Zanin pulveriza Dallagnol
Hong Kong? Ele não sabe o que diz...
publicado
30/10/2016

O Conversa Afiada
reproduz irretocável peça de Cristiano Zanin, advogado do Presidente
Lula, que faz de Procuradores da (sic) República uns pigmeus
intelectuais, uns praticantes da "lawfare", que sonham em entrar para
História como os valentões que prenderam o Lula:
O artigo publicado hoje na Folha de S.
Paulo por dois procuradores da República, que atuam na Lava Jato, longe
de superar a perseguição política dirigida a alguns partidos políticos
e, particularmente, ao ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva, apenas
deixa tal abuso ainda mais evidente.
A Lava Jato promove verdadeira guerra
jurídica, mediante o uso manipulado das leis e dos procedimentos
jurídicos, para perseguir seus inimigos políticos, fenômeno que é
documentado por especialistas internacionais como “lawfare”.
Por que será que o PSDB não está dentre
os partidos “mais atingidos” pela Lava Jato? Por que documentos que
envolvem seus políticos tramitam em sigilo, em nome do “interesse
público”, ao passo que aqueles relativos a Lula, inclusive os que têm
sigilo garantido pela Constituição Federal, são devassados e expostos a
todos em nome do mesmo “interesse público”? Não há como responder. Uma
rápida consulta às reportagens produzidas pela própria Folha - a exemplo
de outros veículos de imprensa - comprova a tese de dois pesos e duas
medidas. Há muito a mídia perdeu sua imparcialidade.
Nações desenvolvidas não permitiriam
que a Lava Jato deixasse de cumprir a lei, como ocorre no Brasil. Mas os
procuradores não pensam assim, bem como o próprio TRF4, que julga os
recursos da Lava Jato. Quando a lei é deixada de lado – seja por qual
motivo for -, é o próprio Estado Democrático de Direito que está em
risco. Você que está lendo esta publicação aceitaria ser investigado e
julgado sem o rito das leis, mas, sim, pelas regras de conveniência de
procuradores e juízes – por melhores que sejam suas intenções? É
evidente que não!
Cada alegação dos procuradores em
relação a Lula foi fulminada no campo jurídico por peças robustas que
apresentamos nos autos e que podem ser consultadas em
www.abemdaverdade.com.br. Ou seja, no plano estritamente jurídico, as
frívolas acusações foram todas superadas pela defesa. Mas a Lava Jato,
ao menos em relação a Lula, não busca o debate jurídico, mas o uso da
violência da lei para promover perseguição política. Pretende reescrever
a história. Pretende desconstruir a imagem e a reputação do
ex-Presidente. E, para isso, usam da aparência da legitimidade de um
procedimento, que devido processo legal nada tem!
Não é preciso ir longe para perceber
isso. A denúncia apresentada contra Lula em 14/09/2016, com 172 páginas,
não é uma peça jurídica; mas política. Aliás, depois que o próprio juiz
Moro reconheceu, em recente despacho, que nenhum recurso relativo aos
três contratos da Petrobras ali tratados foi destinado “diretamente a
Lula”, a acusação perdeu qualquer sentido. Mas esse fato foi usado não
para encerrar o caso, como seria de rigor, mas para indeferir provas que
foram requeridas!
Se os procuradores e o juiz do caso
efetivamente buscassem uma investigação legitima e dentro do devido
processo legal, não estariam focados em uma pessoa – Lula -, mas sim em
fatos. Não estariam promovendo acusações sem materialidade em rede
nacional, com auxílio de assessoria de imprensa e, ainda, o uso de
powerpoint semelhante a similar até já condenado pela Suprema Corte
Americana, por violar a garantia da presunção de inocência. Não estariam
violando inúmeras garantias fundamentais e desafiando até mesmo alguns
dogmas do direito de defesa – como, por exemplo, ao grampear advogados
formalmente constituídos (mesmo após terem sido alertados 2 vezes para
empresa de telefonia) e divulgar as conversas mantidas com seu cliente.
Há, ainda, um derradeiro aspecto que
deve ser registrado. O artigo de hoje pretendeu legitimar as ações da
Lava Jato, citando o exemplo de combate à corrupção promovido por Hong
Kong. MAS O EXEMPLO MOSTRA JUSTAMENTE O CONTRÁRIO! Aquele país, após
constatar que a polícia e o ministério publico não estavam efetivamente
preparados para promover o combate ISENTO à corrupção, adotou o sistema
do ICAC – Independent Comission Against Corruption. Toda investigação
relacionada à corrupção do sistema eleitoral, do judiciário e de outras
áreas especificas é realizada naquele País por comissões INDEPENDENTES
multidisciplinares – com máximo respeito às garantias individuais, que,
posteriormente, entregam o resultado a um comitê de procuradores que irá
decidir se é o caso de buscar a punição funcional ou penal dos
envolvidos.
LÁ, OS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO (E
MUITO MENOS O JUIZ QUE IRÁ JULGAR O CASO) NÃO PARTICIPAM DIRETAMENTE DA
INVESTIGAÇÃO E, PORTANTO, NÃO FICAM “CONDENADOS A CONDENAR” ALGUÉM,
COMO ESCREVEU LULA EM ARTIGO PARA A FOLHA. Nós sempre citamos o exemplo
de Hong Kong como um CONTRAPONTO aos abusos da Lava Jato. Diga-se de
passagem, ainda, que a Lava Jato, neste ponto, viola até mesmo o que foi
decidido pelo STF no RE 593.727, que reconheceu o poder de investigação
do Ministério Público apenas em situações excepcionais, quando a
política não tem condições de promover a investigação.
Na Lava Jato todos - polícia, MPF e
juiz – investigam, acusam e julgam! Enfim, a deturpação, a seletividade e
a perseguição saltam aos olhos. E os procuradores precisam realmente
conhecer o sistema de Hong Kong para verificar que lá eles não cometem
os erros que estamos cometendo no Brasil, colocando em risco não apenas
os empregos, a economia, mas, sobretudo, o Estado Democrático de
Direito.
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