. Na mensagem de Natal de 2017, apontou que “um modelo de desenvolvimento caduco continua a produzir degradação humana, social e ambiental”.
Explicado por que ele é tachado por alguns, aqui e no exterior, de “comunista”. Críticas alimentadas no Brasil por ele dar-se bem com João Pedro Stedile, do MST, e receber emissários de Lula, como Chico Buarque e Celso Amorim. Em uma missa em maio de 2018, ele comentou o selo de “comunista”. De vez em quando, disse, “aparece nos jornais: ‘Aquele padre é comunista!’ Mas a pobreza está no centro do Evangelho. A pregação sobre a pobreza está no centro da pregação de Jesus: ‘Bem-aventurados os pobres’ é a primeira das Bem-aventuranças!” Mais: “Sempre tivemos na história essa fraqueza de tentar deixar de lado esta pregação sobre a pobreza, acreditando que se trata de algo social, político. Não! É Evangelho puro, é Evangelho puro”.

João Pedro Stedile com Francisco: “O MST está à margem da lei”, avisa o general Correa
Dom Sérgio tem a confiança papal. Em 2018, foi relator-geral do Sínodo dos Bispos. Afinado com a visão de Francisco de uma Igreja atuante fora da sacristia, sofre o mesmo bullying que o papa. De vez em quando, é tachado de “petista” por fundamentalistas, rótulo nascido da convergência de pontos de vistas, não de ação partidária. Ele se esforça para fugir de elos partidários. Diz e repete que a CNBB não se manifesta sobre pessoas ou governantes, mas sobre ideias. Na eleição, a entidade pisou em ovos, mas ficou claro que era anti-Bolsonaro. Em um documento redigido, em abril, em sua Assembleia-Geral anual, em um programa de tevê no início da campanha e em uma reunião às vésperas do segundo turno, pregou voto em quem defendia a democracia e direitos sociais.
Não é de hoje que Gilmar Mendes é tido como “juiz-empresário”. Mas por que está na mira do infatigável Dallagnol? Enquanto isso, o senador Vieira tenta criar uma “Lava Toga”O mandato de Dom Sérgio termina este ano e talvez seja por isso que a CNBB tenha reagido de forma tímida à notícia de espionagem do governo. Em um vídeo, disse que o Sínodo da Amazônia é um evento da Igreja para a Igreja. E ficou por aí. A sucessão na entidade será complicada. “Os progressistas hoje são mais minoria ainda do que eram na ditadura, apesar de a Igreja no Brasil ter sido sempre muito papista”, diz padre Uchoa. Segundo CartaCapital apurou, dom Sérgio resiste à ideia da reeleição. O principal cotado para candidato conservador é dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio. Por acaso, foi outro brasileiro feito cardeal pelo papa Francisco, em 2014. Na eleição, posou para foto com Bolsonaro.
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O futuro da CNBB e do Vaticano é
politicamente importante para o Brasil, pois Bolsonaro fez da religião
um assunto político-eleitoral. O voto evangélico foi decisivo no sucesso
eleitoral dele. Esse grupo não para de avançar no Brasil. De 1991 a
2010, último dado oficial disponível nos censos do IBGE, o número de
católicos caiu de 83% para 64%, enquanto o de evangélicos subiu de 9%
para 21%. Em 2014, havia 61% de católicos e 26% de protestantes, segundo
uma pesquisa do instituto americano Pew Research. Em 2016, eram 50% a
29%, diz o Datafolha. Nesse ritmo, os evangélicos serão maioria
“possivelmente” em 10, 15 anos, estima o geógrafo José Eustáquio Diniz
Alves, do IBGE.
O líder do PSL de Bolsonaro adverte: “não podemos ficar de joelhos diante do judiciário”Uma das razões para os evangélicos terem abraçado Bolsonaro foi a posição dele sobre Israel. O ex-capitão prometia que, se eleito, o Brasil mudaria sua embaixada para Jerusalém. “Nosso apoio a Bolsonaro é resultado de ele apoiar Israel”, disse o “pastor” Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, após participar, em 30 de dezembro, no Rio, de uma reunião com o premier israelense, Benjamin Netanyahu, que viera ao Brasil para a posse do ex-capitão. Nos últimos tempos, os evangélicos e os judeus convergiram pelas mãos do Velho Testamento. Os primeiros acreditam que o Messias voltará, se os segundos unificarem as terras prometidas em Israel. A maior igreja do “bispo” Edir Macedo foi inaugurada em 2014 com o nome de Templo de Salomão.
Os apoiadores evangélicos de Bolsonaro não têm simpatia pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, por causa de Israel. Ele recebeu o embaixador da Palestina, Ibrahim Alzeben, no fim de janeiro e em seguida disse que não há nenhuma decisão do governo de mudar a embaixada para Jerusalém. Mais: o general de pijama agora diz também que aborto é uma questão de saúde pública e que a mulher deveria ter o direito de decidir. Malafaia ficou indignado. Tem dito que Mourão deveria ter deixado clara sua posição sobre os dois assuntos há mais tempo, na campanha. O deputado Sóstenes Cavalcante, do DEM do Rio, um dos líderes da Bancada da Bíblia, ameaça retaliar o governo em votações no Congresso. “Mourão é um poeta calado”, diz. “O Chico Mendes faz parte da história do Brasil na defesa do meio ambiente.” Outra do poeta que não se cala, desta vez em resposta ao ministro do Meio Ambiente.

Dom Orani tem todos os méritos para ser o futuro presidente da CNBB (Foto: Tania Rego)
No dia 7, Mendes mandou uma carta ao presidente do STF, Dias Toffoli, a se queixar da investigação do Leão. Dizia ter sabido disso naquele dia, ao receber uns papéis através de canais “extraoficiais”. Na papelada há uma análise fiscal da Receita sobre “possíveis fraudes de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência” por parte do casal. A suspeita do auditor fiscal, um desconhecido até aqui, é que Guiomar recebe grana em sua banca advocatícia de gente favorecida por Mendes no Judiciário. De 2014 a 2016, ela embolsou 8,6 milhões sem pagar impostos, na forma de lucros e dividendos. Para Mendes, a investigação é “abuso de poder” e “um ataque reputacional a alvos predeterminados”. E pedia providências a Toffoli. Que as tomou. Cobrou do chefe da Receita, Marcos Cintra, que apurasse eventuais ilícitos na investigação a respeito do casal Mendes.
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Malafaia brada: estamos com Bolsonaro porque apoia Israel (Foto: Paula Fróes/BA Press)
No Senado, o Judiciário também está nas cordas. O novato Alessandro Vieira, de Sergipe, de 43 anos, delegado da policial civil de origem e Jair Bolsonaro de coração, tenta criar uma CPI batizada de “Lava Toga”. Expôs seu plano da tribuna do Senado no mesmo dia que Mendes contou a Toffoli ter virado alvo do Fisco. Ele quer saber por que juízes dão liminares e depois guardam os processos na gaveta sem levar aos colegas de tribunal para uma decisão final, como foi o caso do auxílio-moradia autoconcedido, por que pedem vistas e impedem julgamentos, por que um decide uma coisa num caso, outro decide outra em caso similar. “E, por último, a participação de ministros em atividades remuneradas que são incompatíveis com a Lei Orgânica da Magistratura”, afirmou. Será que Gilmar Mendes vestiu a carapuça? Major Olímpio, líder do PSL, o partido bolsonarista, tem dito que “o Senado não pode ficar de joelhos diante do Judiciário”. E prega ressuscitar a CPI.